sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Congá e sua força


O Congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda.

Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e coniança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra, na área física do templo.
Vamos descrever as funções do congá: atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas.
Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersa suas forças.

CONDENSADOR: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.

ESCOADOR: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios.

EXPANSOR: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.

TRANSFORMADOR: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra; alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.

Todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes).

Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.

Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.

Titulo original: Os fundamentos do congá (atrator, condensador, dispersor, expansor, transformador e alimentador).

Pesquisa: Adriano Figueiredo

Aruanda, Energia dos Encantados

“Caboclo pegue a sua flecha, pegue o seu bodoque, que o galo já canto.
O galo já cantou na Aruanda, e Oxalá te chama para sua banda, auê caboclo”.

“Se meu Pai é Ogum, vencedor de demandas
ele vêm de Aruanda pra salvar filhos de Umbanda”.

Nosso Lar é o nome de uma região do mundo espiritual, para onde são levados alguns espíritos desencarnados, segundo sua determinada evolução. Lá, há formas de organização dessas colônias espirituais, com construções de trabalho (como casas de repouso para os recém desencarnados), sistema de transporte perispiritual e até verdadeiros Ministérios de Trabalhos.
Com base nesse conceito, podemos começar a entender também, o que é Aruanda!
Aruanda pode ser considerada uma enorme cidade de luz etéria que orbita a estratosfera da TERRA, similar a cidades nórdica de ASGARD. Diferente de uma colonial espiritual (mas, ao mesmo tempo, similar) ARUANDA se configura da mesma forma na órbita da Terra há milhares de anos e também representa um ponto como se fosse um Portal de acesso para o nosso plano. De lá, diversos Guias de Luz e Irmãos da Espiritualidade desenvolvem suas atividades de ajuda a humanidade e a biosfera de uma forma geral.
Como uma “Morada dos Orixás”. Mas aqui é importante dizer que é uma morada dos GUIAS que trabalham na irradiação e na linha de energia e vibração dos Orixás, já que o conceito de orixá não pode ser reduzido ao conceito de um espírito. Mas os Guias podem. Os Guias de Umbanda são espíritos que já existiram sobre a terra, como qualquer outro ancestral em evolução. Os que ainda tem um grande serviço a prestar a humanidade e que escolheram o caminho de Umbanda Sagrada (como espíritos de caboclos, pretos-velhos, crianças marginalizadas da sociedade brasileiro do início do séc XVIII, que mesmo após o desencarne, também sofreram um outro tipo de preconceito e discriminação, que é justamente a recriminação espiritual; tão bárbaro e dantesco quanto o material) para isso, são espíritos que tem suas moradas em cidades como Aruanda, que tem a função de dar sustentação a esses irmãos que já estão dentro da luz, mas que ainda precisam terminar seus compromissos de evolução sagrada, pelos caminhos do Culto aos Orixás.

ARUANDA representa o foco direto dos trabalhadores que interagem em todos os planos da Terra, desde o foco humano ate o reino mineral, através de seres que já encarnaram na Terra e tem uma missão de resgate para com a mesma. A atuação de Aruanda possui um ponto de comunicação, que é o foco de interface com os Orixás que estão ligados ao Pai Maior.
Assim, é possível dizer que hoje, Aruanda possui uma população média de 7 milhões de Irmãos Espirituais , que estão a serviço da libertação e ajuda a humanidade e aos seres que ainda estão presos no Umbral e nos planos intraterrenos, mas que por caminhos espíritas tradicionais, tão somente, ainda não conseguem nem um acesso a suas faixas de vibração inferior, nem uma abordagem tão direta e efetiva de contato com o plano material.
E, para isso, esses 7 milhões de irmãos que lá estão acabam atuando em diferentes áreas da Terra, que aqui, irá se manifestar dentro de muitas linhas de Umbanda. Para, assim, conseguirem se comunicar com a nossa civilização. A mais conhecida é através do processo mediúnico, onde entidades supostamente desencarnadas estão ajudando as pessoas dentro do espiritismo e espiritualismo, por intermédio da incorporação.
Portanto, podemos entender Aruanda como um local de paz e de trabalho em prol da espiritualidade, comprometidos com as hierarquias de amor e de luz do Pai Maior.
E desta forma, como cada cidade de certa forma tem uma relação com setores específicos da Terra e com suas culturas, Aruanda, por exemplo, estabelece sua ligação com as antigas culturas ancestrais. Assim os povos que passaram a cultuar o espiritualismo, como no Brasil e na África, passaram a ter contato com os irmãos dessa Cidade, que representa um portal de comunicação com o astral, da mesma forma que outras culturas fizeram de acordo com suas bases religiosas. Daí a enorme propensão da base religiosa de Umbanda Sagrada ser alicerçada na Miscigenação e nas variadas expressões culturais.
Cada Irmão Espiritual que se manifesta com a humanidade, proveniente dessas Cidades, um total de aproximadamente 33 cidades, é na verdade um enviado da Luz, que dentro de seu plano emocional e intelectual, está despertando para uma nova realidade e através da ajuda de resgate, que oferece a nós aqui na Terra, acaba também por se despertar.
Por esse motivo os seres que se incorporam normalmente não falam muito dessas cidades, pois são proibidos de entrar sobre o tema que a maior parte da comunidade Espírita e/ou Espiritualista ainda não aceitaria, ou não entenderia, em termos de organização e funcionamento.
Eu, por exemplo, trabalho com o Caboclo Pena Branca… que é tido como uma das entidades que estão no alto comando da cidade de Aruanda. E com ele aprendi que para autorizar ou não um ser humano encarnado ter acesso a essas cidades, o que vai limitar isso, é na verdade o grau de consciência dessa pessoa. Portanto a chave, mais uma vez, está no coração de cada um de nós, o que nós somos realmente, o que fazemos em nossas experiências de evolução moral e espiritual; pois, o cartão de visitas é a nossa emanação de luz e de amor.

Outro lado:

O termo Aruanda também designado a vibração energética de determinada falange espiritual do grupamento de espíritos que operam na Umbanda. E, por isso, tratar-se-ia de um nome de origem nos povos da África.
Assim, há quem acredita que a utilização deste nome pelos espíritos trabalhadores da Umbanda não quer dizer que, na verdade, exista uma “Aruanda espiritual” realmente, ma sim uma corrente de vibração espiritual a que se pertence àqueles espíritos. Exemplo: Pai Benedito de Aruanda. Designar desta forma significaria dizer que o Guia trabalha com a energia da falange espiritual que opera com o padrão vibratório de “Aruanda” e da falange umbandista conhecida como Pai Benedito, que possui características diferentes de, por exemplo, uma conhecida como Pai Joaquim.
Seja como for, na prática, acredito que não haja divergência entre ambas as perspectivas, uma vez que toda colônia espiritual está localizada, segundo a decodificação kardecista, em uma faixa de padrão vibratório. Portanto, vinda de uma colônia ou não, a Energia de Aruanda é única, ela tange as mais fortes esferas divinas, de onde vem a irradiação dos Orixás

Fontes pesquisadas:
• Blog Povo de Aruanda
• Rodrigo Romo
• Site: http://www.meeu.org/
• Livro: Aruanda (Robson Pinheiro)
• Evangelho Segundo o Espiritismo
• Wikipedia

quarta-feira, 7 de outubro de 2009



1) Vela para o anjo de guarda


Todo mundo possuem deidades protetoras. Na Umbanda, humildemente as chamamos (não importa a crença ou particularidades) de “Anjos da Guarda”. Para que possam se manter cada vez mais presentes em nosso caminho, cotidianamente, irradiados em nossas condutas e gestos, é preciso que estejamos sempre em sintonia com suas energias. Para que as vibrações estejam compatíveis e, assim, Eles possam se afinizar e se aproximar. O ato simbólico de acender uma vela e proferir uma prece ao seu guardião é muito mais protetiva, do que efetiva, em termos de garantia de uma proteção e defesa; a medida que a vela sozinha, é só parafina. Não pode fazer muita coisa real, se acesa só por acender, sem mentalizações e preces intuidas. Agora, o momento em que se pára para dedicar aquela Luz aos Seres que são mais iluminados que nós, com o intuito de pedirmos suas aproximações, em defesa dos nossos passos e rumos; aí sim há projeção da mente plasmando boas irradiações e energia. E é exatamente esse resultado que almejamos, quando se recomenda uma vela para o anjo da guarda. Fazer o consulente se alinhar com a sintonia do seu protetor, para que sua presença energética-espiritual possa se fazer mais efetiva no dia-a-dia.

Assim, separar uma velinha branca, sobre um local alto, que fique acima da sua coroa medíunica (cabeça), para que ela se irradie de cima para baixo é logo a primeira atitude que nos ajuda a afastar qualquer tipo de mal.

2) Banho de Defesa e Proteção

O banho de Defesa eProteção tem como finalidade se utilizar das propriedades energéticas e fitoterápicas que cada planta tem, a serviço do reequilíbrio vibracional do próprio corpo perispiritual (camada que envolve o espírito na forma humana). Para tanto, pegue uma caneca com um copo ou um pouco mais de água, coloque as ervas de sua preferência, amasse bem até a água ficar verde. Peneire e após o banho de higiene (muito importante), complete com água quente, do próprio chuveiro, jogando o preparado da cabeça aos pés. Mas cuidado porque não é toda erva que pode ser jogada na cabeça. E ainda, para quem prefere ferver o conteúdo em fogo brando, no mesmo procedimento que o chá e/ou tem dúvida se pode usar esse tipo de erva na cabeça ou não, recomenda-se jogar a mistura do pescoço pra baixo. Apenas as misturas amassadas ou trituradas podem ser jogados na cabeça e corpo todo. Caso contrário, ferveu ou não se conhece exatamente as propriedades da planta, então preferir derramar do ombo aos pés.

Agora, tanto no momento do preparo quanto na lavagem do corpo, é fundamental que se mentalize coisas boas e bons fluidos de defesa e proteção, pedindo que as energias negativas não se aproximem. Algumas sugestões de ervas comuns: arruda, manjericão, guiné, benjoim, espada de são jorge, alfazema, alecrim, levante, salvia, tapete de Oxalá, abre demanda, louro, parreira, espada de santa bárbara, rosas, violetas e até essências.

3) Passe e Tratamento Espiritual

O passe e a consulta com o guia espiritual é o momento, sem dúvida nenhuma, de grande importânica na defesa das Urucas. De tempos em tempos, principalmente as vítimas de trabalhos feitos, precisam procurar um centro espírita ou uma tenda de Umbanda de sua confiança, para passar em avaliação. Funciona como em qualquer outras especialidade médica, contanto que essa é uma especialidade da vida espiritual. O guia se apresenta, faz algumas perguntas preliminares para estabelecer vínculos e, em seguida, dá-se o momento do passe. O passe nada mais é do que a manipulação e transferência de energias de radiação e cura para o envoltório espiritual, chamado tb de corpo perispiritual. Nesse momento, o guia se coloca como intermediário dessa transição, sendo especialista em trazer as vibrações do universo e das esferas de irradiação de energia cósmica, de onde trabalha sua linha e a coloca a disposição do corpo do assistido, com métodos de cura e reenergização dos centros de força e fluído.

Agora, é importante dizer: nãpo espere milagres das entidades… elas ajudam muito, aconselham, alertam e até intervem por nós, mas depende de cada um fazer sua parte em nome de sua reabilitação e cura. Eliminando maus hábitos, deixando vício e promovendo a prática contínua da reforma íntima e do aprimoramento moral.

4) Trabalho de desobsessão ou descarrego

São trabalhos necessários quando uma pessoa está acompanhada de espíritos sem luz, entidades que atrapalham e prejudicam o consulente. Que, na garnde maioria das vezes, se aproximam de nós por compatibilidade energética e afinidade vibratória. Se são espíritos zombeteiros, muito ligados a depreciação e o escárnio, certamente estarão cada vez mais familiarizados com que alimenta em suas condutas, atitudes compatíveis com a maledicência, o sarcasmo, a arrogância e a humilhação. Do mesmo modo, espíritos sofredores se conectarão com aqueles que se entregam a dor e ao sofrimento, se desiludindo da vida e da fé. A quem adotam posturas mais exclusivistas, egoistas, muito ligadas a vícios, que limitam suas perspectivas apenas a seus desejos e anseios… e ainda destinam suas atitudes a puras satisfações pessoais e emocionais, hedonistas, presas a saciação do aqui e agora, mimadas; imediatamente se afinizam com as energias de espíritos obssessores, vampirescos, que só olham para suas necessidades para satisfazer a necessidade da matéria.

E, uma vez estabalecidos os vínculos de conexão com o corpo perispiritual (pela zombaria, pelo sofrimento ou pela obsessão), na maioria das vezes não é possível despreender a ligação sem uma intervenção mais incisiva e direta, por meio do trabalho de descarrego ou desobsessão espiritual.

5) Amuletos e Patuás

Carregar amuletos, fazer patuás ou ter qualquer tipo de objeto-símbolo de proteção e defesa, também pode ser uma boa alternativa contra qualquer tipo de uruca. Mas atenção! Essas ferramentas são pessoais e intransferíveis. Portanto, só podem ser usadas e carregadas por uma pessoa: Você! Além disso, o mesmo amuleto ou patuá pode não dar o mesmo resultado a qualquer pessoa. Portanto, receitas sobre isso disponíveis na internet nunca trazem a mesma disposição às recomendadas direto da boca dos Guias ou Orixás. Pois tratam-se de poderosos veículos de comunicação com o plano astral. Não pode ser qualquer coisa e nem mesmo feitas de qualquer jeito. É preciso imantação e/ou confecção com fundamento.

E algumas distinção: AMULETO é é um objeto pequeno, comumente levado no pescoço ou na roupa, ao qual se atribuem virtudes mágicas; com finalidade defensiva, ouseja, protege seu portador das influências maléficas e das cargas negativas. No Brasil, os mais populares são a figa, a pata de coelho e o trevo de quatro folhas. Já o TALISMÃ ésão um ou mais objetos reunidos com finalidades protetora, ou seja, geralmente têm propriedades mais ativos, porque servem para atrair determinadas energias ou capacidade. Um exemplo famoso seria a lâmpada de Aladim, que era capaz de conferir ao seu possuidor o direito de realização de 3 desejos. Já o PATUÁ, é um produto da fé. Ele exige a confecção de uma determinada encantaria, ou seja, feitiçaria que reunidas dentro de uma almofada, saquinho ou compartimento minúsculo e/ou isolado, seja possível elaborar um trabalho de compactação de diversas energias, dentro daquele produto. Imantado e produzido exatamente para sintetizar uma série de propriedades magística, com finalidades tanto protetoras como defensora, dependendo do fundamento e do elemento de cada caso.

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Há ainda algumas mandingas e mirongas que a gente aprende também, com anos de trabalho e relação com os Guias e Orixás. Tanto para os locais de trabalho, quanto para casa e dormitórios. Além de pequenas medidas de defesa e proteção que podem ser incorporadas no dia-a-dia. Mas essas são mais ligadas a Magia Natural de Umbanda e eu prefiro deixar para um próximo post, modo avançado, em caso de Urucas e até, trabalhos mandados. Até lá… cuidado, persistência e dedicação, regado com fé e coração puro, pensamentos elevados e alma sincera já estão de bom tamanho para lidar com esse tipo de coisa.

Assim, como a melhor defesa espiritual ainda é o poder da irradiação mental e pessoal, abaixo, selecionei duas orações bacanas, para servir de referência, no exercício diário de vigilância íntima e elevação da mente, contra qualquer tipo de negatividade e uruca!

ORAÇÃO CONTRA MAU OLHADO

Leva o que trouxestes; Deus me benze com sua santíssima cruz. Deus me defende dos maus olhos e de todos os males que me quiserem fazer. Tu és o ferro, eu sou o aço. Tu és o Demônio, eu o embaraço. Assim Seja!

PRECE PARA AFASTAR MAUS ESPÍRITOS

Em nome de Deus Todo Poderoso, que os maus espíritos se afastem de nós e que os bons nos sirvam de proteção contra eles. Espíritos malfeitores que inspirais aos homens maus pensamentos; Espíritos impostores e mentirosos que os enganais; Espíritos zombeteiros que vos divertis com a sua credulidade, nós vos repelimos com todas as forças de nossas almas e não atendemos às vossas sugestões, mas imploramos para vós a misericórdia de Deus. Bons espíritos que vos designais assistir-nos, dai-nos a força de resistir à influência dos maus espíritos e a luz necessária para não nos tornarmos vítimas dos seus embustes. Preservai-nos do orgulho e da presunção; afastai dos nossos corações o ciúme, o ódio, a maledicência e todos os sentimentos contrários à caridade, que constituem o atrativo dos Espíritos do mal.

Espero que gostem…

sábado, 19 de setembro de 2009

Umbanda Pretos Velhos


Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.
São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.
Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "preto-velho". Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.
Preto é Cor e Negro é Raça, logo o ter­mo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.
O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.
No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.
São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.
Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".
Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.
Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: "Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!"
Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.

Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, impresso, do mês de maio de 2006.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Festejo do Caboclo Zé Malandro


Hoje 24 de agosto a ACALUZ festeja por mais um ano o Aniversário de Luz do Caboclo Zé Malandro, este com todo seu charme e encantamento trás paz e prosperidade para todos aqueles que acreditam no poder do espírito na face da terra. Contará com presença marcante da Zeladora de Santo Maria Auxiliadora do Terreiro de Mariana e Zé Pelintra da Ilha de Marajó em Cachoeira do Ararí. Será na residencia da genitora do Sr. Adriano Figueiredo, Presidente da ACALUZ em Belém, na Rod. Arthur Bernardes, Rua Paulo Guilherme nº 06 Tapanã. Local este que a partir de hoje está sendo aberto ao público para visitas, consultas, passes e jogos nos dias de sexta e sábado. Participem e venham refletir sobre a luz divina. começa a partir das 20h00.