sábado, 16 de janeiro de 2010

O chefe de Terreiro também envelhece


Os verdadeiros Chefes de Terreiros, que recebem a outorga para abrirem e manterem nossos queridos templos de Umbanda normalmente tem uma das missões mais árduas dentro da religião. Embora sempre visados e invejados, muitas vezes até difamados de forma grosseira e covarde, tem que estar à disposição de todos do terreiro seja da assistência, seja dos membros com suas dúvidas, necessidades, temores e anseio de informações.

Por ter estas tarefas e muitas outras que conhecemos e outras que nem podemos imaginar é que esta edificante pessoal, o Chefe do Terreiro, presta inestimáveis serviços a Umbanda, as pessoas e a espiritualidade.
Contudo, assim como qualquer ser encarnado no nosso planeta este passa dos seus áureos momentos de vigor físico para a frágil condição que a velhice nos acorrenta e em algum momento de sua vida terá que se dedicar mais a observar os trabalhos conduzidos por outros isso quando as enfermidades várias não tomarem grande parte do seu tempo e remédios intermináveis lhe farão parte do cotidiano.
Até então nada de mais, todos nós passamos por isso. O grande problema oculto em muitos rincões desta nossa Umbanda é que para ser no mínimo um bom Chefe de Terreiro tem-se que doar muito do seu tempo e vigor, porém no momento que ele mais necessita a maioria das pessoas com quem já interagiu simplesmente o abandona a sua própria sorte.
Nós, médiuns fazemos o trajeto casa terreiro algumas vezes por semana (quanto não apenas uma) e continuamos nossa pacata vida de trabalhadores, com décimos-terceiros, previdência publica ou privada, férias e esquecemos que em muitos casos nossos Chefes de Terreiros não tem condições financeiras abundantes quanto não muito trabalham quase que exclusivamente para o terreiro.
Porque quando entramos em assuntos sobre o vil metal os ânimos se modificam, os sovinas se articulam, os sem consciência se espantam e os conscientes se omitem? Sim um Chefe de Terreiro necessita também ter uma vida digna e moderada em se tratando de finanças para que possa ter tranqüilidade como muitos de nós temos para desenvolver suas atividades espirituais e físicas.
O primeiro passo é o corpo mediúnico verificar a quantidade de horas que o Chefe do Terreiro está se dedicando aos propósitos do terreiro e se for um tempo que seja considerado grande (tirando a liturgia, para mim 28h semanais, chegando a ser a única atividade) este deve ser mantido pela casa (seus médiuns) de forma profissional, principalmente no que se diz respeito a um plano de saúde realmente amplo e eficaz e uma aposentadoria privada que lhe assegure a dignidade quando envelhecer.
Só assim, todas as gerações que acompanharam o terreiro poderão de alguma forma contribuir com aquele que sempre esteve lá à disposição em corpo e alma, doando vibração, oração, amor e fé, mas que como todos nós em algum momento da sua vida não terá forças para fazê-lo. Não porque não deseja mais, mas por imposição das leis de Deus.

Pesquisa por Adriano Figueiredo Leite

Onde está o Poder?


A frase ecoa por todos os terreiros, ultrapassa as giras, está em quase todos os livros, é motivo de aceitação coletiva e todos já um dia a pronunciaram: “O primeiro passo para a queda de um médium é a vaidade.”

Muito já se falou e se fala sobre o assunto, porém ainda repetidamente em todos os cantos dessa terra, sacerdotes curvam-se as intenções humanas (quando não outras) e acham que possuem algo especial que outros não têm e em alguns casos chegam a se sentir verdadeiras divindades. Este processo se dá em todas as fases do aprendizado espiritual sem distinção de idade ou sexo, mas nos Pais de Santo existe uma lente de aumento, porque são a minoria e ao mesmo tempo o espelho do terreiro.
Existem pessoas que realmente são impares, seu entendimento espiritual tem dimensões que é desconhecido da grande parcela de reencarnados neste planeta, mas é apenas isso. Entendimento espiritual não é poder, na verdade é responsabilidade porque tudo e qualquer poder emana apenas de Deus.
O entendimento espiritual está diretamente proporcional a capacidade da criatura humana se situar dentro da criação, conhecer a lei de Deus e viver sobre esta. Observe grandes espíritos que aqui estiveram e nada possuíram, eles nunca se auto intitularão nada, mas foram colocados em situação de destaque por sua comunidade, seu povo ou pela humanidade e ainda assim seguiram-se simples na meta de cultivar raízes com o criador.

Tomemos como exemplo alguns pilares de algumas religiões para que possamos nos referenciar:

1. Jesus: Próprio Deus encarnado foi um carpinteiro.

2. Siddhartha: Um príncipe que fez votos de pobreza e alcançou o estado de Buda.

3. Gandhi: Advogado que largou tudo em pró de uma revolução pacífica na Índia.

4. Chico Xavier: Um dos pilares do espiritismo, humilde servidor publico aposentado.

Interessante vermos que em tão grandes personalidades espirituais foram pessoas simples, o que nos remete ao pensamento que a capacidade espiritual é totalmente distinta de capacidade intelectual e financeira como priorizamos no presente momento.

E na Umbanda? A maioria dos grandes autores e dos pensadores em destaque se remete a justamente o oposto: Se auto intitulam Grandes Magos, falam a todos como tem outorga no plano espiritual, que em outras reencarnações foram sempre algo de destaque em castas sensacionais como se isso fosse pré requisito para reconhecimento de serem pessoas capazes de dizer algo mais sobre a espiritualidade e trazer com sigo o brasão de Deus.

Já observou um mendigo na rua? Boa parte dos Umbandistas explica que este está sofrendo por vidas passadas porque anteriormente fez isso e aquilo. Mas se pensarmos em outra direção? E se esse não for o ultimo patamar de ascensão espiritual daquela pessoa, que após o desencarne militará com um Caboclo ou um Preto-Velho e que está neste momento se curvando à abdicação de tudo, a humildade de ter uma vida que não corresponde a sua capacidade espiritual, mas mesmo assim é uma pessoa sensata, feliz e de bem com a humanidade e com Deus. Se você tivesse a certeza de que isso é verdade, como trataria esse mendigo?

Porque uma pessoa de destaque na Umbanda não pode ter sido em outras encarnações um sapateiro, um ajudante de cozinha? Isso é desmerecer a capacidade espiritual? Alias, o que a pessoa foi em outras encarnações é realmente necessário saber? Isso atende a que propósito nos dias de hoje?

O verdadeiro poder vem da compreensão do outro, da fé, do amor pleno e da capacidade de sentir Deus, se um Umbandista não estiver traçando este caminho ele não está no caminho da Umbanda, pois nenhum de nós tem poder. O que temos é a permissão de Deus de usar seu poder em pró dos que necessitam dele.

Pesquisa do Adriano Figueiredo

Cantando para Cabocla Herondina

Abaixo, pontos para a Cabocla Herondina, para uns, india guerreira, para outras e em outros Estados, Cabocla Braba, no Pará, Cabocla Herondina, quebra demanda e feitiços pesados. Muito respeitada e admirada por todos quando chega.

I
Eh ganga, eh ganga eh gannnga,
A onça é negra seu cavalo é alazão(bis)

II
Onça, Tigre é seu cavalo
Surucucu é seu gibão
Cascavel sua peneira
Jibóia seu cinturão.

III
Ela passa a lagoa
lagoa do Jucá(bis)
Quem duvida venha ver
A cabocla Herondina Trabalhar

IV
No mar tem flores
Tem rosário de Nossa Senhora(bis)
Arueira meu São Benedito
Cabocla Herondina chegou nesta hora

V
Oh dina oh dina, Dina Oh(bis)
Baiou no couro, Dina oh
Baiou no vidro, Dina oh
Baiou na mata, Dina oh
Na Encruzilhada, Dina oh

VI
Deu uma ventania oh ganga
Nu alto da serra,
É ela a cabocla Herondina oh ganga...
Que vem vencer a guerra.(bis)

VII
Éh de cocoriô, é de cocoriá
Cabocla Herondina é de umbanda só
Umbanda só, umbanda só,
Cabocla Herondina é umbanda só

VIII
Com facas e punhal na mão
Seu corpo crivado de agulhas
É ela a Cabocla Herondina
Ninguém lhe toca, ninguém lhe bula

XI
Herondina é uma moça mal
Deu três gagalhadas no céu
Deu três, deu três,
deus três gargalhadas no céu

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Caboclo Zé Malandro

Segue abaixo cantos para o Caboclo Zé Malandro, para quem ainda não leu sua história é só dá uma passadinha em nosso linck de Fundamentos que ela está lá, vale lembrar que lá tem um comentário que solicitou cantigas do malandro, respondendo, aqui está, fique a vontade. Que a malandragem esteja na vida de todos, saúde e axé e muita luz.

I
Pendurado na boca
Seu charutão
Chapéu de Palha
Seu pé chão(bis)
Quem nunca viu Zé Malandro venha ver
Olha, é ele pistoleiro do Sertão
Quem nunca viu Zé Malandro venha ver,
É ele cangaceiro do sertão.

II
Tava sentado na praça
Quando a policia chegou(bis)
Ele tem um sentimento profundo
Foi fichado na policia como vagabundo(bis)

III
Malandro que é malandro não tem hora pra chegar
Faz da rua sua prece da calçada seu altar

IV
Foi ele quem cortou o pau
Foi ele quem fez a jangada
Foi ele quem matou a moça
E jogou seu corpo na encruzilhada
Embarca morena embarca
Embarca neste vapôr
Se não for na barca nova
Na velha que ele não vai

V
Malandro foi gente fina,
Malandro foi gente boa,
Olha hoje manlandro vive,
Fumando e bebendo a toa.

VI
Malandro não quer trabalhar,
Malandro é só diversão,
Malandro não tem coração,
Alegria de malandro é o seu violão.

VII
Ele é malandro sim,
Ele foi pistoleiro na Bahia
Zé Malandro nunca perdeu a fé
Foi morto e fuzilado
Na porta do cabaré.

VIII
Eaê panhá marimbo(bis)
Todo mundo trabalhando
Malandro tá passeando

IX
Jogou Limão pro alto
Apanhou no canivete(bis)
Na rodada de malandro
Cagueta não se mete

X
Estava preso no xadrez
Quando correu a noticia
Que sua centença é de um ano e seis mês
Eu chorei e lastimei
Pela mulher que tanto amei
Vivia bebendo com outro no bar
Mas levava muamba
Pra Zé Malandro fumar.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Caboclo Borboleta

I
Sou Borboleta mamãe
Quero voar(bis)
Eu sou filho do chefe da Mata Real(bis)

II
Borboleta miudinha
Onde tu vai eu também vou(bis)
Onde tu vai borboleta?
Vou pra eira(terr) de Nagô

III
Vermelho é cor do sangue de meu pai
E verde é a cor da mata(bis)
Oh saravá todos caboclos da Jurema
Oh saravá a aldeia onde ele mora(bis)

IV
Caboclo da Bandeira da Barra do Ararí
Caboclo da Bandeira pedra de Itaculumim

V
Se seu pai é o rei da bandeira
Ele é um caboclo bandeirante
Bandeira, Bandeira, Bandeira
Salve a bandeira e o caboclo bandeirante

VI
Bandeira, bandeira,
Bandeira pra caboclo bandeieira

VII
Caboclo Borboleta, Caboclo Borboleta
Caboclo Borboleta passiador do Jurema

VIII
Passei pela Jurema(bis),
Eu vim pela Jurema(bis),
Sou caboclo Borboleta(bis)
Passeador lá da Jurema