Essa barreira já apresenta fissuras, infiltrações e rachaduras que aos poucos vem inundando e devastando a liberdade de ser, agir, pensar e as pluralidades de escolha de muitos, que muitas vezes não percebem, mas estão sendo afogados por um tsunami de intolerância e segregação ideológica, dogmática, filosófica e cultural. Nenhuma religião é o problema, até porque todas em suas bases pregam e ensinam que o ser humano deve ser o melhor para si e para os outros. O problema está naqueles indivíduos(as), que utilizam das religiões e da fé alheia, para influenciar outros a serem egoístas, intolerantes, desrespeitosos, violentos, ignorantes, ditadores que buscam impor o que é o "certo" ou o "errado". Tudo isso, com a justificativa, "legitimadora", de estarem seguindo a "palavra e a vontade de Deus", mas na verdade estão longe de pregar o amor ao próximo e os verdadeiros ensinamentos, realmente, dignos de serem chamados de divinos e celestiais. Quando as pessoas entenderem que dentro de suas próprias crenças existem divergências e formas diferentes de interpretar uma mesma história, passagem e ensinamento, entenderam que as imposições ideológicas que hoje apoiam, um dia podem se voltar contra si e não se apresentarem mais como axiomas tão justos como outrora. Democracia significa um sistema onde não importa sua cor, origem, crença ou ideologia. Mas sim, onde todas esses elementos deverão ser respeitados sem hierarquização classista, ideológica, social e/ou histórica.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
sábado, 23 de julho de 2016
Pensamentos: "Religiões e a Realidade"
As religiões devem ser encaradas como formas individuais e/ou coletivas de referenciar o(os) divino(os), o sagrado, o sobrenatural, a fé em algo, muitas vezes, invisível, não palpável ou possível de ser explicado, absolutamente, através de teorias e teses científicas. Deve servir para nos tornarmos seres melhores para todos. E nunca para ofender, humilhar, segregar e destruir outras formas de cultuar e adorar a espiritualidade. Pois desta forma, não se configura em religiões, mas sim, ditaduras, vertentes opressoras, desumanas, impositivas, ou seja, tudo menos uma "religião", que significa um elo de ligação (religação) dos homens com seu ou seus deuses. Até porque entre 15 mil religiões existentes no mundo com mais de 400 milhões de deuses cultuados, achar que existe uma única religião verdadeira e aceitável chega ser algo egoísta, egocêntrico e narcisista em padrões racionais. Ninguém é obrigado a acreditar e referenciar outra crença, mas respeitá-las é algo constitucional e digno de quem quer respeito e tolerância para sua própria crença. O contrário disso, se reproduz em fanatismo e fundamentalismo como observado nas ações do Estado Islâmico pelo mundo ou nos ataques realizados no Brasil contra religiões minoritárias, assim como contra todos aqueles que fogem do que é imposto como comportamento aceitável por religiões ou grupos que praticam tudo, menos o que suas próprias crenças pregam na base.
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Apenas Pensando...
Cada Religião e/ou Nação dos cultos de origem ou influência afro, tem seus modos de cultuarem suas divindades e seus dialetos próprios, que são responsáveis por denominar os elementos sobrenaturais e físicos que compõem cada crença. Porém, podemos observar que, em certa medida, as diferentes formas e maneiras de culto misturam e assimilam, de forma mais visível ou não, práticas, saberes, fazeres e filosofias de diversas religiões (afros ou não), em seus modos de exercerem suas crenças e fé. A mesma constatação pode ser identificada no falar, ou seja, no vocabulário presente em todos os rituais e práticas religiosas, que ao longo da história sofreu e vem sofrendo interferências e contribuições de línguas, dialetos e modos de comunicação de origens diversas do continente africano. Essas assimilações e novas formas de identificação e reconhecimento de elementos religiosos através dos verbetes diversos de origem africana, deve-se muito a própria forma como os negros escravizados foram de maneira compulsória sequestrados e trazidos para o Brasil em navios negreiros, onde grupos de regiões e tribos diversas, falantes de inúmeras línguas e dialetos tiveram que desenvolver novas modos de comunicação verbal, gestual e simbólica, mesclado as múltiplas manifestações linguísticas existentes. O que também foi determinante para a constituição de novas formas de culto aos ancestrais e deuses do panteão africano em terras tupiniquins. Pois, como apenas trouxeram de sua terra mãe suas memórias e experiências, como forma de resistência e valorização de suas culturas religiosas e filosóficas, estabeleceram novas práticas religiosas associando, mesclando, absorvendo ou readaptando suas crenças com elementos distintos dos originais, mas que no final das contas visavam garantir a manutenção e sobrevivência dos elos entre homens, mulheres e suas divindades. Fato que justifica as "misturas" e presenças distintas nas formas de cultuar determinadas crenças de origem e/ou imfluência afro, o que pode ser percebido até no nosso dia a dia, no que tange ao modo de falar e os significados que cada palavra para formas e práticas diferentes, além nas formas de preparo de procedimentos característicos em cada religião ou culto, como: nas formas de degustar alguns alimentos, nos preparos dos mesmos, na organização, montagem, estruturação, composição e formas de apresentações das obrigações, oferendas, preceitos e demais práticas sagradas.
O que temos que ter em mente é que cada Religião tem seus modos e regras a serem seguidas que podemos chamar de "TABU" e/ou procedimentos ritualísticos próprios.
Nesse caso podemos dizer que a Umbanda é uma Religião organizada e, por isso, podemos afirmar com toda convicção que: "TEM FUNDAMENTO EM TUDO O QUE FAZ". Posso até destacar sem medo que ela não precisa de muitos apetrechos e adereços para realizar um culto, uma seção. Basta uma vela e um copo com água e você já faz seu ritual, seja ele de cura ou de magiamento. Isso se deve a um princípio básico da Umbanda, a HUMILDADE, ou seja, na própria forma de se praticar a Umbanda, seus elementos materiais se demonstram simples, pois o que importa é a fé dos envolvidos e os objetivos que se pretende alcançar: caridade e humildade.
Outras vertentes religiosas, porém, precisam de vários objetos, utensílios e alimentos até mesmo de nosso cotidiano para realizar um trabalho de magia. Então, a diferença na forma de culto e no modo de falar encontramos também NO QUE CULTUAR e COMO CULTUAR. Cada um através de seus ensinamentos com seus zeladores, aprende, aprimora e repassa aos seus. Dai vemos que Umbanda, além dos Caboclos brasileiros, cultua os orixás chefes de falanges, as famosas energias da Natureza e suas lendárias "estórias/histórias" que são contadas diariamente nos terreiros.
O Candomblé Cultua os Orixás, seguidos dos Encantados e Caboclos, mas que tem como prioridade os Orixás, os Deuses Ancestrais Divinizados. Usa uma vasta gama de conhecimentos passados através da Oralidade dentro do Culto. E se utiliza de muitos materiais da Natureza, alimentos diversos e tantas coisas que fogem a nossa imaginação.
O Culto ao Egungun, cultua o Espirito de um "Babalorixá desencarnado". Um Egun Ancestral, ou melhor dizendo, CULTO AOS MORTOS ANCESTRAIS DA RELIGIÃO. Tendo regras de participação e sendo exclusivo e fechado a seus membros.
Os jogos divinatórios, apesar do que muitos pensam, não pertencem a nenhum médium, e nem exclusivamente todos os jogos venham a pertencer a uma unica Religião ou Nação ou Ceita, ou seja, não é toda "Nação" que deve utilizar, exclusivamente, todos os métodos de jogos divinatórios existentes, cada uma tem o seu e o modo de receber o jogo requer preceito e mérito. Anos de estudo e prática para não ser mais um jogador com uma placa na porta e ainda dizendo que TRÁS DE VOLTA O AMOR EM 24H.
As vezes pensanos que pensar também ofende. Mas na verdade nos faz refletir sobre para onde vamos... Pois, de onde viemos tá difícil.
Em suma, podemos entender que não importa se uma religião cultua os deuses ou entidades diferentemente de uma outra. Mas sim, se aquela ou aquelas formas de culto são realizadas com fé, dedicação, respeito, preparo e devoção. A dispulta de ego e fama dentro de certas casas de axé e em muitos zeladores e zeladoras de santo ou orixá, ou entidades, tem levado os cultos afro-indígenas a um certo descrédito e avanço de formas diversas de preconceito e discriminação. Pois a fé e os reais dogmas e filosofias existentes dentro de cada religião são deixados de lado: humildade, fé e respeito. Diante disso, devemos saber respeitar quem de sua forma própria, ou de sua conduta religiosa de raíz possui seu axé (força, bênçãos, energia) e buscar sempre evoluir, positivamente, dentro de nossas próprias crenças e formas de ver a vida e todos ao nosso redor.
O que temos que ter em mente é que cada Religião tem seus modos e regras a serem seguidas que podemos chamar de "TABU" e/ou procedimentos ritualísticos próprios.
Nesse caso podemos dizer que a Umbanda é uma Religião organizada e, por isso, podemos afirmar com toda convicção que: "TEM FUNDAMENTO EM TUDO O QUE FAZ". Posso até destacar sem medo que ela não precisa de muitos apetrechos e adereços para realizar um culto, uma seção. Basta uma vela e um copo com água e você já faz seu ritual, seja ele de cura ou de magiamento. Isso se deve a um princípio básico da Umbanda, a HUMILDADE, ou seja, na própria forma de se praticar a Umbanda, seus elementos materiais se demonstram simples, pois o que importa é a fé dos envolvidos e os objetivos que se pretende alcançar: caridade e humildade.
Outras vertentes religiosas, porém, precisam de vários objetos, utensílios e alimentos até mesmo de nosso cotidiano para realizar um trabalho de magia. Então, a diferença na forma de culto e no modo de falar encontramos também NO QUE CULTUAR e COMO CULTUAR. Cada um através de seus ensinamentos com seus zeladores, aprende, aprimora e repassa aos seus. Dai vemos que Umbanda, além dos Caboclos brasileiros, cultua os orixás chefes de falanges, as famosas energias da Natureza e suas lendárias "estórias/histórias" que são contadas diariamente nos terreiros.
O Candomblé Cultua os Orixás, seguidos dos Encantados e Caboclos, mas que tem como prioridade os Orixás, os Deuses Ancestrais Divinizados. Usa uma vasta gama de conhecimentos passados através da Oralidade dentro do Culto. E se utiliza de muitos materiais da Natureza, alimentos diversos e tantas coisas que fogem a nossa imaginação.
O Culto ao Egungun, cultua o Espirito de um "Babalorixá desencarnado". Um Egun Ancestral, ou melhor dizendo, CULTO AOS MORTOS ANCESTRAIS DA RELIGIÃO. Tendo regras de participação e sendo exclusivo e fechado a seus membros.
Os jogos divinatórios, apesar do que muitos pensam, não pertencem a nenhum médium, e nem exclusivamente todos os jogos venham a pertencer a uma unica Religião ou Nação ou Ceita, ou seja, não é toda "Nação" que deve utilizar, exclusivamente, todos os métodos de jogos divinatórios existentes, cada uma tem o seu e o modo de receber o jogo requer preceito e mérito. Anos de estudo e prática para não ser mais um jogador com uma placa na porta e ainda dizendo que TRÁS DE VOLTA O AMOR EM 24H.
As vezes pensanos que pensar também ofende. Mas na verdade nos faz refletir sobre para onde vamos... Pois, de onde viemos tá difícil.
Em suma, podemos entender que não importa se uma religião cultua os deuses ou entidades diferentemente de uma outra. Mas sim, se aquela ou aquelas formas de culto são realizadas com fé, dedicação, respeito, preparo e devoção. A dispulta de ego e fama dentro de certas casas de axé e em muitos zeladores e zeladoras de santo ou orixá, ou entidades, tem levado os cultos afro-indígenas a um certo descrédito e avanço de formas diversas de preconceito e discriminação. Pois a fé e os reais dogmas e filosofias existentes dentro de cada religião são deixados de lado: humildade, fé e respeito. Diante disso, devemos saber respeitar quem de sua forma própria, ou de sua conduta religiosa de raíz possui seu axé (força, bênçãos, energia) e buscar sempre evoluir, positivamente, dentro de nossas próprias crenças e formas de ver a vida e todos ao nosso redor.
Por Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ e
Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
https://www.facebook.com/diegobragancademoura
Instagran: @diegobragancademoura
Twitter:@diegobraganca_
Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
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Foto ilustrativa retirada do Site: http://www.conexaojornalismo.com.br/ - Eric Andriolo e Douglas Mota
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Santo Errado/Orixá Errado
Sempre recebemos perguntas do tipo, mas a que me chamou atenção foi esta. Aproveitei e dei uma estudada e achei uma resposta, preferi nem elaborar uma, achei esta perfeita.
Pergunta: Sou feita no santo a 4 anos e agora descobri que meu pai de santo me fez errado, fui jogar buzios com outro pai de santo e ele me disse que sou de Oyá e não de Oxum a qual fiz o santo, oque fazer ?
Resposta:
Minha amiga acho que está tudo errado mesmo....
"Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece". Vamos analisar tudo isso:
Ora se você fez o santo para Oxum a 4 anos, na feitura Oxum respondeu com certeza, durante estes 4 anos Oxum continuou a responder e ai de uma hora para outra você decide ir em um outro local, jogar com uma outra pessoa e que te diz que seu santo esta errado.
Vamos dar um credito a esta loucura, vamos acreditar então que está errado realmente, e ai me surgem algumas perguntas:
1. Se o santo esta errado, quem respondeu na hora de sua feitura, Oxum ou Oyá?
2. Durante todos estes anos você vem cultuando Oxum pra nada, e o pior, Oyá que seria então a verdadeira dona do Ori só ficou ali , olhando.
3. Será que Dona Oxum permitiria então uma feitura de uma filha que não é dela?
4. E Oyá, permitiria que sua filha fosse feita para outro orixá?
E se caso não tivesse sido o orixá a responder durante estes anos, um belo de um fingimento rolou ai né?
Sem contar o fato de ter ido atrás de outro babalorisá para confirmar oque estava sendo feito a 4 anos.
Se o orixá está errado ele não responderia, se responde é por que esta certo.
Pode haver ai alguma situação falta de conhecimento para o culto, podemos imaginar uma serie de fatores, agora se concluirmos que é mesmo o santo errado ai podemos concluir que teve o EKE.
A partir do momento que o filho de santo passa a desconfiar dos preceitos de sua casa, passa a desconfiar de seu Pai ou Mãe de santo, gente pega as suas coisinhas faça sua mala e vá embora.
Afinal queremos todos acreditar que o sacerdote ali representado pela Mãe ou pai de santo só realiza realmente os preceito a qual são conhecedores.
Se não concordo com a maneira que é conduzido tal preceito, se não concordo com a maneira que a casa é regida, se começo a discordar das atitudes dos sacerdotes supremos daquela casa, isso indica que devo me retirar.
Vou procurar algo melhor. É bem melhor do que ficar me desgastando com aquilo que não concordo.
#ACALUZ
Por. Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ
Historiador da ACALUZ - Diego Bragança de Moura.
http://babalotegisun.blogspot.com.br/2015_11_01_archive.html
https://ocandomble.com/os-orixas/
terça-feira, 14 de junho de 2016
Bater Cabeça no Chão
O estudo do batimento de cabeça é fonte de revelação espiritual profunda, duradoura, de transformação. Todas as coisas que estão sob a terra possuem maior profundidade do que aparentam. Basta saber olhar. Basta saber ouvir. São micro iluminações diárias.
Tudo tem um propósito. Até o caos é proposital. Se até o caos tem sua razão de existir, por que um gesto tão simples quanto encostar a testa no chão não teria? A profundidade das coisas da vida é percebida somente pelas pessoas que enxergam. Não as que olham, mas as que enxergam. Um cego pode enxergar isto. Aquele que vê não precisa entender. Já viu e assim, existe. Aquele que escuta está no processo do entender. Aquele que vê está no processo do contemplar. Aquele que vê diz: - “Não sei o que é, mas eu estava lá e existe”. Aquele que escuta diz: - “Ouvi dizer e entendi que isto é assim. Não sei se existe, mas foi assim que aprendi”. Aquele que vê e escuta diz: - “Ensinaram-me desta forma. Eu vivi isto e digo que é real”. Aprender a ver e aprender a escutar. Faces de uma mesma moeda chamada de vida terrena, uma fase da vida do espírito imortal que somos a caminho do destino final, Deus.
A linguagem do ver e a linguagem do ouvir é mais profunda e guarda segredos. Todo segredo guarda sua chave da revelação. Cada chave da revelação é feita do mais reluzente ouro e está guardada em cada pessoa de modo diferente. Não há caminho universal de acesso e não há localização pré-determinada. Só a devoção às palavras de Deus (Olorum) encontra eco junto às chaves da revelação. O praticante atento segue a vibração da voz de Olorum junto ouro espiritual (grande valor sagrado) que dá forma as chaves da revelação. É um caminho. Ninguém pode percorrer este caminho senão o próprio praticante. Andar pelo caminho da iluminação do espírito é opcional assim como é a semeadura de nosso futuro. A semeadura é opcional, mas a colheita é obrigatória. O que tua alma colherá no momento futuro?
O ATO
Encostar a cabeça no chão, as mãos voltadas para cima na altura da cabeça, o corpo estendido no chão ou de joelhos, encostar o lado direito e o lado esquerdo, levantar-se. Ritual simples a quem olha. Ato profundo de fé para quem enxerga. Entrego uma pausa neste momento para um ato revelatório.
Muito falamos dos médiuns videntes e nos admiramos com as suas visões do mundo espiritual. Energias que fluem, espíritos que aparecem e histórias lindas da percepção mediúnica. Eu também trabalho para poder enxergar melhor de forma mediúnica. Tinha esta capacidade superexposta na infância e perdi ao longo do tempo por algum motivo ainda não revelado. Vasculhando este tipo de mediunidade encontrei outra porta a ser aberta. São incríveis as infinitas possibilidades que Deus oferece àquele que procura com vontade pelo labirinto da fé. Encontrei uma porta pequena. Não havia nada escrito em sua face. A porta era lisa e de madeira. Maçaneta dourada. Cor preta. Abri esta porta e forte luz veio de dentro ofuscando a visão por instante e revelando um infinito do outro lado. Não havia chão para pisar ou caminho a seguir. Não havia acima ou abaixo, esquerda ou direita. Só um céu de nuvens por onde quer que olhemos. Tento tatear com os pés para saber se não é uma ilusão. Talvez, uma ponte oculta estivesse a um passo de distância, mas nada encontrei. Por que passar por ali se há tantas outras a verificar? – pensei. Contudo, a existência é assim. São inúmeras encarnações a percorrer e em cada uma delas só um caminho a seguir. Não sabemos o porquê estamos a seguir aquele caminho. Aquele caminho que seguimos nos parece ser o único que importa e é o único que entendemos e interessa. Estes são os sete caminhos de Deus. Quando superados os sete caminhos nossa alma estará pronta para o próximo nível de existência. Como esta porta foi a única que se revelou interessante e barrou minha evolução, caí em seu infinito azul e branco. Por que estou contando esta história? Para que você entenda uma coisa; só há uma forma de progredir. A esta única forma damos o nome de entrega. Analise a palavra entrega sob todos os aspectos e nada encontrará.
Analise o desenho das letras e a origem da tinta e nada encontrará. É só uma palavra. Deus não está na palavra. Deus está no eco que a palavra produz em nós mesmos. Fecho este parêntese para retornar ao tema.
Passamos por longa jornada até este momento e somente por isso, teremos a capacidade de compreender o batimento de cabeça.
O que envolve o ato de bater cabeça?
Ao bater a cabeça no solo sagrado demonstramos esta entrega, bem como depositamos nossos corpos, físico e espirituais, na conta de investimento de Deus para render amor, luz e caridade a mim e a todos que necessito ajudar. Ali, naquele momento, os poderes de Deus e dos Orixás e as forças das entidades, nossas e do terreiro, varrem nosso ser por completo nos inundando de luz espiritual. Nosso corpo é descarregado, lavado, energizado e dá um novo passo ao preparo de ajuda ao próximo e a si mesmo. Caráter de humildade e entrega, servidão e serviço caritativo.
Não são explicações científicas. Sou objeto de estudo aqui e não o pesquisador. Entrego o laboratório e os instrumentos a quem de direito e entrego meu templo pessoal, que é meu corpo, à Deus. Bato cabeça para saudar e também para me preparar para a gira. Toda a energia daquele chão sagrado trabalha junto comigo. Entra pela coroa, que está virada para o congá, passa por todos os meus chacras e sai pelos pés. Renova tudo o que ali está presente e equilibra. Entro em contato com meus antepassados que no chão foram enterrados e com Deus e os Orixás, que estão entronados no congá. Curvo-me a Deus, levanto e saúdo meus irmãos com: Salve a todos! – mostrando minha toalha de bater cabeça como se entregasse a eles também minha força para ajuda-los no trabalho de hoje.
Esta é uma singela contribuição a todos sobre minha visão do ato de bater cabeça. Axé!
Por. Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ
Historiador da ACALUZ - Diego Bragança de Moura.
Texto da Apostila de Estudos: Adérito Simões
Pai de santo do Templo Sete Montanhas do Brasil
Site: www.aderitosimoes.com.br
http://sramary.blogspot.com.br/2010/05/ritual-de-bate-cabeca.html
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