segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Pemba, Cores e Virtudes

1. A Pemba

A Pemba é objeto permanente aos rituais africanos mais antigos que se conhecem, fabricados com o pó extraído dos montes brancos KABANDA e água do Rio Divino U-Sil, é empregada em todos os rituais, cerimônias, festas, reuniões ou solenidades africanas.
Nas tribos de Umbanda, Bacongo e Congos, é usada a Pemba.

2. A Virtude da Pemba:
O Pó da Pemba espalhado na casa evita a entrada de maus inimigos, posto um pouco de pó de arroz e aplicado ao rosto atrai simpatias, um signo de salomão feito com pemba, atrás da porta chama a felicidade, um pedido escrito com a pemba, quase sempre é atendido.
É porém nas sessões de magia africana que predomina a Pemba, os signos e riscos traçados, etc, feitos pelos iniciados nas sessões tem propriedade tais que não se pode descrer. A Pemba é um dos maiores talismãs que se conhece.

3. A Magia da Pemba na Umbanda:


Pode-se afirmar que a Pemba é um instrumento Sagrado da Umbanda, pois nada se pode fazer com segurança sem os Pontos Riscados por ela. A Pemba é confeccionada em Calcário e modelada em formato ovóide alongado e serve para ao riscar um ponto, estabelecer Ritualisticamente o Contato Vibratório com as Energias Astrais.  A Pemba serve também a outras determinações ordenadas pelos Guias, muito utilizada na mistura com outros elementos a fim de promover limpeza áurica no ambiente e nos médiuns durante a abertura dos trabalhos mediúnicos. A Pemba pode ser encontrada nas mais variadas cores, as quais são utilizadas pelas entidades ou pelo sacerdote de acordo com o que se deseja obter. 
Na antiguidade, os velhos magos, experimentados e tarimbados na magia etéreo-física, preparavam a pemba, numa mistura homogênea de certos elementos minerais e vegetais da Natureza, que depois eram imantadas e consagradas, tornando-se poderosos instrumentos na magia. Hoje, raros são aqueles que conhecem a verdadeira confecção de uma verdadeira 
Pemba. As que se encontram a venda nas casas do ramo são somente feitas de calcário, desprovidas de todos os materiais necessários à sua efetivação magística. Quando um Guia Espiritual, verdadeiramente incorporado pega uma Pemba na mão, esta, imediatamente torna-se imantada e pronta para o uso Magístico; quando acaba de utilizá-la, volta a ser simplesmente um Pemba comum. 
Quanto ao uso da Pemba, estude o sentido e o valor das cores. Só utilize a Pemba Preta aquele que for autorizado para tal. Na Umbanda o mais usual é o trabalho com Pemba Branca, Azul, Verde, Rosa, Laranja, Roxa, Lilás, Amarela, Vermelha, etc. Lembrem mais uma vez, que todo ponto riscado é magia, com toda simbologia de sua grafia e ondas vibratórias. Por exemplo, a suástica como símbolo sagrado, cuja utilização data de tempos imemoriais, símbolo este utilizado até mesmo pelos Papas da religião Católica, teve suas ondas invertidas pelos pseudo-arianos e como símbolo, acobertou e direcionou a Segunda Guerra Mundial. 
É interessante também observar que, quando um filho de Umbanda se apresenta perturbado dentro de um templo, muitas vezes notamos um Guia Espiritual (ou mesmo um sacerdote gabaritado) cruzar seu corpo com Pemba. Isso representa a Escrita Divina, através da magia para chamar à razão a entidade obsessora, afim de que ela possa conhecer por meio deste traçado cabalístico, o seu erro e abandonar esse filho que até então obsedava, como também riscar um ponto de proteção ao filho. 
Assim pode-se afirmar sem sombra de dúvidas que sem os pontos riscados nada se poderia fazer com segurança na Umbanda. 
O que devemos ter cuidado é quando achamos que somente basta riscar setas, ondas, sol, lua, círculos, quadrados, espirais, estrelas (de todas as pontas), raios, etc, que estaremos riscando a Lei de Pemba em sua totalidade. Ledo engano. Ali esta impresso um grafia geométrica sagrada, funcional para certos aspectos, mas somente uma grafia geométrica (tão bem explanada pela radiônica e pela Cabala Hebraica), mas nunca a Lei de Pemba em sua amplitude. Não basta olharmos um ponto riscado e simplesmente dizermos: Esse Ponto é da vibração de Yansã, Ogum e tem Yemanjá também. Ou mesmo dizer: O Caboclo que riscou o ponto é de Oxossi; tem Xangô e Omulú. Pergunto: Pra que? Por que? O que quer dizer? Que ordem esta emanando? Que forças estão sendo ordenadas e comandadas? Complicado né. Portanto, não é seguro riscar Pemba a torto e a direita, achando estar investido de forças celestes, para realizar atos magisticos que você mesmo não é conhecedor. 

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Historiador: Diego Bragança de Moura
Fonte de Pesquisa: 
http://umbandacaminhodaferitosdeumba.blogspot.com.br/2008/10/magia-da-pemba.html
www.acaluz1.blogspot.com 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

OS CABOCLOS


A ACALUZ - Associação Cultural Axé e Luz, a muito vem abordando temas sobre Caboclos. Quem são? De onde vem? Qual a missão de cada um? Estamos sempre renovando nossos textos com várias visões, pesquisas e estudos. Este, além dos outros, possui tópicos que merecem total atenção para o aprendizado. Aqui vemos a discussão da realidade textual(teoria) e a não realidade na prática, pois o que vemos neste estudo, são culturas tradicionais puras que estão se perdendo ao longo dos tempos; pôr em prática este estudo só reforçará o quesito a "CULTURA TEM DE SE MANTER VIVA", quando falo cultura, não me refiro somente a ela, mais na tradição de transpassar conhecimentos as gerações futuras da religião, pois, o que vemos no dia-a-dia do Umbandista é que muitas tradições estão ficando para a história e estudo de algumas pessoas que realmente se interessam. Pois, com a mistura de religiões muita coisa está se perdendo. Como Exemplo posso citar o seguinte: "Um Umbandista que resolve entrar para o Candomblé (qualquer matiz), automaticamente abandona suas tradições umbandistas, ou seja, a partir da iniciação no candomblé ele irá mudar suas regras, rotinas, tradições culturais, porém, continuará recebendo sua entidade da umbanda, realizando seus rituais, mais com outras características que não mais da tradicional religião umbanda". Pelo menos é o que temos visto em diversas visitas realizadas por esta Associação, nas mais diversas casas. Vamos ampliar esta discussão para um outro momento e citaremos outros exemplos, e que com toda certeza trará muita polêmica. Abaixo, texto de estudo sobre os caboclos e os identificadores de cada um no que tange a sua permanência e passagem nos médios incorporados...  
Quem são os Caboclos? Porque eles são escolhidos como guias-chefes dos médiuns umbandistas? O que é a linha e irradiação de um Caboclo? Onde moram os Caboclos? As diferentes apresentações e especialidades dos caboclos de cada irradiação? As atribuições dos Caboclos? Porque os Caboclos assobiam, bradam e estalam os dedos?
São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, de diversos lugares formando aldeias, eles vêm de todos os lugares para nos trazer paz e saúde, pois através de seus passes, de suas ervas santas conseguem curar diversos males materiais e espirituais. A morada dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, de milho, do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Existem falanges de caçadores, de guerreiros, de feiticeiros, de justiceiros; são eles trabalhadores de Umbanda e chefes de terreiros. As vezes os caboclos são confundidos com o Orixá Oxossi, mas eles são simplesmente trabalhadores da umbanda que pertencem a linha de Oxossi, embora sua irradiação possa ser de outro Orixá.
A sessão de caboclos é muito alegre, lembra as festas da tribo. Eles cantam em volta do axé da casa(em circulo) como se estivessem em volta da fogueira sagrada, como faziam em suas aldeias. Tudo para os caboclos é motivo de festa como casamento, batizado, dia de caçar, reconhecimento de mais um guerreiro, a volta de uma caçada.
Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham "incorporados" a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.
Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé. São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.
Os Caboclos, de acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade Maior, chegam até nós com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da mais alta importância, por serem espíritos muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente, quer materialmente. Por essas razões, na maior parte dos casos, os Caboclos são escolhidos por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium Umbandista (em alguns casos os Pretos-Velhos assumem esse papel).
Na Umbanda não existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a demanda poderá existir de um Caboclo, entidade de luz, para com um "kiumba"(Eguns, espiritos desencarnados) ou até mesmo contra um Exu, de pouca luz espiritual.
A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.
Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas (através de ervas e simpatias), desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.
Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.
Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.
Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.
Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.
A magia praticada pelos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa
Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.
Quase sempre os caboclos vêm na irradiação do Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas vêm na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium; mas, eles(as) podem vir também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados e até mesmo na irradiação do povo do Oriente.

ONDE VIVEM OS CABOCLOS?
Muitos já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro, onde atuam incorporados em seus médiuns, dizem que vão para a cidade de Juremá. Outros falam subir para o Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação, junto a psico-esfera da Terra. São verdadeiras cidades onde se cumpre o mandato que Oxalá assim determinou, colaborando com a humanidade.
É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.
Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando o que muitos encarnados pensam (que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo faz).
Os Orixás, que são emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.
Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.
Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos dementados, ora estão sobre algumas cidades do plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo Homem. De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, os remédios para a cura dos males do corpo.
Quando Incorporados, fumam charutos ou cigarrilhas e, em algumas casas, costumam usar durante as giras, penachos, arcos e flechas, lanças, etc...  Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa linha.
Seus "brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre eles, representam quase uma "senha" entre eles.  Cumprimentos e despedidas são feitas usando esses sons.
Costumamos dizer que as diferenças entre eles estão nos lugares que eles dizem pertencer.  Dando como origem ou habitat natural, assim podemos ter:
Caboclos Da Mata - Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com elas.
Caboclos Da Mata Virgem - Esses viveram mais interiorizados nas matas, sem nenhum contato com outros povos.
Assim vários caboclos se acoplam dentro dessa divisão.
Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros.  Mais ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos um dos outros.
A primeira é a "especialidade" de cada um, são elas:   curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras, entre outros.
A segunda é diferença criada pela irradiação que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.
Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a sua forma de trabalho.
A "personalidade" de um caboclo se dá pela junção de sua "origem", "especialidade" e irradiação que o rege.
E é nessa "personalidade" que centramos nossos estudos.  Assim como os Pretos-velhos, eles podem dar passe, consulta ou participarem de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação (preparo de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral).
Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia.
Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.

FORMAS INCORPORATIVAS E ESPECIALIDADE DOS CABOCLOS:
Caboclos De Oxum: Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação acontece principalmente através do chacra cardíaco. Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desânimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energização. Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus passes quase sempre são de alívio emocional.

Caboclos De Ogum: Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria das vezes para doar força física, para dar ânimo.

Caboclos De Yemanjá:Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto. Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.

Caboclos De Xangô: São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão. Trabalham para: emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional. Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.

Caboclos De Nanã: Assim como os Pretos-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando, mostrando o karma e como ter resignação. Dão passes onde levam eguns que estão próximos. Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.

Caboclos De Iansã: São rápidos e deslocam muito o médium. São diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes pegam a pessoa de surpresa. Geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação com Xangô. No entanto sua maior função é o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para várias finalidades, dependendo da necessidade.

Caboclos De Oxalá: Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização. São "compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem deslocar-se muito. Sua principal função é dirigir e instruir os demais Caboclos.
Caboclos De Oxóssi: São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito. Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses caboclos geralmente são chefes de linha.

Caboclos De Obaluaê: São espíritos dos antigos "pajés" das tribos indígenas. Raramente trabalham incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaê como primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto-velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins.

ATRIBUIÇÕES DOS CABOCLOS
São entidades, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.

1. ASSOBIOS E BRADOS
  Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?
 Muitos pensam que são apenas uma repetição dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Mas não é só isso.
Os assobios traduzem sons básicos das forças da natureza. Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo corretamente, afim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.
Os assobios, assim como os brados, assemelham-se à mantras; cada entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns.

2. O ESTALAR DE DEDOS
Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas?
Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.
Nossas mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo.
O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus (parte gordinha da mão) e dentre as funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e frequência do corpo astral; e a, descarga de energias negativas.
Refletir sobre o que aprendemos na umbanda e passar aos nossos irmãos de fé é uma das maiores metas da nossa Religião, como vimo acima, muita divergência com o dia a dia atual e nos estudos passados nas casas de umbanda. Temo dizer que fico preocupado com a perda da identidade pela mistura de religiões, temos muito a aprender, e muito mais a cuidar e zelar. Estudemos para que não percamos nossas raízes.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Historiador - Diego Bragança de Moura

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Exú do Lodo

Essa entidade de origem afro-brasileira normalmente apresenta-se representado na forma de um homem calvo sentado à beira de lagos e pântanos, usa roupa cinza, marrom, preta e principalmente vermelha. Geralmente pode-se notar que ele apresenta um casco (como o de um cavalo) no lugar de um dos pés. 
Quando esse Exu se manifesta (por intermédio de um médium), ele está agachado como se tivesse dificuldade para se levantar, mas na realidade se locomove com rapidez. Os espíritos desta linha se apresentam curvos pois segundo os praticantes da da religião, a sua energia é pesada e todos possuem aparência de velhos. A maioria desses espíritos desta linha foram em vida Padres, Bispos, Bruxos, Magos e Feiticeiros. 
Exu do Lodo é um dos sentinelas das almas, enviado direto de Omolú (é uma entidade superior aos Exús) que trabalha na transmutação de energias, transformando o lado negativo em positivo. Motivo de usar muito a cor preta que representa a transformação. 
Ainda segundo os umbandistas quase sempre que é marcado algum trabalho para essa entidade começa uma garoa (chuva). É a resposta que ele está atento e presente. 
Boa parte dos terreiros de Umbanda se negam a trabalhar com essa entidade, pois, associam ela a energias negativas e a maldade. Muitos acreditam ser uma entidade que afunda a sua vida no lodo, leva para a “lama” os que com ela se comunicam. Já outros religiosos partem em sua defesa e explicam que existe um engano sério que algumas pessoas da própria religião costumam cometer contra essa entidade. Seus defensores dizem que o lodo é formado em ambientes úmidos que represam impurezas, ou seja numa cachoeira onde a água corre livremente não há lodo, só há lodo onde à infiltração e umidade constante que não é limpo (tais como lugares com energias negativas, essas energias se assemelhariam ao lodo). O Exu do lodo entraria nesses lugares "carregados" (como os próprios religiosos se referem) e fazem a limpeza dessas energias, tirando o lodo ruim (energia ruim) e restaurando o lodo bom e limpo (energia positiva). Mas é certo afirmar que existe bastante polêmica a respeito dessa entidade, não há um consenso sobre a bondade ou maldade desse ser entre os praticantes da religião.

O Exu do lodo está intimamente ligado a Nanã e a Iemanjá, pois sua energia telúrica se funde coma energia aquosa (pertencente a essas outras entidades). Por essas razões ele pode ser muito visto em praias, rios e lagos. 
Sobre a sua origem conta-se que ele teria sido um médico pesquisador muito conceituado em Amsterdã durante o século XVIII. Salvou a vida de muitas pessoas ricas e importantes mas sempre se recusou a tratar qualquer pessoa pobre que não tivesse dinheiro. Nunca fez caridade a pessoa alguma e só se importava com a fama e o status. Ele chegou a construir dois hospitais mas apesar da insistência de sua mãe em que ele começasse a ajudar também os mais necessitados, em momento algum dispensou qualquer atenção aos doentes que não lhe trouxessem algum benefício financeiro. Sua mãe acabou falecendo e o seu coração continuou sendo guiado pela arrogância e pelo interesse. Depois de muitos anos ele próprio veio a falecer e para sua surpresa ele acabou indo para as profundezas das regiões umbralinas (umbral corresponde ao inferno para os espíritas). Chafurdou no lodo das regiões infernais em grande sofrimento. Pois desperdiçou sua vida em interesses egoístas e mesquinhos. Mas após algum tempo de sofrimento sua mãe o socorreu e resgatou dessas regiões de sofrimento. Ele reconheceu seu erro e se arrependeu profundamente. Assim foi lhe dada nova chance de redenção e ele voltou a reencarnar. Dessa vez renasceu no Brasil, em uma família indígena. Mas veio a falecer cedo, com apenas 8 anos de idade foi mordido por uma cobra venenosa e veio a desencarnar. Novamente sua mãe o socorreu e no Plano espiritual retomou sua forma adulta (de sua antiga vida), estudou e pediu para cumprir sua missão como médico dos espíritos imundos. Dessa vez não reencarnaria, mas assumiria a forma de um Guardião do Lodo e recolheria todos aqueles que caíssem nas ilusões (todos que caíssem na lama) da vida assim como ele próprio havia caído. Assim se tornou a entidade conhecida como Exu do lodo. 
Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Historiador da ACALUZ: Diego Bragança de Moura
Pesquisa: http://ocalafrio.blogspot.com.br/2013/07/exu-do-lodo 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Caboclo Borboleta e Cabocla Juliana


A alguns anos atrás, nascia os Caboclos "Borboleta e Juliana" em minha vida, iniciado com muito carinho e muito grado na minha religião Umbanda. Sou feliz e muito honrado por ter tão belas entidades responsáveis por minha casa e minha vida. Seu Borboleta sempre muito brincalhão quando presente nos trabalhos, meu caboclo passeador nas casas por onde vou. Dona Juliana um pouco mais séria, responsável por tudo em nossa Casa de Axé. É chefa da casa e não costuma ficar muito tempo, sempre passa alguns minutos as vezes uma hora, decidimos juntar as festas e fazer somente uma. Seu Borboleta como é o caboclo que fica mais tempo e gosta mais das festas terá sua homenagem junto com sua querida irmã de fé, onde faremos uma viagem da Turquia para a Bandeira, troca de culturas e informações litúrgicas magísticas de tão belas familias - Turcos e Bandeirantes. As obrigações iniciaram hoje, na quinta já tem a Cabana do Caboclo. Vai ser um momento de muito axé e renovação espiritual com amaci para os integrantes da casa e demais convidados. O festejo terá inicio as 16h00 e término as 21h00 do dia 06/07 na Sede da ACALUZ, conforme endereço e demais informações no convite. O traje solicitado são nas cores Verde e Amarelo para Marcação. Esperamos todos os associados e membros de nossa casa, clientes e amigos. Que Deus pai possa iluminar o caminho de todos os nossos colaboradores. Muito Axé e Muita Luz. Um forte abraço a todos em nome de Dona Juliana e Sr. Borboleta.

I
Quando a Maré Vazar,
Vem ver Juliana
Vem ver Juliana aê
Vem Ver Juliana eá.

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II
Mamãe Tetê não vejo,
Arlindo e nem Tombacé
Esperança é Borboleta
O Índio é Paranajé.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A história de vida dos Caboclos e Guias "Verdade ou Polêmica?".

Amigos e amigas que acompanham nossas postagens, que constantemente, publicamos no blog da ACALUZ - Associação Cultural Axé e Luz.
Assumimos como missão, desenvolver e promover a preservação, valorização e divulgação dos saberes, fazeres, crenças, doutrinas e visões diferentes inerentes de nossa religião, Umbanda.
Então, como é nosso dever e missão, apresentamos abaixo um texto com uma visão bastante interessante, sobre a individualidade e exclusividade, que segundo seu autor existe entre o médium e os seus guias e espíritos. Ou seja, a ligação unilateral entre um ser encarnado e outro desencarnado, a relação quase que determinada, segundo a interpretação do autor, pelo destino misterioso do universo que uniu um ser vivo e um encantado ou desencarnado.
Leiam com atenção, reflitam sobre a temática e tire suas conclusões acerca do ponto polêmico em questão. Mas lembrem, que nossa intenção, não é defender essa ou qualquer outra visão ou teoria, como absoluta ou inquestionável. Mas, simplesmente, possibilitar o debate e a multiplicidade de interpretações e visões existentes em qualquer religião, e isso, não poderia ser diferente na umbanda.
Por. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.

Caros Irmãos,
“Eu estou na internet desde 1998, mas tem aproximadamente 5 anos que venho tentando falar de Umbanda na internet, mas logo assim que eu comecei procurava feito um louco, histórias do cigano que trabalho, do Exú e do Caboclo, nada encontrei. Um dia o cigano que trabalho, falou que a história dele estava começando naquele exato momento e seria aquela que eu teria que aprender, seria aquela que eu teria que propagar, dentro das Leis da Umbanda.
Eu, nem mesmo um ponto cantado tinha para cantar para o Caboclo, o Exú e para o Cigano, nem uma linha encontrei sobre eles aqui na internet, mas com muito trabalho, perseverança e doutrinação, eu fui compreendendo aquela mensagem do amigo Cigano. Hoje sei que cada Guia/Espírito é Uno, tal como nós somos, estes podem ter o mesmo nome, mas não são os mesmos de forma alguma ninguém irá trabalhar com ele após seu desencarne, poderá sim trabalhar com um espírito com o mesmo nome que chega na mesma Falange ou Legião.
Exemplo:
Eu posso trabalhar com Tranca Ruas das Almas e você também, podemos até ter os mesmos Pais e Mães de cabeça, mas, o Tranca Rua das Almas que você trabalha, não é e nunca será o mesmo que eu trabalho, mas ambos chegam na mesma vibração, na mesma energia, são das mesmas Falanges.

PERCEBA O QUE DIZ ESTE TEXTO ABAIXO:
Existem basicamente 3 fatores que fazem com que a apresentação do guia varie:
1 – São espíritos diferentes.
2 – Trabalham em Médiuns diferentes.
3 – Trabalham em Terreiros Diferentes.

1 – SÃO ESPÍRITOS DIFERENTES: Antes de tudo, cada guia que incorpora é único, cada um é um espírito em particular, com seu jeito de agir e pensar. O nome de que se utilizam é apenas um indicativo da forma, que trabalham em sua linha e irradiação. Por isso, podemos ter vários espíritos trabalhando com o mesmo nome, sem que sejam por isso, um só espírito.
É como ser um médico, um engenheiro, um professor ou qualquer outro profissional de alguma área específica. Todos possuem um conhecimento comum, além do conhecimento individual. E isso faz com que possam trabalhar de formas diferentes, mas seguindo a mesma linha geral. A mesma coisa acontece com nossos guias.

2 – O MÉDIUM: Mesmo os inconscientes, acabam interferindo, intrinsecamente na incorporação.
Entenda-se que não é uma atitude deliberada do médium, mas algo que “vaza” da personalidade do médium na incorporação. Desde que esta interferência não atrapalhe o trabalho do guia, isto é perfeitamente aceitável.

3 – TRABALHAM EM TERREIROS DIFERENTES: Se um médium continua trabalhando com o mesmo espírito, mas muda para um terreiro em que o ritual seja diferente, também é comum observarmos pequenas mudanças na apresentação e no trabalho do guia, trata-se da adaptação do guia ao novo local de trabalho.
Por isso há muitas variações na apresentação e método de trabalho dos guias. E perguntas como:
Alguém Conhece o Preto-Velho X ?
Como se apresenta o Caboclo Y ?
Informações sobre o Exu Z ?
Além de não atenderem a uma descrição fiel do guia a quem à pergunta se refere, podem aumentar o animismo ou causar insegurança.

*AUMENTAR O ANIMISMO: A pessoa lê uma descrição de que o Caboclo “Y”, não fuma charuto, e quando incorpora, fica com aquilo na cabeça, assim mesmo que o Caboclo queira pedir um charuto, pode encontrar dificuldades de romper esta barreira anímica criada pelo médium.

*CAUSAR INSEGURANÇA: O médium lê que o Exu “Z”, quando incorpora ajoelha-se no chão, aí pensa, “nossa o que eu incorporo, não ajoelha!!!” e começa a se sentir inseguro quanto a manifestação do seu guia, podendo com isso atrapalhar o seu desenvolvimento.
Resumindo, a melhor forma de conhecer seu guia, é através do tempo, do desenvolvimento e do trabalho com ele, assim, pouco a pouco, você vai se interando de como ele é, como gosta de trabalhar, etc. E vai conhecê-lo como ele verdadeiramente é!
Quem me dera eu naquela ocasião tivesse essas explicações, teria evitado muito tempo perdido, foi tudo em vão a minha procura, perguntava ao vento, perguntava o que só eu poderia responder, o que só os Guias que eu trabalhava poderia informar.
Só para demonstrar como foi difícil darei o nome do Caboclo e do Exú que trabalho. Tente achar algo sobre Eles aqui na internet.
Caboclo Bugre – Irá encontrar um ou dois Pontos Cantados e, mais nada.
Exú Quebra Osso – Talvez encontre apenas uma frase que ele era irmão de Tatá Caveira, talvez ainda um Ponto Cantado.
Graças ao bom Deus esta dificuldade só aumentou minha Fé nesses, estejam tranquilos, que tudo será revelado no momento que vocês estiverem preparados, estude, estude e estude, assim estará ajudando seus Guias e sua espiritualidade.
Estejam sempre em paz e que a alegria dos Espíritos de Luz sejam uma constante em vossas Caminhadas!

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa e Texto de apresentação - Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.
Texto: "Alex de Oxóssi”.