sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Processo Mediúnico e Ritualistico da Umbanda

1. Processo Mediúnico:

A mediunidade, nos Terreiros de Umbanda, é vista como uma faculdade natural existente em todo ser vivo. É através da mediunidade que fazemos a síntese da Luz contida nos cinco sentidos básicos. De acordo com o nível de desenvolvimento, a mediunidade nos permite constatar outras formas de sínteses desde que afinadas com a nossa freqüência vibratória. A este fenômeno dá-se o nome de incorporação. As incorporações são consideradas, nos Rituais de Umbanda da ACALUZ, um ato de comunhão com a Luz Essencial, e não uma substituição temporária do "espírito".

Essa comunhão é possível porque a Luz Essencial, considerada na Umbanda como a Substância Original, não é composta. E por não ser composta, pode perfeitamente ocupar o mesmo lugar no espaço e ao mesmo tempo com qualquer outra substância física ou etérea. Porém, é necessário que as incorporações ocorram com o aval do médium, em lugares e momentos adequados, e não aleatoriamente. Incorporações "incontroláveis", que colocam em risco a integridade física ou moral do médium, podem estar associadas a diferentes níveis de desequilíbrio. Nestes casos, as iniciações contam com o apoio ritualístico e o aconselhamento especializado.

A Mediunidade é tida, por alguns estudiosos, como um sistema único, capaz de se manifestar de diversas formas. Diante dessa diversificação da mediunidade, a ACALUZ é prudente ao qualificá-las. As qualidades da Mediunidade se caracterizam pela forma da manifestação ou mecanismo utilizado, e não pela sua intensidade. Incorporação, Vidência, Psicografia, Premonição e Intuição são algumas qualidades bastante conhecidas entre as religiões mediúnicas. Do ponto de vista iniciático, cada tipo de mediunidade exige ritos apropriados e orientações específicas. É, no mínimo, contraproducente estabelecer o mesmo método para iniciações envolvendo mediunidades distintas. Nos Ritos de Umbanda da Associação, as Iniciações Mediúnicas concentram-se na mediunidade de incorporação. Outras qualidades são cuidadosamente estudadas e seus médiuns encaminhados a centros idôneos e compatíveis ao tipo da mediunidade.

A Associação adotou a idade mínima de 16 anos para as iniciações mediúnicas. O fato deve-se ao cuidado do Terreiro em não interferir na formação psicológica e emocional de suas crianças na passagem para a adolescência. Isto não significa que o desenvolvimento mediúnico seja nocivo, desde que bem direcionado e apoiado por uma boa filosofia. Os cuidados do Templo se referem às responsabilidades ritualísticas e sociais implícitas nas iniciações. Tais compromissos seriam excessivos e desnecessários aos jovens, uma vez que a iniciação filosófica e os ritos preparatórios podem perfeitamente suprir o tempo de espera.

2. Processo Ritualístico:

O ritual intra-uterino, no qual iniciamos a vida neste mundo, estará sempre presente em nossa memória e por toda vida se repetirá. Tal qual um processo iniciático, a gestação nos impele a refletir sobre ritos da natureza e seus efeitos sobre nossa evolução. Sons, cores, movimentos, ritmos, espaços, fazem de cada momento oportuno um espetáculo único. É, sem dúvida, um grande ritual iniciático. É como se toda humanidade estivesse integrada num só Ritual. É a dança Sagrada de Deus que, na cadência da Vida, nos faz existir.

Diante da grandiosidade de existir e perceber a própria existência, só nos resta compreender a dinâmica das diferenças. É preciso Ser o contraste para perceber a coincidência. É preciso Morrer para Renascer. É preciso sentir para pensar em sentir novamente. As iniciações que a Vida nos oferece também abundam em preceitos e fundamentos. São ritos iniciáticos comprometidos exclusivamente com as transformações e mutações da Natureza. Construir e destruir para reconstruir. Esta é a regra do mundo. Isto é não ao conformismo.

Imitar os feitos da Natureza e tentar repeti-los de forma ordenada, sempre foi e será uma positiva e eterna paixão do Homem. As grandes conquistas e descobertas aconteceram a partir das observações de fenômenos naturais. As técnicas utilizadas nas navegações marítimas e aéreas, os cantos, as danças, são alguns exemplos que demonstram a importância dos rituais da Natureza em todas as épocas e para todos os fins. A Umbanda, na condição de religião natural, não necessariamente naturalista, tem o compromisso de instruir seus adeptos a encontrar na Natureza as energias indispensáveis a uma vida espiritualmente saudável. Porém, isto não se faz apenas com a intenção. É preciso ritualizar. "Seguir o curso dos rios". "Ouvir as pedras e Ver a Palavra de Deus".

Na ACALUZ, as Iniciações ritualísticas acontecem em três etapas. A primeira visa a integração do iniciando com a Natureza através de exercícios elementares voltados ao desenvolvimento da sensibilidade. A segunda propõe uma série de actividades ritualísticas destinadas ao desenvolvimento da capacidade de estabelecer, com as diferentes Linhas, uma relação vibratória equilibrada. Finalmente, a terceira etapa refere-se a um programa teórico, associado a práticas, no qual o iniciando aprende a dirigir e realizar diferentes ritos.

Por Adriano Figueiredo Leite e Diego Bragança de Moura

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

8 de Dezembro Festival de Yemanja



Hoje, em todo o Estado do Para comemora-se o Festival de Yemanja, assim como em outras regioes do Brasil, dia consagrado a Nossa Senhora da Conceiçao. Para os Umbandistas a data também é especial, pois a santa é sincretizada com Iemanjá.
A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento.

É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto.

Para quem vai ate as prais fazer sua homengame segue abaixo uma prece para tao bela entidade.

PRECE PARA IEMANJÁ

Oh, Querida Mãe Iemanjá, tu que governas as águas, derrama sobre a humanidade a tua proteção, fazendo assim, ó divina mãe, uma descarga em seus corpos materiais limpando suas auras e incutindo em seus corações o respeito e a veneração devida a essa força da natureza que simbolizas.

Fluidifica nosso espírito e descarrega nossa matéria de todas as impurezas que houverem adquirido.

Permita que tuas falanges nos protejam e amparem, assim o fazendo com toda a humanidade, nossa irmã.

Faça isso por nós, querida mãezinha.

Que assim seja!

Nao esqueça de levar uns agrados, para quem nao sabe segue aqui algumas dicas: Flores, velas, frutas, perfumes, sabonetes, joias, espelhos, bebidas, roupas.

Obs. nao esqueça que na hora da oferenda o que vale nao eh o valor da oferenda e sim a fe e oferta de coraçao aberto.


CANTO A YEMANJA


Fiz um pedido,
para mae serei,
para ela nunca mais me abandonarrr
na areiaaa, na areia branca do mar (bis)


Vamos dar viva a sereia do mar,
minage, minaja,
Rainha do Sereiah,
Minage, minaja


Eu fui na beira da praia,
pra ver o balanço do mar,
eu vi, seu retrato na areia,
me lembrei da sereia,
comecei a chamar,
o Janaina vem ver, o Janaina vem ca
vem receber estas flores que eu vim lhe ofertar.


no mar eram duas ventarolas,
eram duas ventarolas, navegando sobre o mar
Uma era a Yansa ea parrei
e a outra era Yemanja, flor do mar.

Por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ

Você sabia que a Umbanda faz batismo?

RITUAL DE BATISMO SEGUNDO NORMAS ELABORADAS NO SEMINARIO UMBANDISTA DO SUPERIOR ORGAO DE UMBANDA DO ESTADO DE SAO PAULO - POR ABGUAR BASTOS.



De acordo com a codificação e normas elaboradas pelo referido orgão, ficou previsto da seguinte maneira:

1. Material Usado:
* Imagem de São João Batista;
* Conga florido e iluminado com velas brancas;
* Bandeja com toalha branca;
* Bacia Branca esmaltada, de 25 cm de diametro;
* Dois pires brancos, pequenos (um para o oleo e outro para a pemba)
* Recipiente para o oleo;
* Recipiente para o Sal;
* Quartinha branca de porcelana;
* Toalha branca rendada de 2,00 x 0,60 m
* Agua Doce: devera ser de cachoeira, fonte ou mina (sem tratamento);
* Oleo: devera ser puro de oliva;
* Sal: devera ser puro e refinado;
* Pemba Branca: usada somente para rituais de batismo, casamento ou cruzamento.

Quanto aos demais apetrechos, somente serão usados em cerimoniais.

O Celebrante, o cambone e a curimba deverão estar trajados com seus uniformes de trabalho espiritual (todos de branco).

As vestes do batismo e dos padrinhos ficarão a criterio desses participantes, isto se os padrinhos não forem mediuns do terreiro.
A cerimonia sera feita materialmente e, apos o termino do batismo, devera descer a entidade espiritual para a confirmação.

2. Ponto cantado na hora do Batismo sem atabaque:

João Batizou cristo
Cristo Batizou João
Batizo este filho
com as aguas do rio Jordão

3. Ponto cantado no final do Batismo:

Estrela da Guia Guiou nosso
Guiai este filho caminhos que vai
Oh viva jesus nosso pai redentor
Que ao Vosso filho sangue derramou

Os padrinhos serão escolhidos pelo batizando (quando este em fase adulta) ou pelo pais (quando criança), podendo ser escolhidos padrinhos materiais e adrinhos espirituais (orixas ou guias do terreiro).
A agua que ficou depositada na bacia branca devera ser despejada em rio de agua corrente ou no pe de uma arvore em desenvolvimento, ofertando-a a mamae oxum ou, no segundo caso, a Oxossi.

O chefe do Terreiro devera celebrar o batismo, ou nomear uma pessoa credenciada, que tenha frequentado as aulas sobre os rituais.
a) O Celebrante devera ficar a frente do Conga, acompanhado do cambone e curimbas, onde ja estara a imagem de São João Batista e os apetrechos religiosos para o ato: quartinha com agua, pires com pemba sobre algodão esterilizado, pires com oleo de oliva e recipiente de sal, tudo sobre a bandeja forrada com uma toalha branca.
b) E processada a defumação do Conga e Corpo Mediunico e apos, dos assistentes.
c) Apos a defumação sera formada, pelos mediuns presentes, uma ala feminina e outra masculina.
d) O batizando adentrara a Aureola, acompanhado dos pais e padrinhos, ficando todos de frente para o conga, com o padrinho a direita do batizando e madrinha  com o mesmo ao colo, em se tratando de de criança e, quando adulto, a madrinha ficara ao lado esquerdo e com a mão direita sobre o ombro do batizando que no momento estara ajoelhado.
e) O Celebrante acendera a vela branca do Orixa do Terreiro e entregara a mesma ao padrinho, que a segurara com a mão direita.

4. Inicio da Cerimonia:
LITURGIA: Diz o celebrante - "Meus irmãos, vamos pedir licença aos guias Chefes deste Terreiro (citas os nomes) e nossos Orixas, para que neste momento o batizando aqui presente (citar o nome), acompanhado de seus pais e padrinhos, receba, neste terreiro, a Consagração do Batismo atraves das Falanges e Legioes de Espiritos de Luz que emanam em nossos Terreiros de Umbanda. Pedimos neste momento, ao Corpo Mediunico, que confirme seus pensamentos, ser designada a sua missão no Plano Terrestre. A partir deste data, apos a Consagração, este filho aos nossos Orixas, a fim de ser designada a sua missão no Plano Terrestre.  A partir desta data, apos a Consagração, este filho estara sob a influencia de todos os Orixas. (quando criança): Aos orixas Cosme, Damião e Doum e a Xango Menino, entregamos esta criança que representa no Campo Espiritual a corrente dos Anjos, para que tomem conta dos seus passos, em nome de todos os Orixas".
A curimba começa a cantar o 1º Ponto, enquanto o Celebrante unge no fogo da vela o polegar direito embebido em oleo, fazendo em seguida o Sinal da Cruz na testa, na nuca e no peito do batizando e dizendo "Ungido foi nosso Pai Oxala pelo Santo Batismo, assim eu te unjo para Cumprimento da Nossa Lei". A seguir, coloca uma pitada de sal sobre a lingua do Batizando, dizendo: "Pela agua que possuis em teu corpo, eu te cruzo com sal, para que fiques protegido das açoes maleficas". Em seguida pega a pemba e faz uma cruz nas frontes e no centro da cabeça. Continuando, o Celebrante pega a quartinha de agua derramando-a sobre a cabeça do batizando. Essa agua eh aparada na bacia branca, segura pelo cambone, e diz: " Eu te lavo a cabeça , batizando-te (citar o nome) para que se confirme na linha de Xango a tua Inteligencia e a tua Purificação". Em seguida sopra o lado direito e o lado esquerdo do batizando, dizendo: "Que tuas palavras apos este santo batismo te torne um verdadeiro umbandista.
A Curimba começa a cantar o 2º Ponto. O Padrinho apaga a vela com a ponta dos dedos e o Celebrante diz: " se por ventura alguma vez te encontrares em desespero ou necessidade, acende esta vela e pede a proteção de teus padrinhos do Astral Superior.
O batizando se adulto, toma a benção dos padrinhos e do Celebrante. Em seguida sera feita uma preleção aos Padrinhos sobre a responsabilidade dos mesmos em relação ao batizando. A seguir, sera feita a incorporação de uma ou mais entidades espirituais para  a confirmação do Batismo, caso o deseje o batizando ou os padrinhos (no caso de ser criança).
A curimba começa a cantar o Ponto da Estrela da Guia, acompanhada por todos os presentes.

Pesquisa: Livro Os Cultos Magico-Religiosos no Brasil de Abguar Bastos- 1979- Pag. 144 a 146.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vestimentas na Umbanda


Dentre os caracteres basilares de nossa Sagrada Umbanda, um dos elementos de grande significância e fundamento dentro da teurgia, liturgia e da magística, é o uso da vestimenta branca.

Em 16 de novembro de 1908, data da anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade anunciadora da móvel religião, ao fixar as bases e diretrizes do segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes (médiuns) utilizariam roupas brancas. Mas, por quê?. Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento mítico, místico, científico e religioso da cor branca ?. No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor branca aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados. Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior.

As ordens iniciáticas utilizavam insígnias de cor branca; os bramânes tinham como símbolo o Branco, que se exteriorizava em seus vestuário e estandartes. Os antigos druídas tinham na cor branca um de seus principais elos de ligação do material para o espiritual, do tangível para o intangível. Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes brancos.

O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido branco nas peregrinações e pregações que fazia. Nas guerras, quando os adversários, oprimidos pelo cansaço e perdas humanas, se despojavam de comportamentos irracionais e manifestavam sincera intenção de encerrarem a contenda, o que faziam? desfraldavam bandeiras. E de que cor? a branca, é claro !!!

O que falar então do vestuário dos profissionais das diversas áreas de saúde. Médicos, enfermeiros, dentistas etc., todos se utilizando de roupas brancas para suas atividades. Por quê ? Porque a roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e outros valores de elevada estirpe. Se não bastasse tudo o que foi dito até agora, vamos encontrar a razão científica do uso da cor branca na Umbanda através das pesquisas de Isaac Newton. Este grande cientista do século XVII, dedicando-se ao estudo das cores e da luz, em uma de suas experiências fez a luz comum (luz solar - branca) passar por um cristal em forma de prisma, conseguindo desdobrar a cor-matriz nas cores do arco-íris. Provou deste modo que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores existentes. Newton realizou várias contra-provas para ratificar sua descoberta, onde podemos citar o famoso Disco de Newton.

O cientista dispôs as cores alcançadas através de sua experiência num disco circular. Acionou a manivela, fazendo o disco girar sobre seu próprio eixo (rotação), momento em que as cores se fundiram, dando como resultado final a cor branca.

Portanto, a cor branca tem sua razão de ser na Umbanda, pois temos que lembrar que a religião que abraçamos é capitaneada por Sete Forças Cósmicas Inteligentes (Orixás), sendo que a Cosmopotência Oxalá (Jesus Cristo), que tem a cor branca como representação, supervisiona as Seis Forças restantes. Experimentem fundir todas as cores representativas dos Orixás e verão que a cor final será a branca, como nos experimentos de Isaac Newton. Assim como a cor branca contém dentro de si todas as demais cores, a Irradiação de Oxalá contém dentro de sua.

Axé a todos

Todos os Créditos ao Sr. Emidio de Ogum
Pesquisa do Sr. Diego Bragança de Moura - Colaborador do Blog e Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.

O PODER DAS VELAS


A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia.

Quando um umbandista acende uma vela, mal sabe que está abrindo, para sua mente, uma porta interdimensional, onde sua mente consciente nem sonha com a força de seus poderes mentais.

A vela funciona na mente das pessoas como um código mental. Os estímulos visuais captados pela luz da chama da vela acendem, na verdade, a fogueira interior de cada um, despertando a lembrança de um passado muito distante, onde seus ancestrais, sentados ao redor do fogo, tomavam decisões que mudariam o curso de suas vidas.

A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica, uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente.

Uma das várias razões da influência mística da vela na psique das pessoas, é a sensação de que ela, através de sua chama, parece ter vida própria. Embora, na verdade, saibamos através do ocultismo, que o fogo possui uma energia conhecida como espíritos do fogo ou salamandras.

Muitos umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela.

Sabemos que a vida gera calor e que a morte traz o frio. Sendo a chama da vela cheia de calor, ela tem um amplo sentido de vida, despertando nas pessoas a esperança, a fé e o amor.

No ritual da magia o mago entra em contato com seu mundo inconsciente, depositário de suas forças mentais, onde irão ser utilizadas para que alcancem seus propósitos iniciais. Qualquer pessoa que acender uma vela, com fé, está nesse momento realizando um ritual mágico e, conseqüentemente, está sendo um mago.

Se uma pessoa evoca suas forças mentais, com a ajuda da magia das velas, no sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se inverter o fluxo das energias psíquicas, utilizando-as para prejudicar qualquer pessoa, o retorno será infalível e as energias de retorno serão sempre mais fortes, pois voltam acrescidas da energia de quem as recebeu.

As pessoas que utilizam a força da magia das velas – que, na realidade, despertam as forças interiores de cada um – com propósitos maléficos, não são consideradas magos, mas feiticeiros ou bruxos. Infeliz daquele que, na ânsia de destruir seus inimigos, acendem velas com formatos de sapo, de diabo, de caveira, de caixão, etc., assumindo um terrível compromisso cármico com os senhores do destino. Todos os nossos pensamentos, palavras e atos estão sendo gravados na memória do infinito, ninguém fica impune junto à justiça divina.

Voltaremos ao planeta Terra, quantas encarnações forem necessárias para expiar nossas dívidas com o passado. Por outro lado, feliz daquele que lembra de acender uma vela com o coração cheio de amor para o anjo-da-guarda de seu inimigo, perdoando-o por sua insensatez, pois irá criar, ao seu redor, um campo vibratório de harmonia cósmica, elevando suas vibrações superiores.

Ao acender velas para as almas, para o anjo-da-guarda, para os pretos-velhos, caboclos, para a firmeza de pontos, Conga, para um santo de sua preferência ou como oferenda aos Orixás, é importante que o umbandista saiba que a vela é muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma conotação do provérbio popular que diz: "A mão de quem dá uma flor, fica mais perfumada do que a de quem a recebe."

A intenção de acender uma vela gera uma energia mental no cérebro da pessoa.

Essa energia é que a entidade espiritual irá captar em seu campo vibratório.

Assim a quantidade de velas não influirá no valor do trabalho; a influência se fará diretamente na mente da pessoa que está acendendo as velas, no sentido de aumentar ou não o grau da intenção. Desta forma, é inútil acreditar que podemos comprar favores de uma entidade negociando com uma maior ou menor de velas acesas. Os espíritos captam em primeiro lugar as vibrações de nossos sentimentos, quer acendamos velas ou não. Daí ser melhor ouvir uma das máximas de Jesus que diz: “Antes de fazer sua oferenda, procure conciliar-se com seu irmão.”

Não é conveniente, ao encontrar uma vela acesa no portão do cemitério, nas encruzilhadas, embaixo de uma árvore, ao lado de uma oferenda, apagá-la por brincadeira ou por outra razão. Devemos respeitar a fé das pessoas. Quem assim o cometer, deve ter em mente que poderá acarretar sérios problemas, de ordem espiritual, com sua atitude.

Precisamos respeitar o sentimento de religiosidade das pessoas, principalmente quando acender uma vela faz parte desse sentimento. Se ao acender uma vela, a pessoa tiver um forte poder de magnetização, torna-se mais perigoso apagá-la. Mas, se ela não estiver magnetizada, fica a critério de cada um.

VELAS QUEBRADAS OU USADAS

Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens ou que não estejam quebradas. A principio pensei tratar-se de mera superstição, mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente, evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia. Somente no caso da vela quebrada encontrei um componente supersticioso: psicologicamente a pessoa acredita que um trabalho perfeito precisa de instrumentos perfeitos.

Se o trabalho obtiver sucesso, o detalhe da vela quebrada não será notado: mas, se falhar, será tido como principal fator de seu fracasso.

FÓSFORO OU ISQUEIRO

Em muitos Terreiros existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos de fósforos, evitando acendê-las com isqueiro ou em outra vela acesa.

Normalmente os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química em contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações que funcionam como um comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório, promovendo, desta forma, uma limpeza psíquica no ambiente. Não é a pólvora que faz a limpeza, mas a mente do médium, se ele conseguir ativá-la para este fim.

VELA DE SETE DIAS

Na Umbanda alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos, de acordo com a Psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela, isoladamente, não há nenhum tipo de reforço que se baseie na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé, e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos. Na prática, constatamos que dificilmente uma vela de sete dias queima durante todo esse tempo.


MENSAGENS DAS VELAS

Ao acender uma vela é possível identificar algumas mensagens:

Vela que não acende prontamente - indica que o anjo pode estar tendo dificuldades para ancorar. O astral ao seu redor pode estar "poluído ou carregado".

Vela queimando com chama azulada - o anjo demonstra que, devido às circunstâncias, seu pedido terá algumas mudanças. Está lhe pedindo paciência, pois a realização de seu desejo já está a caminho.

Vela queimando com chama amarelada - a sua felicidade está próxima.

Vela queimando com chama vermelha - o seu pedido está sendo realizado.

Vela queimando com chama brilhante - você está tendo êxito no seu pedido.

Chama que levanta e abaixa - você está pensando em várias coisas ao mesmo tempo. Sua mente pode estar um pouco tumultuada. Alerta para firmar o seu pedido.

Chama que solta fagulhas no ar - o anjo colocará alguém no seu caminho para comunicar o que você deseja. Poderá ter algum tipo de desapontamento ou aborrecimento antes do seu pedido ser realizado.

Chama que parece uma espiral - seus pedidos serão alcançados, o anjo já está levando sua mensagem. Mas cuidado, não faça comentários sobre seus desejos, pois tem gente por perto querendo atrapalhar os seus pedidos.

Pavio que se divide em dois - seu pedido foi feito de forma duvidosa, tente novamente.

Ponta de pavio brilhante - sorte e sucesso no seu pedido.

Vela que chora muito - O anjo sente dificuldades em realizar o seu pedido. Pois, você está muito emotiva, e sem forças.

Sobra um pouco de pavio e a cera fica em volta - o anjo pede mais oração.

Se a vela apaga, depois de acesa, sem vento por perto - o anjo ajudará na parte mais difícil do pedido, o resto cabe à você resolver. Acenda mais duas velas, para reforçar o pedido.

Chama enfraquecida - é preciso reforçar o seu pedido.

Chama que permanece baixa - dê tempo ao tempo, pois esta não é a hora certa para receber o que tanto deseja. Indica que você não está bem e há necessidade de elevar rapidamente o seu astral.

Chama que vacila - o pedido se realizará, mas antes ocorrerá alguma transformação necessária.

Quando se acende mais de uma vela e uma das chamas está mais brilhante do que as outras - indica boa sorte.

Quando se acende mais de uma vela e todas as chamas estão altas e brilhantes - erga as mãos para o Céu e agradeça pela bênção que está recebendo em seu pedido.

Quando a vela queima por inteiro - seu pedido foi plenamente aceito.

Quando a vela forma uma espécie de escada ao lado - seu pedido está se concretizando.

Quando a vela termina de queimar e sobra cera esparramada no prato, sem queimar - é sinal que você precisa acender novamente o que sobrou, pois existem energias negativas atrapalhando. Quando terminar de queimar, então acenda outra e agradeça ao seu Anjo.

Obs.: nem todos acreditam nestas mensagens acima descritas, mas não nos custa mencioná-las.

SEGUNDO SUA FORMA

Velas quadradas - mobilizam energias e propostas de teor material, quando buscamos cimentar algo prático e objetivo. Agrega solidez e força.

Velas cilíndricas - são elementos de força que promovem a elevação, geram a sensação de superação. Usadas para crescimento e orientação. Ideais para superar limites e purificação espiritual.

Velas redondas - ativam e facilitam as mudanças. Acender uma vela redonda serve para dar uma injeção de vigor a uma situação que se encontra adormecida. Uma carga de energia.

Velas triangulares ou hexagonais - quando apresentam ângulos muito marcados geram uma energia de luta e combate. Pode-se usar para vencer uma concorrência ou para superar o outro em uma disputa comercial ou judicial.

Velas espiraladas - quando se busca maior objetividade em assunto em que a fantasia está mesclada com a realidade. As que apresentam a forma de caracol são usadas para claridade mental e sabedoria interior.

Velas de mel - sugerem doçura e harmonia. Indicadas para cumprir desejos de sintonia de casal e para criar bons laços de trabalho.

Velas com símbolos orientais - quase todos eles são indicados para a prosperidade, sabedoria, saúde, paz e amor. Enquanto queimam vão ativando distintos símbolos ou setores de nossa vida.

Velas animal-print - as que são estampadas com texturas de animais selvagens são indicadas para sexualidade e potenciam a libido.

Velas frutais - são ótimas para indicar a melhor solução ante problemas de trabalho ou de resolução profissional.

Velas flutuantes - somente utilizadas para propósitos sentimentais. Devem ser acesas entre as 12hs e 18hs, durante o dia, enquanto rege o elemento Sol para receber toda a força e energia. Se desejar fazer um jantar à luz de velas pela noite, basta colocar o recipiente com a água em pleno Sol por cerca de duas horas.

Velas perfumadas - os aromas permitem que a cor some-se à força que imprime cada essência. Os aromas atuam sobre nosso sistema nervoso, inclusive estimulam as distintas funções do organismo a nível sensorial e extra-sensorial.

Velas em gel - não são as mais indicadas para pedidos, porém servem para tudo que seja a busca do equilíbrio energético ou em trabalhos com a aura humana, desde que se saiba onde deve buscar o equilíbrio.

SEGUNDO SEUS INGREDIENTES

Absinto: estimulante geral para o cansaço mental e físico.
Alecrim: traz saúde e sucesso nos negócios, acalma.
Alfazema: acalma, limpa o ambiente.
Almíscar: afrodisíaco, traz sensualidade e atração.
Amadeirados: para trabalho, dinheiro e profissão.
Amor Perfeito: purificação, estudo, amor, elevação das vibrações.
Angélica: fortifica a espiritualidade.
Anis: para despertar o amor interno.
Anúbis: para despertar a força.
Arruda: proteção, limpeza de ambientes carregados.
Bálsamo: acalma e equilibra a energia.
Bálsamo Rosa: acalma, purifica, favorece o estudo, o amor, eleva as vibrações, equilíbrio psíquico.
Benjoim: aumenta a espiritualidade, exorcismo.
Camomila: acalma, purifica, equilíbrio psíquico.
Canela: estimulante, atraí prosperidade, bens materiais, equilíbrio mental.
Cânfora: acalma, limpa ambientes carregados, desenvolvimento psíquico.
Cedro: purifica, para despertar forças, equilíbrio psíquico.
Cítricos: podem ajudar a baixar a pressão sangüínea, são tonificantes do estômago e acalmam os nervos. Experimente o efeito revigorante, refrescante e ao mesmo tempo, calmante dos aromas de laranja e mandarina.
Coco: estimula o bem estar.
Cravo: excitante, afrodisíaco, expulsa forças negativas, expectorante.
Cravo-da-Índia: purifica, desperta força, espiritualidade, sensualidade e atração.
Dama-da-Noite: ideal para encontros amorosos.
Egípcio: purifica, amor.
Erva-Doce: poderoso calmante.
Especiarias: alecrim - protetor e revitalizante; menta - estimula e refresca.
Espiritual: purifica, para despertar forças e espiritualidade.
Eternum: estudo, espiritualidade, elevação das vibrações, psíquicos.
Eucalipto: purifica.
Flor-da-Índia (Kewda): purifica as vias respiratórias.
Flor-de-Pitanga: incentiva a criatividade.
Flor-do-campo: equilíbrio emocional.
Floral: afasta os sentimentos negativos. Provocam sentimentos de alegria, amor e serenidade.
Heliotrópio: amor.
Jasmim: afrodisíaco, atrai paixão, melhora o humor, espiritualidade, elevação das vibrações, psíquico.
Kamarc: para despertar força.
Lavanda: harmonia, paz e equilíbrio. Sinta o ar mais leve e o espírito elevado. Muito eficaz para dores de cabeça provocada por olho gordo Também pode ser usada no dormitório das crianças quando estão doentes. Outra maneira de eliminar a dor de cabeça, no ato, é usar um raminho de lavanda fresca sobre a testa. Mergulhe-a previamente em água fria e aplique diretamente sobre a frente, olhos, alto da cabeça e nuca.
Limão: verá como desaparecem os insetos, ao mesmo tempo em que sente a frescura da fragrância de limão. Empregado para acalmar os nervos e aliviar dores de cabeça depois de um dia de stress.
Lótus: estudo, elevação das vibrações.
Maçã-Rosada: acalma.
Madeira: energia positiva, amor, elevação das vibrações.
Madeira Oriental: sensualidade e atração.
Mirra: traz saúde e sucesso nos negócios, oferenda aos deuses, boa sorte, acalma, purifica, espiritualidade e psíquico.
Mirra Quefren: para despertar força.
Musk: cria um ambiente de sensualidade.
Néfer: amor, sensualidade e atração
Nefetis: amor.
Noz Moscada: diminui a ansiedade.
Ópio: favorece a determinação, eleva as vibrações, estudo e psíquico, alucinógeno.
Ópio Rosa: sensualidade e atração.
Orquídea: afrodisíaco.
Orquídea Azul: psíquico.
Papoula: psíquico.
Patchuli: desperta a alegria, clarividência, sensualidade, atração, desperta força.
Pinho: acenda sua vela em um destes pequenos fornos de cerâmica, onde se agrega óleo, e sinta como o stress e a confusão mental desaparecem. O fresco aroma das madeiras de pinho melhora muitas doenças como reumatismo, resfriados, tosse e dor de garganta. Os músculos doloridos se relaxam.
Quefren: elevação das vibrações e psíquico.
Romanus: para despertar força e psíquico.
Rosa: purifica, estudo, espiritualidade, amor, eleva as vibrações, psíquico.
Rosa Branca: purifica os sentimentos, acalma.
Rosa Musgo: rejuvenesce, embeleza e amacia a pele.
Rosa Real: útil na defesa da casa.
Rosário: acalma, amor, eleva as vibrações.
Sândalo: acalma, purifica, estudo, espiritualidade, amor, eleva as vibrações, sensualidade e atração, favorece a meditação e a intuição; equilíbrio mental.
Templum: estudo, espiritualidade, eleva as vibrações, psíquico.
Velas Perfumadas: os aromas permitem que a cor some-se à força que imprime cada essência. Os aromas atuam sobre nosso sistema nervoso, inclusive estimulam as distintas funções do organismo a nível sensorial e extra-sensorial.
Verbena: atrai sorte.
Vetvert: ativa a sensualidade, comando.
Violeta: desperta autoconfiança, afrodisíaco.
Ylag Ylang: ativa a sensualidade, poderoso afrodisíaco.

Obs.: os subtítulos “Segundo sua Forma” e “Segundo seus Ingredientes”, são descritos segundo a visão do Esoterismo.

LEMBRETES:

Não recomendamos, aos Umbandistas, fazerem velas com restos de outras velas, seja qual for o motivo, pois as conseqüências são imprevisíveis. Com a magia não devemos nos arriscar; ou temos certeza, ou não a realizamos. Os restos de velas estão impregnados das energias mentais de quem as acendeu. Aproveitar esses restos é o mesmo que querer aproveitar os restos dessas energias; como não sabemos com qual intenção as velas foram acesas, haverá fatalmente um choque entre diversas energias.

A vela acesa para o anjo-da-guarda, que seu campo vibratório representa, deverá ser acesa sempre com um copo d’água ao lado, para captar as cargas negativas que poderão prejudicá-lo nas tarefas que irá realizar. A vela acesa para seu anjo-da-guarda deverá obedecer ao seguinte ritual: um copo com água limpa, um pedaço de papel quadrado, de cor branca, sem pautas, para vibrar na mesma freqüência da vela, com seu nome, ou o nome de quem você deseja ajudar, escrito em forma de cruz, ou seja, o nome na posição horizontal e vertical. A vela deverá ser colocada à direita do copo d’água. Os resultados são excelentes e deverá ter cuidado com o seguinte: deverá acender a vela num local seguro, para evitar incêndio, acima de sua cabeça, onde não tenha trânsito de pessoas.


CONSAGRAÇÃO DAS VELAS

Esta parte é fundamental, pois é a consagração que torna a vela um objeto mágico. Sem ser consagrada uma vela é apenas um cilindro de parafina com um pavio que serve para iluminar ambientes escuros, mas com a consagração ela se torna um instrumento de magia capaz de estabelecer contato direto com planos sutis e entidades. Poderia-se dizer até que a consagração é o ato de batismo da vela.

Esse ato de consagração, esse batismo, deve ser feito com óleo, mais preferencialmente aquelas essências aromáticas à base de óleo. Essa prática é milenar e até no Êxodo, Bíblia, se encontram referências sobre óleos de consagração.

No comércio especializado você adquire (ou fabrica você mesmo) um vidro de essência à base de óleo. Particularmente eu prefiro a de rosas, por ser mais forte, mas você escolhe a que mais lhe agradar, desde que seja à base de óleo, porque há muitos tipos de essência e nem todas tem óleo, que nesse caso é essencial.

Pegue esse vidro e vá para um lugar sossegado onde não vá ser interrompido.

Sente-se. Respire fundo algumas vezes, visualizando uma luz dourada cintilante envolvendo o ambiente. Após alguns minutos abra o vidro, ponha um pouco de óleo nas mãos, esfregue-as até aquecer, então pegue o vidro e vá passando as mãos nele e diz em voz baixa : "Em nome do Poder Maior eu te consagrado e te santifico, para que a partir dessa hora sagrada sejas elo entre as coisas da Terra e a Divindade, que possas me ajudar em toda obra do Bem e que exerças a força que te concedo. E que tudo seja sempre feito de acordo com a vontade do Poder Maior. "Isso deve ser repetido três vezes, com muita convicção, a fim de que o óleo seja impregnado. A consagração do óleo é feita de uma vez só, pois o vidro ficará impregnado com suas vibrações por um bom tempo. Se achar necessário, pode repetir a consagração sempre que achar mais adequado.

Agora vem a consagração da vela. Alguns místicos preferem chamar de unção, mas pessoalmente acho que consagração seja mais adequado.

Pegue a vela (sendo mais de uma, deve ser feito com uma de cada vez, para que a impregnação não seja diluída); pegue o óleo e molhe os dedos; agora pense, visualize seu desejo com tanta convicção como se ele já estivesse realizado, visualize que o ritual que irá executar atingiu o objetivo. Se você deseja ATRAIR alguma coisa, esfregue os dedos com óleo na vela DE CIMA PARA BAIXO; se deseja AFASTAR alguma coisa, faça-o DE BAIXO PARA CIMA. Se desejar, você também pode escrever na vela o que deseja ou o nome da pessoa a quem o ritual será dedicado: para escrever na vela use sempre uma ponta de aço. Depois de escrever, passe os dedos com óleo (escrever na vela é opcional). Enquanto visualiza e passa o óleo, vá repetindo a mesma consagração do óleo.

Tenha em mente que a força do seu pensamento é que tornará a vela um objeto mágico, por isso a chave é a visualização. Agora faça uma oração de acordo com a sua crença pessoal.

Um detalhe importante: se após iniciado o ritual a vela se apagar (desde que não haja motivo, tais como correntes de ar), significa que ou a consagração não foi feita com êxito e por isso o ritual foi considerado ilegítimo, ou a intenção não é boa, ou ainda, as forças necessárias à execução do ritual não estão presentes. De qualquer forma, é um aviso que deve ser respeitado. Tendo verificado que a vela se apagou sem nenhuma razão aparente, suspenda o ritual naquele dia. Quando reiniciar, faça tudo de novo, inclusive a consagração do óleo.

Jamais reaproveite a vela usada em um ritual. Terminado o seu ritual as velas são apagadas e você pode guardá-las ou mesmo jogá-las fora, mas nunca reutilize velas ritualísticas, mesmo que tenham ficado "com pouco uso". Se fizer esse reaproveitamento seu ritual será anulado, podendo até gerar efeito contrário ao que era esperado. Uma vela consagrada deve ser usada uma única vez.

E tenha em mente que a eficácia de um ritual depende muito do empenho, concentração, força de vontade e capacidade de visualização do operador. Você deve VER o resultado do seu ritual, deve ter convicção de que obterá seu objetivo. Realizar um ritual apenas por fazer, sem nenhuma convicção, é o que pode ser definido como desperdício de tempo. Chame para si a autoridade concedida pelo Poder Maior e execute seu ritual sem pressa e sem estar sob pressão. Nenhum ritual deve ter menos de uns 45 minutos, porque se tiver menos que isso pode significar que o operador nem teve tempo de se envolver com ele, ou seja, a atitude física não teve tempo de estar sintonizada com a atitude mental. Todo e qualquer ritual, sendo executado corretamente, usará forças sutis que se não forem manipuladas de forma adequada poderão até se voltar contra o operador.

CONSELHOS ÚTEIS A RESPEITO DAS VELAS

Se precisar apagar a vela que esteja sendo usada ritualisticamente, JAMAIS o faça soprando a vela, velas de ritual só podem ser apagadas com abafador ou com os dedos, jamais sopre essas velas.

A vela deve ser muito bem fixada, se não tiver uma base grande. Especialmente no caso das cilíndricas, é importante fixá-las para que não caiam; assim, use a cera dela mesma para fixar, mesmo que esteja em candelabro. Dependendo do tamanho é interessante colocá-la dentro de um copo ou de um vidro refratário, COM UM POUQUINHO D'ÁGUA NO FUNDO, para que a parafina não grude: havendo água no fundo, só um pouco, o que sobrar da parafina sai inteiro, sem grudar, mas sem água você só vai conseguir limpar o copo com água fervendo, porque gruda mesmo. No comércio há vidros especiais para velas de sete dias e outros tipos.

Às vezes acontece, com qualquer tipo de vela, que à medida em que ela vai se consumindo, a parte já queimada do pavio vai se acumulando junto à chama, fazendo com que esta vá ficando muito forte e intensa, o que faz a vela queimar depressa demais e se esparramar, por isso é aconselhável, quando isso acontecer, cortar com uma tesoura essa parte preta do pavio já queimado.

Por precaução, especialmente nas atividades que vão requerer várias velas, simultaneamente, é recomendável que se disponha de meios para enfrentar alguma provável emergência. Assim, aconselha-se que sempre se possa dispor de água suficiente para alguma eventualidade, ou então uma maneira rápida de abafar.

Amados Irmãos de Umbanda, chegaremos em um momento na Umbanda, em que o Homem deverá estar plenamente consciente de que sua força mental é a sua grande aliada e nunca a sua inimiga. Deverá libertar-se gradativamente dos valores exteriores criados por sua mente e valorizar-se mais. Seu grande desafio é superar a si mesmo. Em vez de acender uma vela, deverá acender sua chama interior e tornar-se um iluminado, e, com o brilho dessa chama sagrada, mostrar o caminho aos seus irmãos.

Axé a todos

Todos os Créditos deste porte ao Sr. Emidio de Ogum
Pesquisa Realizada Pelo Sr. Diego Bragança de Moura - Colaborador do Blog e Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.