sexta-feira, 18 de março de 2016

Mina Vodun

Os dias se passaram, as dúvidas que existiam não existem mais, tudo pronto, tudo preparado para a tão esperada Obrigação da Mina, feliz estou em poder participar deste ato que irá somar em minha vida, trazendo esperanças para aquele que buscam a melhoria em sua vida, assim como eu. Muito caminho trilhado até aqui, mas com a certeza do dever cumprido. A cada dia uma renovação de energia, serão sete dias de muito axé e prosperidade. Gostaria de dividir minha alegria com todos os meus filhos de Santo, Associados, parceiros e amigos que juntos fizeram uma corrente de união para que tudo desce certo. Em nome de Minha Mãe Navezuarina eu agradeço cada um de vocês que contribuíram e estão contribuindo para este glorioso evento de fé e glórias: Meu Pai de Santo Òyá Mèssúbò -Nonato Silva - Babalorixá de Candomblé Ketu, Diego Bragança de Logun Edé, Deyse Suellem de Oxalá, Dyonatha de Oxum, Renan Alves de Oxalá, Herminio Bragança de Omolú, Wenerson Morais de Oxum, Carlos André(Dedeco) de Omolú, Maria Figueiredo - minha mãe genitora de Oxum, Minha Irmã de sangue Andrea Leite - Omy Lewancy - Yalorixá de Candomblé Ketu, Meu Padrinho de Vodun Eldy Costa - Odé Tawandacy - Babalorixá de Candomblé Nagô, Minha Madrinha de Vodun Mãe Eli de Toy Dossú, Minha Avó de Santo Mãe Dofanitinha de Oxum, minha amiga e Mãe de Santo Vodun Mina Ruth, Minha mãe e amiga Norma Coutinho, Fernando Coutinho, Luiz Coutinho, Nayane Coutinho, Diego Portal, Vanete Pereira, Deyse Pereira, Socorro Dantas, Afonso Oliveira, meu muito obrigado a todos pelo apoio. Que Navê derrame bençãos de vitórias na vida de todos. 

Convite do Evento: 
A ACALUZ – Associação Cultural Axé e Luz, em nome do Ìlè Asé Baba Ìzò Oyá Mèssúgbò, Nonato Silva, tem a honra de convidar a todos os amigos, irmãos e simpatizantes da amada Religião, para participarem da Obrigação de Adriano Figueiredo na Nação Mina Vodun.
Data: 07/04/2016 – 18h00.
End. Passagem Garrincha, entre São Benedito e Gastão, Sacramenta. Belém, Pará - Brasil.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mulheres no Tambor de Mina


 1. INTRODUÇÃO
A importância da mulher na religião afro-brasileira tem sido afirmada e demonstrada por muitos pesquisadores, mas há uma carência de estudos sobre a representação do feminino nas diversas manifestações da religião afro-brasileira: Candomblé, Umbanda, Batuque, Xangô, Tambor de Mina e outras. Neste trabalho pretendemos examinar a posição da mulher e das entidades espirituais femininas no Tambor de Mina do Maranhão e fazer uma análise de alguns rituais realizados em terreiros de São Luís, para entidades femininas, procurando ver como a mulher (ou o feminino) é representada naqueles rituais(1).

2. A MULHER NO TAMBOR DE MINA DO MARANHÃO
No Tambor de Mina - manifestação da religião afro-brasileira típica do Maranhão e predominante no Norte do Brasil - a mulher é maioria, tanto como médium de incorporação quanto na chefia dos terreiros. Esta posição, apesar de maior nos terreiros antigos (que vêm do século passado) é também observada em terreiros mais novos, onde a Mina costuma coexistir com outros sistemas religiosos como: Cura ou Pajelança, Mesa Branca (kardecista), Umbanda e o Candomblé.
Em São Luís, nos terreiros mais antigos, homem não costuma entrar em transe e, quando recebe uma entidade espiritual, não dança tambor. Por essa razão, nunca assume a chefia do terreiro, o que justifica a afirmação da existência de um matriarcado no Tambor de Mina. Embora tenha havido no Maranhão, no século passado e no início do nosso século, alguns pais-de-santo que prepararam mães de terreiros importantes, só as mulheres são lembradas como "pilares" do Tambor de Mina - é difícil alguém contar a história da Mina sem lembrar os nomes de: Andresa, da Casa das Minas, Dudu, da Casa de Nagô, Anastácia, do Terreiro da Turquia, Vó Severa, Nhá Alice, Maximiana e de tantas outras mães-de-santo.
A partir dos anos cinqüenta, houve, em São Luís, uma proliferação de terreiros abertos por homens (geralmente já integrados no campo religioso afro-maranhense, como curador/ pajé), mas, mesmo nos terreiros abertos por eles, a mulher tem maioria e ocupa posições de destaque. Embora não seja ali a mãe-de-santo, é, geralmente, a guia ou mãe-pequena e a contra-guia (a segunda e terceira pessoa da casa). Na Casa Fanti-Ashanti (terreiro aberto em 1958 por Pai Euclides, já conhecido como curador, e que introduziu ali, em 1980, o Candomblé), todas as posições hierárquicas logo abaixo do pai-de-santo são ocupadas por mulheres e, quando realizamos ali nosso trabalho de campo (1984-1987), 90% dos participantes dos toques de Mina e 80% dos participantes do Candomblé eram do sexo feminino (FERRETTI,M.R., 1993).
A posição das entidades espirituais femininas nos terreiros de Mina da capital maranhense parece, no entanto, inferior à das masculinas, sejam elas vodum, orixá, gentil (nobre associado a orixá) ou caboclo. Além delas serem numericamente inferiores e de, geralmente, permanecerem "em terra" por menos tempo que as masculinas, as entidades femininas não são recebidas em todos os rituais, e poucas são "donas" de terreiro ou da cabeça dos filhos-de-santo. Na Mina, a maioria das entidades espirituais recebidas como "donas da cabeça" ou guia-chefe (seu representante na linha de caboclo), pertence ao sexo masculino e, raramente, um terreiro tem como chefe espiritual uma entidade feminina. Embora o nome dos terreiros nem sempre reflita suas crenças e valores atuais, parece significativo que, num levantamento de terreiros maranhenses realizado por Maria do Rosário e Manuel Santos (SANTOS e SANTOS NETO, 1989), enquanto 60% dos terreiros de Mina da capital eram dirigidos por mães-de-santo, menos de 20% dos que têm nome de santo ou de entidade espiritual tinham nomes femininos (Iemanjá, Rainha Rosa, Chica Baiana, Maria Bogi, Cabocla Ita, Nossa Senhora da Guia, Santa Bárbara).
Na Casa das Minas-Jeje (terreiro considerado o mais antigo do Maranhão), embora o transe com vodum feminino tenha a mesma duração e ocorra nos mesmos rituais em que ocorre o das entidades masculinas, atualmente, só Abê está sendo recebida, o que significa que, atualmente, mais de 90% das vodunsis da casa entram em transe com vodum masculino (Dossu, Lepon, Averequete, Jotim, e outros). No passado, no entanto, eram também recebidas ali, pelas vodunsis-gonjai (com iniciação completa) as tobôssis - entidades femininas infantis (meninas) que, embora não fossem "donas da cabeça", eram recebidas, com orgulho, fora do "toque", nas festas e obrigações grandes. 
Na Casa de Nagô (fundada por africanas, no século passado, como a Casa das Minas-Jeje, onde se recebem orixás, voduns, gentis e caboclos) embora não haja uma festa ou ritual só para entidades femininas, elas são incorporadas, principalmente, na festa de Santa Bárbara e na Bancada (ritual realizado na quarta-feira de cinzas, onde há grande distribuição de doces e frutas, de que nos ocuparemos mais adiante, neste trabalho). Na Casa de Nagô, embora as entidades femininas e os gentis participem dos toques, nunca ficam "em terra" até o encerramento dos rituais. Depois de algum tempo, costumam "dar passagem" a uma entidade masculina e cabocla, prática também observada em outros terreiros.

Em diversos terreiros de São Luís, costuma ocorrer uma festa só para entidades femininas, freqüentemente denominadas tobôssas, realizada, geralmente, no aniversário da "senhora" do pai ou mãe-de-santo, ou no dia de uma santa do catolicismo a ela associada: Santana (associada a Vó Missã ou Nanã), Santa Bárbara (a Maria Bárbara Soeira, a Iansã e outras), Nossa Senhora da Conceição (a Mãe Maria e a Iemanjá), Santa Luzia (a linha de princesas da Cura/Pajelança), e outras. Nestes terreiros, as festas e os rituais para as tobôssas são, geralmente, muito dispendiosos, pois envolvem luxo, delicadeza e sofisticação - "coisas finas", de classe alta, e distribuição de alimentos. Entre estes rituais, merecem destaque: a Bancada e o Tambor das tobôssas, realizados em muitos terreiros de Mina da capital, onde o feminino e o infantil estão muito associados.

3. BANCADA E TAMBOR DAS TOBÔSSAS ("SENHORAS") (2)
O termo Bancada designa, no Tambor de Mina, rituais realizados na Casa das Minas-Jeje, na Casa de Nagô (terreiros de São Luís fundados por africanos) e em terreiros nelas inspirados, na quarta-feira de cinzas, onde há grande distribuição de frutas, doces, bebidas, pipocas e outros alimentos, a pessoas ligadas à religião ou ao pessoal a ela devotado. Estes alimentos, antes de serem distribuídos, permanecem por várias horas no quarto de santo e sua preparação envolve a observância de muitos preceitos. Na Mina-Jeje, a distribuição é feita pelas filhas-de-santo em transe com voduns masculinos ou femininos e inclui, obrigatoriamente, pipoca, "azogri" - farinha de milho torrado misturada com açúcar, coco e feijão torrados (FERRETTI,S.F., 1985 e 1991). Na Casa de Nagô, a Bancada é realizada pelas filhas-de-santo incorporadas com entidade espiritual feminina (adulta ou menina, como a Princesa Mira e Diana) ou com entidade masculina (vodum, como Xapanã, gentil, como Dom João, e caboclo, como Tabajara). 
Em outros terreiros de São Luís, a Bancada costuma ser realizada apenas com entidades femininas, de preferência com as nobres (rainhas e princesas) e, embora possa ocorrer na quarta-feira de cinzas, realiza-se mais freqüentemente: 1) no primeiro dia do ano (quando muitos terreiros no Brasil festejam Iemanjá); 2) no dia 31 de maio ou em outra data de festejo de Nossa Senhora no calendário católico, como 8 de dezembro (festa de N. Sra. da Conceição, associada por uns a Iemanjá e por outros a Mãe Maria, e a Oxum); 3) em festa de santa do catolicismo (Bárbara, Luzia, Rosa de Lima e outras). Nestes terreiros a Bancada é realizada, preferentemente, no aniversário da principal entidade feminina da casa (geralmente, a "senhora" do pai ou da mãe-de-santo), quando se rende também homenagem às "senhoras" das filhas-de-santo. 

3.1. Bancada na casa de Santana (São Luís/MA - zona rural)
Na casa de Santana, a Bancada é realizada no aniversário de Rainha Madalena, no dia 31 de maio. Mas, no dia 12 de dezembro de 1993, realizou-se ali uma Bancada para a "senhora" de Dona Nenem - filha-de-santo de um terreiro já desaparecido (de Mãe Irinéia), que está "encostada" ali desde 1969(3). Dona Nenem trabalha na Coliseu, empresa encarregada da limpeza urbana de São Luís, e zela pelo Terreiro da Turquia com Pai Euclides (da Casa Fanti-Ashanti) - que assumiu a chefia la casa após o falecimento de sua fundadora. Embora Pai Euclides e Dona Nenem não sejam filhos da Turquia são ligados a ele por receberem encantados da família do Rei da Turquia - seu chefe espiritual.

Santana é uma das muitas mães e pais-de-santo de São Luís que não se definem como Umbanda e que continuam resistindo ao fascínio do Candomblé, embora não tenham vinculação com as centenárias casas das Minas e de Nagô, e tenham iniciado sua carreira como "curador" (na linha de Cura/ Pajelança). Apesar de ter, há muito, se tornado "mineira", continua realizando festas e rituais de Cura/Pajelança. Como outros pais-de-santo de São Luís que começaram a trabalhar como curador, realiza também, em sua residência, sessões de "mesa-branca" (presidida por pessoa a ela ligada) e, no sítio, onde fica sediado seu terreiro, a tradicional festa do Espírito Santo. Além de muito conhecida em São Luís como mãe-de-santo e "curadeira", é muito procurada como bordadeira. Santana passa muitas horas do dia e da noite na máquina de costura bordando, em "Richelieu", as toalhas usadas na guma (barracão) por pessoas de sua casa e de muitos outros terreiros da capital e do interior do Maranhão(4). 
Segundo informação de Santana (mãe-de-santo), a "senhora" de Dona Nenem, que nunca "arreara" na Mina, veio nela na Casa Fanti-Ashanti, quando assistia a um candomblé. Como ela não gosta muito de Candomblé, resolveu dar sua obrigação na Mina, no terreiro onde é "encostada". Escolheu para madrinha Dona Celeste, da Casa das Minas-Jeje, de quem é muito amiga e que se responsabilizou pelo bolo confeitado e pelas lembranças distribuídas aos convidados (uma cestinha de flores). Para diferençar aquela Bancada da que é realizada ali no mês de maio, na festa de Rainha Madalena, com todas as dançantes usando saia de mesma cor, as participantes usaram saias diferentes.

Encontravam-se no terreiro, além do pessoal da casa, seus familiares e amigos, muitos vizinhos (moradores do bairro - alguns como convidados e outros atraídos pelo movimento da casa). Havia também na assistência pessoas de vários terreiros: da Casa das Minas, do terreiro de Mãe Elzita (membro do INTECAB, como Dona Nenem, muito amiga de Dona Celeste - sua presidente), terreiro de Adelmo (pai-de-santo muito ligado a Santana, que também sentou naquela Bancada para "arreada" de sua "senhora"). Naquela mesma data (véspera da festa de Santa Luzia) realizou-se, na Casa Fanti-Ashanti, o Baião - baile de sanfona, com pandeiro e instrumentos de corda, participado por entidades femininas da linha Cura"/ Pajelança - princesas e caboclas, descrito por nós em outro trabalho (FERRETTI, M.R. 1991 e 1993:359). 
A "senhora" de Dona Nenem é Rainha Dina, também conhecida na Mina por Fina Jóia, esposa de Dom João. Foi ela quem determinou tudo na Bancada, com grande antecedência. Santana, como era de se esperar, sentou com Rainha Madalena. Didi (dançante do terreiro da Turquia, também encostada naquela casa), com Menina do Maracujá, Sulica com Flor de Lys, Concita (guia da casa) com Princesa Flora, Adelmo (pai-de-santo visitante) com Moça Laura, Alice com Borboletinha, uma dançante da casa, com Linda, e duas outras com encantadas cujo nome não chegou ao nosso conhecimento. 
Não sendo filha da casa, observamos apenas a parte pública do ritual, realizada no barracão. À tarde, quando chegamos, os tambores (abatás e mata) estavam no salão, e o altar já estava enfeitado, podendo ser visto entre as santos as imagens de: Santa Luzia, São João e São Sebastião. Encontramos a casa cheia de crianças, cada uma com uma sacola de plástico na mão, prontas para receber os alimentos que lhes seriam ofertados na Bancada. A mesa começou a ser armada depois da nossa chegada. Primeiro o chão foi forrado com esteiras cobertas por toalhas brancas e bordadas. Depois, foram trazidos para o salão, em tabuleiros, bacias, travessas, tigelas e pratos: frutas, batata doce, amendoim, pipoca, bolos, cocada, mariola, balas, chocolates, biscoitos e outros alimentos. Em seguida, foram trazidas para o salão, pelas auxiliares, as garrafas de refrigerante, licor, refresco e de outras bebidas não alcoólicas. Depois de armada, a mesa foi enfeitada com vasos de flores e, em torno dela, foram colocadas cadeiras forradas de renda (para as encantadas) e banquinhos (para as mulheres que iam ajudá-las na distribuição dos alimentos)(5).

As filhas-de-santo receberam as encantadas antes de virem para o barracão, longe dos olhos da assistência. Depois de incorporadas, vieram para uma sala que fica antes dele, onde permaneceram em pé ou sentadas, por algum tempo, quase em silêncio. Em seguida, foram para o salão, onde sentaram em cadeiras que lembravam os tronos que são armados nos terreiros de São Luís, para o Império, na festa do Espírito Santo. Mais da metade destas cadeiras estavam sendo ocupadas ou guardadas por bonecas (geralmente grandes e louras). Observamos que, quando as tobôssas sentaram no "trono", algumas (como Rainha Madalena) colocaram a boneca em pé, ao lado dele e outras ficaram com ela no colo, mas nenhuma brincou com ela. Esta relação, que é idêntica à da Princesa Doralice (Troirinha) e sua boneca, na Cura/ Pajelança da casa de Mãe Elzita, contrasta com a dos erês com sua boneca, no Candomblé da Casa Fanti-Ashanti. 
As tobôssas estavam ricamente vestidas e várias traziam uma manta de miçangas coloridas, no estilo das que eram usadas na Casa das Minas-Jeje pelas tobôssis (entidades femininas infantis - meninas), além do capote de seda ou de renda colocado sobre a blusa em um dos ombros (no estilo das usadas na Casa Fanti-Ashanti pelas princesas no Baião) e que poderia ser um substituto do "pano da Costa", usado no Maranhão na Casa das Minas-Jeje, na festa de pagamento. Para marcar a diferença entre aquela Bancada e a realizada, em maio, para Rainha Madalena, as saias das tobôssas eram de cores diferentes e duas delas tinham saia estampada (Fina Jóia, de Dona Nenem, e Flor de Lys, de Sulica). Adelmo usou calça e túnica de cetim branco e, sobre esta, manta de miçangas verdes. 

No salão, as tobôssas sentaram com suas serventes (moças ou senhoras), próximo aos alimentos que iam distribuir. Na mesa, em frente a cada uma delas, havia um bolo confeitado que, apesar de nunca ser dividido no salão, é sempre colocado na Bancada(6)
A distribuição de alimentos começou pelas crianças, que iam passando, em fila, com suas sacolas, por cada tobôssa. Ao contrário do que ocorre nas festas de Cosme e Damião e do Espírito Santo, a distribuição realizada na Bancada nunca é eqüitativa (umas pessoas sempre recebem muito mais do que outras), o que é considerado normal, uma vez que decorre de preferências das encantadas e não das filhas-de-santo. Cada pessoa deveria entrar na fila só uma vez, mas algumas crianças e adultos entraram mais de uma vez, o que foi objeto de falatório, mas não foi impedido por ninguém. É possível que alguma delas estivesse substituindo pessoas que não se encontravam ali ou que não podiam ir para a fila.

Como estávamos fotografando, vez por outra uma encantada ou um parente das filhas-de-santo que participavam do ritual, nos solicitava uma foto. Terminada a distribuição e retirados da "mesa" os bolos confeitados, as encantadas deixaram o salão e sentaram, com suas bonecas, na sala onde sentaram antes, aguardando o início do "toque". Enquanto isso, suas auxiliares dividiam o bolo confeitado e as lembranças da festa entre pessoas escolhidas pelas encantadas. Observando que três delas não tinham bonecas (a de Adelmo e a de duas dançantes) e indagando sobre o motivo desta diferença, fomos informados por uma pessoa da casa que "só as princesas dançavam com bonecas". Em outra ocasião, Adelmo nos esclareceu que, em sua casa, as tobôssas não levavam boneca para o barracão porque ele "achava feio gente grande com boneca".
Logo que a mesa foi desfeita, uma equipe providenciou a limpeza do local, para que o "toque" pudesse ser iniciado, pois, apesar das "senhoras" gostarem de dançar, nunca ficam incorporadas até "altas horas" da noite.

3.2. Tambor das tobôssas na casa de Santana (12/12/1993)
No dia 12/12/1993, após a Bancada da "senhora" de Dona Nenem, descrita anteriormente, foi realizado um toque de tambor na casa de Santana. O ritual não começou com "Ibarabô", canto de abertura da Mina-nagô para Legba ou Exu, e sim com uma saudação ao terreiro, prática muito adotada em casas abertas por curador:
"Salvar, salvar, terreiro novo de meu pai"

Como de costume, dançou-se as primeiras músicas indo e vindo em direção aos tambores. Depois, o grupo fez uma roda, e, em seguida ficou alternando esses dois movimentos básicos de acordo com a "doutrina" que ia sendo "puxada". Após serem cantadas as "doutrinas" obrigatórias, cada encantada "puxou" pelo menos uma "doutrina" falando de si ou reverenciando os donos da casa ou entidade espiritual de sua família. A dança delas era lenta, desanimada e sem rodadas - muito diferente da apresentada pelas encantadas do Baião que estava sendo realizado, naquele momento, na Casa Fanti-Ashanti (geralmente, caboclas e mais ligadas à linha de Cura/Pajelança). As tobôssas quase não olhavam para a assistência. Apesar de muitas cantarem com "voz de criança mimada", nenhuma veio para o barracão com sua boneca. 
Durante o toque, Rainha Dina tinha as mãos sempre cobertas pelo capote ou enroladas na "pana" - lenço grande de cetim, usado principalmente em terreiros de curadores e no Tambor da Mata (linha de Codó - estilo do interior do Maranhão). Este procedimento foi também por nós observado em 1993, no terreiro de Pai Jorge Itaci, em "toques" para tobôssas. Depois de dançarem por algum tempo, as tobôssas "deram passagem" aos caboclos, que ficaram incorporados nas filhas-de-santo que as receberam até o encerramento do ritual ou até se esvaziar a última garrafa de bebida comprada para a festa (como acontece com Seu Beberrão, "caboclo farrista" de Santana, e com muitos encantados da Turquia). 


4. ENTIDADES ESPIRITUAIS FEMININAS NO TAMBOR DE MINA DO MARANHÃO: TOBÔSSIS E SENHORAS
A importância das entidades espirituais femininas no Tambor de Mina é uma questão complexa. Sendo em número menor que as masculinas, recebidas com menor frequência e permanecendo "em terra" por menos tempo, parecem ter uma importância menor. No entanto, são recebidas com orgulho pelos "mineiros" e para elas são realizadas obrigações dispendiosas, festas e rituais especiais, que atraem para o terreiro pessoas de todas as idades e muitas crianças. E, na Mina-Jeje, existe um culto especial para entidades femininas infantis, as tobôssis (meninas), que, apesar de ter chamado a atenção de muitos pesquisadores, está longe de ser compreendido(7). 
Mas, se as entidades femininas têm uma presença tão grande na Mina por que são tão ausentes no barracão (espaço ritual onde são realizados os toques de Mina) e por que raramente são "donas da cabeça" ou dos terreiros?!... Observações realizadas em São Luís tem nos levado à conclusão que as entidades espirituais femininas raramente são donas de terreiro ou "da cabeça" dos filhos-de-santo, são minoritárias no barracão, e permanecem "em terra" por menos tempo do que as masculinas, não por serem menos importantes, mas, porque são femininas. 

Indagando certa vez a Pai Euclides, da Casa Fanti-Ashanti, por que o Baião (ritual da linha de Cura/Pajelança para entidades femininas) termina mais cedo do que os toques de Mina e porque as encantadas recebidas nele não vêm com maior frequência, obtivemos a seguinte explicação: "no Baião vêm moças de categoria alta, moça volta cedo para casa e não anda saindo todo dia"... 
Apesar da mulher ter na Mina uma posição muito elevada, a análise de rituais realizados para entidades espirituais femininas recebidas como "senhoras" mostra que a representação da mulher no Tambor de Mina parece não se distanciar muito do estereótipo machista de mulher, expresso claramente nas mensagens do Dia das Mães (segundo domingo de maio, mês de Maria e de muitas festas para tobôssas) que são veiculadas pelos meios de massa. Tal como as mães brasileiras, as entidades espirituais femininas recebidas como "senhoras" são representadas em São Luís como "santas" (recatadas), rainhas (reservadas), maternais e domésticas, no que parecem imitar a "Virgem Maria", mãe de Jesus.
Na sociedade brasileira, embora a mulher seja quase sempre submissa ao homem (que assume a maioria das posições de comando), é, freqüentemente, apresentada como rainha (do lar), tendo a casa como o seu verdadeiro espaço de atuação - daí a denominação "rainha do lar". Apesar desta ideologia não encontrar grande fundamento na realidade dos terreiros de Mina - chefiados principalmente por mulheres - parece influenciar a concepção de entidades espirituais femininas, fazendo com que elas se apresentem ali como subordinadas às masculinas e permaneçam "em terra" por menos tempo que aquelas.
Na Mina a figura das entidades femininas parece também associada à fertilidade, como a das Iamí Oxorongá africanas, daí porque, fora das centenárias casas das Minas-Jeje e de Nagô, o ritual da Bancada (onde há abundância de alimentos e grande número de crianças) é sempre realizado como uma obrigação de tobôssa (senhora). A distribuição não eqüitativa de alimentos na Bancada, em contraste com a realizada nos terreiros nas festas de Cosme e Damião e do Divino Espírito Santo (do catolicismo popular), aponta para as matrizes não cristãs da representação feminina no Tambor de Mina. Mas, se tem poder sobre a fertilidade, tal como as Iamí Oxorongá (AUGRÁS, 1989), não são temidas ou representadas como terríveis, embora, quando distribuem alimentos, possam dar muito a uns e quase nada a outros.
A análise da Bancada e do Tambor de Tobôssa realizados fora das Casas das Minas-Jeje e de Nagô, chama atenção ainda para outros aspectos da representação da mulher no Tambor de Mina. Naqueles rituais as "senhoras" aparecem, freqüentemente, com bonecas e, não raramente, exibem um comportamento infantil. Sem querer negar a existência desse traço nos estereótipos de mulher da sociedade brasileira, gostaríamos de chamar atenção para a associação havida na Mina entre as tobôssis da Casa das Minas-Jeje (meninas) e as entidades recebidas como "senhora" em outros terreiros. Não é por acaso que estas são, genericamente, denominadas tobôssas e que usam, freqüentemente, a tradicional manta de miçangas das tobôssis da Casa das Minas(8) ... 
O estereótipo de mulher como frágil, dominada e imatura (chorona e manhosa como uma criança mimada), encontrado em muitos domínios da cultura brasileira, deve ter contribuído para que a fusão senhora-menina fosse realizada na Mina quase sem crítica. Fora da reação de Pai Adelmo: "lá em casa tobôssa não sai com boneca porque acho feio gente grande com boneca", não encontramos ninguém questionando os traços infantis apresentados pelas tobôssas (senhoras) nos rituais observados. Mas o comportamento infantil das entidades femininas recebidas na Mina como "senhora" torna-se mais compreensível quando se considera a influência exercida pela Mina-Jeje no Tambor de Mina do Maranhão e a impressão deixada pelas tobôssis da Casa das Minas-Jeje no meio religioso afro-maranhense(9).

A boneca, que aparece na Bancada e às vezes também no Tambor de tobôssa, embora possa ser considerada um brinquedo de menina, parece ser ali um símbolo de feminilidade (daí porque as tobôssas não brincam com ela). Nos pejis cubanos ela é também encontrada com saias longas e rodadas cobrindo as jarras de orixás femininos (negras, nas de Iemanjá e louras ou mulatas, nas de Oxum). Nos terreiros de São Luís, a boneca aparece também como símbolo de nobreza, tanto na Mina, como na Cura/Pajelança, o que nos foi explicado por uma senhora no terreiro de Santana: "princesa dança com boneca"... 
Como já foi mencionado, na Bancada as tobôssas recebem um tratamento principesco e são apresentadas nos toques realizados para elas como nobres - com vestimentas caras e especiais, comportamento reservado, sem se misturar com a assistência - bem diferentes das caboclas, que gostam de cumprimentar a assistência, de dar rodadas no salão e de permanecer "em terra" após os rituais (as vezes para beber e animar a festa com suas brincadeiras). Na Mina-Jeje as tobôssis são comandadas por Nochê Naê (a grande mãe) - vodum da família real que não incorpora - e são tratadas ali como princesas(10) .
Embora haja pontos em comum entre as tobôssas (senhoras) e as tobôssis (meninas), é preciso não esquecer que na Casa das Minas-Jeje as tobôssis não se confundem com voduns femininos, nem mesmo quando esses são toqüenos (adolescentes) ou desempenham funções análogas às deles. Nunca são recebidas como "senhoras" (donas da cabeça) como são, por exemplo, Abê e Nochê Decé (voduns femininos adulto e toqüeno), daí porque não participam dos toques. São meninas, "sinhazinhas", recebidas apenas nas festas e obrigações maiores, tanto pelas vodunsis-gonjai que tinham vodum masculino ("senhor") como pelas que tinham vodum feminino ("senhora"). E são consideradas mais puras e mais próximas às pessoas do que os voduns (comem, dormem, tomam banho, têm medo de mascarado). Já as tobôssas recebidas em outros terreiros vêm sempre como "senhoras" (donas da cabeça ou ajuntó). Na Mina-Jeje os voduns femininos são recebidos em todos os rituais e permanecem "em terra" por tanto tempo quanto os voduns masculinos, mesmo quando pertencem à família real e são toqüenos (adolescentes).
As tobôssis Mina-Jeje parece que também não se confundem com as meninas recebidas hoje na Casa de Nagô. Além de se afirmar na Casa das Minas-Jeje que tobôssis (meninas) só existem na Mina-Jeje, antes da Bancada de 1994, ouvimos de Dona Lúcia (atual chefe da casa) a seguinte explicação: "nós aqui não temos tobôssi, tobôssi é lá em cima, em jeje, nós temos é menina"... E ainda, observações do comportamento das entidades femininas, em rituais atualmente realizados na Casa de Nagô, têm demonstrado que elas se aproximam mais das "tobôssas" de outros terreiros do que das "tobôssis" da Casa das Minas. Na Casa de Nagô as entidades femininas (adultas e meninas) participam de rituais com as entidades masculinas (Bancada, toque) e são, geralmente, recebidas como "senhora" (donas da cabeça ou ajuntó)(11) . 
Existe ainda uma característica apresentada pelas "senhoras" no Tambor de Tobôssa que não foi aqui analisada: as tobôssas dançam, geralmente, com as mãos encobertas. Como na Bancada as "senhoras" são tratadas como a nobreza na Festa do Divino Espírito Santo (sentam em cadeiras cobertas por rendas, têm roupas luxuosas, etc) e nesta festa a nobreza usa luvas, cobrir as mãos pode ser mais um símbolo de nobreza. Mas, as tobôssas com suas mãos encobertas, lembram também imagens da Virgem Maria com seu manto nas mãos. A identificação das "senhoras" da Mina com a Nossa Senhora do catolicismo, religião também professada pelo pessoal dos terreiros de São Luís, que já foi lembrada, pode também explicar o comportamento recatado e reservado daquelas encantadas, em contraste com o das caboclas (menos identificadas com a Mãe de Jesus e com as santas católicas do que as "senhoras"). 

5. CONCLUSÃO

A representação da mulher no Tambor de Mina é influenciada pela ideologia dominante (machismo, catolicismo) mas não pode ser reduzida a ela. Muitos traços das entidades espirituais do Tambor de Mina só podem ser bem interpretados levando-se em conta sua origem africana e peculiaridades do campo religioso afro-maranhense (influências das Casas das Minas e de Nagô, etc.). Assim, reproduz, em parte, a ideologia dominante na sociedade brasileira, mas apresenta aspectos que só podem ser bem interpretados conhecendo-se o contexto específico em que foi produzida. 
GRAMSCI (1978), em Literatura e Vida Nacional, chama atenção para a heterogeneidade do momento histórico e para a existência na mesma época e na mesma sociedade de obras que refletem as concepções dominantes e outras a realidade vivida por grupos não hegemônicos. No caso brasileiro, o negro, além de constituir um desses segmentos não hegemônicos, tem tradições culturais próprias e estas tradições são encontradas de forma bastante viva nos terreiros de religião afro-brasileira. Por conseguinte, não se pode estranhar que representações da mulher no Tambor de Mina de São Luís reproduzam a ideologia dominante mas reflitam também outras formas de relações sociais, outros valores e visões de mundo. 
Ao mesmo tempo que o culto às tobôssis e tobôssas tem a ver com o matriarcado da Mina, revela o machismo dominante na sociedade brasileira e tão forte no Maranhão. Assim, na Mina, as entidades espirituais femininas são objeto de um culto especial, dispendioso, mas aquelas entidades são recebidas por um número menor de médiuns, vêm poucas vezes por ano e, fora da Mina-Jeje, permanecem "em terra" por pouco tempo. Isto significa que, em última análise, elas deixam o campo livre para a atuação das entidades masculinas. Embora não se possa dizer que na Casa das Minas-Jeje as tobôssis estão acima dos voduns toqüenos (adolescentes) e que as tobôssas são superiores às entidades espirituais masculinas, recebidas como senhores em outros terreiros, há mais exigências para que elas sejam recebidas. Elas, geralmente, só vêm em quem tem grau iniciático elevado e nas festas e obrigações maiores ou mais "finas". Contudo, estão, geralmente, abaixo das entidades masculinas - que são maioritárias como chefes espirituais de terreiro e como "donos da cabeça" dos mineiros. 
A importância da mulher no Tambor de Mina como mãe de terreiro e filha-de-santo associada à grande impressão causada pelas tobôssis da Casa das Minas-Jeje podem ser apontadas entre os fatores responsáveis pelo orgulho dos "mineiros" pelas suas "senhoras", pela existência nos terreiros de São Luís de rituais especiais para elas e pelo esmero com que esses rituais são realizados. Mas a representação da mulher no Tambor de Mina, embora apresente muitos traços em comum, varia de casa para casa. É de se esperar que apresente diferenças significativas quando se compara casas dirigidas por mulher com casas dirigidas por homens, terreiros de Mina apegados aos modelos das Casas das Minas e de Nagô com terreiros de Mina de caboclo, terreiros que se definem como Umbanda e terreiros de Mina que introduziram o Candomblé. 
Nas representações aqui analisadas, as entidades espirituais femininas, recebidas como "senhoras" na Mina maranhense, aproximam-se da Iemanjá e distanciam-se da Pomba Gira da Umbanda (AUGRÁS, 1989) e correspondem à mulher onírica (que se opõe à "piranha"), encontrada por BERLINK (1976) em análise de letras de samba: frágil, graciosa, desligada, "diferente da mulher que se tem". Com efeito, enquanto na Mina-Jeje as tobôssis são consideradas mais puras do que os voduns, as mulheres são vistas como mais sujeitas a impurezas do que os homens, pois, além do contato com a morte e da atividade sexual (que torna o "corpo sujo"), são contaminadas pelo sangue menstrual e pelo parto.

Na representação de entidades espirituais caboclas ou não recebidas como "senhora" ("dona da cabeça" ou ajuntó) estes modelos se apresentam em graus diferentes e combinados, permitindo a distinção de um número maior de modelos femininos. 


A MULHER NO TAMBOR DE MINA (*)
sábado, junho 24, 2006
Mundicarmo Maria Rocha Ferretti (**)
Análise da posição e representação da mulher e das entidades espirituais femininas no Tambor de Mina do Maranhão.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

GUIA DE AÇO OU GUIA DAS “7 LINHAS"


Hoje em dia, infelizmente, observamos o não uso das guias de aço por parte dos médiuns umbandistas.


É comum ver-se a utilização de guias confeccionadas com materiais inócuos, como miçangas, vidros coloridos, porcelana, plástico, etc.

De um lado da guia de aço deverá estar o garfo de Exú, e do outro lado o garfo de Pomba Gira (o garfo é um representação da energia tripolar que Exu e Pomba Gira vibram; energia essa positiva, negativa e neutra; formam o desenho de um garfo.

A guia de aço transforma-se num excelente captador de energias deletérias de baixo teor energético, desagregando esses baixos fluidos, não permitindo seu alojamento e consequentemente a criação e proliferação de miasmas e larvas astrais nos corpos sutis e físico do homem.

A guia de aço é um amuleto que têm como função, absorver as energias maléficas e evitar que haja uma infestação etérica enfermiça na aura do seu possuidor tendo eficácia defensiva, bem como catalisar os fluidos bons e repelir os maus do próprio dono.

Quanto ao uso, todos os dias devemos proferir a Oração da Guia de Aço, para que mentalmente ativemos a energia dinamizada da guia, para assim se tornar mais efetiva a proteção energética.

Após a invocação, pegar a medalha ou a cruz da guia de aço na mão direita, e enquanto diz o nome dos Sagrados Orixás, cruzar da seguinte maneira:

Porque?


Vamos entender como funciona o aço e com certeza daremos maior valor na utilização dessa guia, tão importante para a nossa defesa e proteção.

As guias de aço vendidas nas casas do ramo, geralmente possuem o que chamamos de “ferramentas” dos Orixás penduradas por toda a extensão da guia.

O que seriam essas “ferramentas”?

Nada mais são do que representativas dos Sagrados Orixás, pois cada uma delas traz em sua formação, um pedaço da onda vibratória geométrica sagrada emanada pela força Orixá.

Para termos uma melhor noção de quais “ferramentas” deverá conter a guia de aço, vamos enumerá-las (as ferramentas também deverão ser confeccionadas em aço):


  • Uma cruz de aço – Vibração de Oxalá;
  • Um coração de aço – Vibração de Oxum;
  • Uma espada de aço – Vibração de Ogum;
  • Uma flecha de aço – Vibração de Oxóssi;
  • Uma machadinha de aço – Vibração de Xangô;
  • Uma chave de aço – Vibração de Omulu/Obaluaiê;
  • Uma estrela de cinco pontas de aço - povo do oriente;
  • Uma lua ou ancora - Iemanjá;
  • Um garfo de conformação quadrada de aço – Exú;
  • Um garfo de conformação arredondada de aço - pomba-gira;


Obs.: Também pode-se utilizar uma medalha de aço, desde que se tenha nessa medalha, em alto ou baixo relevo, os sinais cabalísticos representativos dos Sagrados Orixás.
Aço é uma liga de ferro-carbono e outros elementos residuais sob a forma de óxidos estáveis do tipo (hematita) etc. É um excelente condutor de energia elétrica e possui uma aura fortemente radioativa.

As conformações dos filamentos que compõem a “guia de aço” (colar consagrado), funcionam como excelentes captadores das energias vivas da Natureza, bem como também, diminutos cabos eletromagnéticos, e os traços fluídicos desprendidos do metal dinamizado, como acumulador de forças, favorecem bastante o escoamento dos fluidos ativados nos feitiços, magias negras, pensamentos negativos, miasmas e larvas astrais.
Algumas emanações fluídicas são perniciosas ao ser humano.

O feiticeiro, sabedor desse fator, procura ativar forças etéreas aliadas a certos materiais dinamizados, a fim de conseguir êxito nos processos de “bombardear” a aura e o duplo etérico de seu desafeto, provocando uma série de problemas físicos e espirituais.
Também acontece o caso de “auto enfeitiçamento”, por viver constantemente vivenciando doenças morais ou mesmo a presença em ambientes de baixo teor vibratório, onde fatalmente existem fluidos perniciosos a constituição humana, que poderão agregar-se aos corpos sutis e físicos do homem.

Se houvesse uma maneira “clínica” de se observar e examinar o duplo etérico de um homem enfeitiçado, auto enfeitiçado ou mesmo carregado de inveja, olho gordo, etc., os médicos identificariam como as radiações negativas, emanadas de uma magia negra e de pensamentos negativos, afetam a base química orgânica, agregando aos corpos sutis e físico uma série de miasmas e larvas astrais, produzindo uma série de enfermidades muitas vezes graves.

O aço, devido a sua ação excelente de condutibilidade, e consequentemente também, um grande acumulador magnético, possui a capacidade de atrair e absorver diversos tipos de emanações fluídicas prejudiciais ao ser humano.

O aço, por ação radioativa e excelente condução, juntamente dinamizado pela eletricidade biológica irá criar um campo eletromagnético em volta do corpo físico e astral do homem, criando uma barreira natural contra vários tipos de fluídos de baixo padrão, não permitindo que adentrem na constituição espiritual e física de quem esta usando essa proteção.

Portanto, o uso de uma guia de aço, devidamente consagrada (dinamizada), por um Guia Espiritual, um mago experimentado, ou mesmo um sacerdote, transforma-se em uma potente proteção.

Atente que somente após estar dinamizada, a guia de aço possuirá um campo de proteção eficiente, pois estará magnetizada com a determinação de proteger.
Só devemos atentar, que não é simplesmente o uso de uma guia de aço que irá nos proteger e nos livrar de todo o mal do mundo.

À necessidade de se criar condições morais, promovendo a necessária Reforma Íntima, Evangelização e consequentemente redobrar a vigilância, ajustando-se a uma elevada conduta espiritual.

Tudo isso, aliado ao uso de uma guia de aço, estaremos criando condições de obter uma efetiva proteção contra todos os tipos de males que possam nos apoquentar.

A guia de aço como amuleto, pode transmitir a outros, as influências boas ou más do seu primeiro dono. Por isso, muitas vezes observamos uma pessoa ou um Guia Espiritual retirar uma Guia do pescoço e colocar no pescoço de outra; ali, o Guia ou a pessoa bem intencionada esta dando um amuleto de proteção pessoal, que possui todos os elementos necessários impregnados no amuleto, a fim de proteger quem estiver fazendo uso da guia.

Importante: A guia de aço, por ser constituída de elementos eletromagnéticos poderosos, de alto acumulo de forças e excelente condução, desde que devidamente consagrada (dinamizada), nunca se sobrecarrega, pois estará constantemente escoando os fluidos de baixo teor vibratório; portanto, nunca estará “carregada” de fluidos pesados, não necessitando ser constantemente purificada e nem abençoada.

Também não haverá problemas de alguém estranho colocar as mãos na guia de aço.

Somente deveremos tomar o devido cuidado de retirá-la quando formos ter relações sexuais e quando formos dormir, poderemos colocá-la por debaixo do travesseiro.

ORAÇÃO DA GUIA DE AÇO:
Quando for de manhã, ao acordar antes de colocar a sua guia de aço profira esta oração: Com a corrente da guia de aço entre as mãos, formar um triângulo na altura da testa, diga a seguinte invocação:

Em nome do Setenário da Luz,
Que encerra os mistérios da Santa Cruz,
Eu me cruzo e me ligo,
Em corpo e espírito,
Com as forças dos Sagrados Orixás.

• 03 (três) vezes na testa,
• 01 (uma) vez do lado direito da cabeça,
• 01 (uma) vez do lado esquerdo da cabeça,
• 01 (uma) vez no alto da cabeça (coroa – coronal), e,
• 01 (uma) vez na nuca.

Após tudo feito, colocar a sua guia de aço no pescoço.


Por Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ
Profº. Diego Moura - Historiador da ACALUZ.
Fonte: Alguns trechos extraídos do livro: UMBANDA – O Conjunto das Leis de Deus.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

PEDRAS E CRISTAIS


Os Cristais fazem parte do Reino Mineral, o primeiro reino a aparecer no Universo. Essas pedras têm um arranjo molecular perfeito e eletromagnético de alta frequência. São, por isso, capazes de alterar a energia de quem está por perto. Pode-se verificar as qualidades extraordinárias dos cristais quando você segura uma pedra, sentindo as ressonâncias desse mineral.

Os Cristais, corpo sólido, abundante na natureza, sempre foi conhecido pela sua beleza e poder de cura. Desde os tempos mais remotos, os cristais exercem uma profunda influência nos homens que os têm sido utilizado na procura do equilíbrio físico, vital, emocional, mental e espiritual.

Na milenar Índia os cristais sempre foram usados como adorno, na Medicina Ayurvédica e também como pedra da sorte e harmonização por indicação dos astrólogos na Astrologia Védica.

Acredita-se também que os cristais eram muito utilizado no extinto continente da Atlântida, onde eram ferramentas básicas em todas as áreas da sociedade, desde construções de casas até curas espirituais.

Os gregos consideravam os cristais como o terceiro olho da Terra e os romanos utilizavam para os rituais de captação de energia do cosmos.

Os povos indígenas das Américas, como os cherokees, navajos, hopis, dentre outros, sempre souberam usar as propriedades curativas dos cristais. Os povos da Amazônia também os utilizavam para curas e proteção das tribos, existindo até uma lenda indígena: “A Lenda dos Cristais”.

Além dos minerais existentes nos cristais serem substâncias essenciais à vida, os cristais também possuem uma estrutura atômica, agindo tanto no equilíbrio mineral quanto no equilíbrio energético dos seres vivos, sejam eles seres humanos, animais ou vegetais.

Os Cristais, quando bem manipulados, auxiliam nos planos físico, mental e espiritual, comunicando-se com o ser humano por meio da sua aura. As pedras desbloqueiam, liberam e reequilibram energias e emoções, aliviando sintomas negativos ou aflorando memórias e sensações importantes para o desenvolvimento pessoal. De cada cristal tira-se um proveito específico. Eles abrem os canais intuitivos, fortalecem, harmonizam e trazem harmonia para a vida de quem os utiliza.

O uso dos cristais para cura deve ser constante e de forma preventiva, a longo prazo, e não circunstancial e não tem nenhum efeito nocivo por ser totalmente natural. Quando estiver fazendo uso dos cristais e se o sintoma persistir (como por exemplo: dor de cabeça), procure um médico e tome remédio.

No caso de dúvida de quais os cristais a serem usados para o seu caso, utilize sempre um pedaço de Drusa de Ametista. Se você usar adequadamente os Cristais e seguindo sua intuição conforme a continuidade do uso você vai perceber claramente o seu efeito benéfico.

Deve-se evitar o uso de cristais com nível de metal magnético (pirita, meteorito, hematita, ímas dentre outros - conforme alguns equipamentos que emitem energia que podem afetar diretamente um órgão vital) direto junto ao corpo por pessoas portadoras de marca-passo ou outro aparelho semelhante, pois corre-se o risco de parada cardíaca e interferência nas atividades energéticas do cérebro.

Selecione alguns cristais, tais como: Diamante, Ametista, Água Marinha, Quartzo Rosa, Malaquita, Lápis Lazúli, Hematita, Dolomita ou outras pedras de alto conteúdo mineral. Nunca utilize o seu cristal pessoal para utilizar em outras pessoas. As águas energizadas com cristais auxiliam na cura de anomalias ou na concretização de sonhos.

Um Cristal para Cura deverá sempre ser conquistado de maneira honesta para que a energia cósmica penetre em nosso corpo de forma positiva.

- Coloque água mineral sem gás num recipiente transparente com alguns cristais escolhidos de acordo com o tipo de cura desejada. Deixe no Sol da manhã por um período de mais ou menos quatro horas e depois cobra o recipiente com um pires e conserve em temperatura ambiente. A pessoa a ser beneficiada deverá beber pelo menos dois copos dessa água por dia.
– Coloque água potável num recipiente que não seja de metal, de preferência uma jarra de vidro transparente, procure alguns cristais de sua preferência e deixe por pelo menos doze horas. Tome essa água todos os dias. As pedras preciosas transmitem seus efeitos na água por muitos dias, até semanas.

ÁGATA
Esta pedra fortalece o coração, da coragem e é um antídoto contra venenos: Diz-se que uma ágata abaixa as febres e tem até mesmo a propriedade das águas refrescantes. Aguça uma visão, ilumina a mente, concede eloquência, auxilia na descoberta de tesouros e atrai Heranças.

ÁGATA MUSGOSA
Aumenta uma vitalidade. Amuletos de ágata são úteis contra picadas de cobra, paralisia e enfermidades mentais. Esta pedra também fortalece o poder do sol em seu usuário, aperfeiçoa seu ego e sua autoestima, assim como o desejo sexual.

ÁGUA MARINHA
É a pedra dos videntes e dos místicos de alma pura que sentem tudo, da clareza de visão mental e da onisciência. E os olhos para boa. Recomenda-se seu uso perto do coração para assim influenciar o plexo solar. Quem Possui um torna-se jovem e corajoso, com um coração verdadeiro e quente, ama família e amigos, participa de um casamento feliz. Auxiliam contra dores nervosas, Perturbações glandulares, problemas com os pescoços, o queixo e a garganta, contra dores de dente, tosse e estômago. Protege os marinheiros.

ALEXANDRITA
Variedade verde-escuro crisoberilo à luz natural, e vermelha na luz artificial. Seu nome vem do Czar Alexandre II. Permite descobrir a mentira e o engano em pessoas próximas. Protege o sistema nervoso e alivia vários tipos de câncer.

AMAZONITA
Exerce poderosa influência no jogo facilitando a Obtenção de sucesso. Ajuda a aperfeiçoar uma expressão corporal. Alivia e acalma o cérebro e o sistema nervoso. Fortalece o coração e o corpo físico. Auxilia parto não. Acentua masculina qualidade. Bom para quem está envolvido na atividade artístico.

ÂMBAR
É a seiva fóssil de um pinheiro que existiu há milhões de anos. Capturados dentro desta resina encontram-se com frequência pequenos insetos, flores e sementes de oriente pré-histórico. O âmbar detém o poder de afastar doenças do corpo. É benéfico colocar a pedra numa parte do corpo com desequilíbrio ou com dor. Ela absorverá uma energia negativa e ajudará o corpo Receber um ser. Também é indicado para pessoas com tendência suicidas ou autodestrutivas.

PEDRA DA LUA
Absorve energia da Lua, uma mente acalma e está relacionada com as emoções humanas. Utilizada contra stress e depressões. Serve para nos Proteger contra tendências autodestrutivas. Ajuda aos homens a atrair o elemento feminino, assim como outorga um imenso poder de sedução.

PIRITA
Útil não aplicada tratamento de problema respiratório, na garganta. Ajuda na bronquite e alergias. Pela sua semelhança ao ouro, é Considerada uma pedra que atrai riqueza e dinheiro, assim como bons Facilita Negócios realizar.

QUARTZO AZUL
Auxilia o desenvolvimento da paciência, tolerância e compaixão. É calmante, anti-inflamatório e regula os hormônios. Útil contra o desconforto no período menstrual. Favorece as relações e a expressão, Estimulando o comportamento casual e espontâneo.

QUARTZO ROSA
O rosa é suave e calmante desta pedra, serve para curar mágoas acumuladas pelo coração. Ela dissolve a carga acumulada que reprimem uma Capacidade de amor Dar e Receber. Emana uma energia que substitui as tristezas, temores e ressentimentos, e revolve os problemas emocionais.

QUARTZO VERDE
Fortalece uma saúde em geral, tonifica e estimula uma circulação sanguínea e restabelece uma energia do corpo. Da sorte no amor e no jogo.

RODOCROSITA
Alivia e acalma o coração. Tem forte influência No processo criativo e da mente intuitiva e ajuda na depressão. Cria sentimento de paz, e calor humano.

RUBI
Auxilio na concentração e dá força mental. Fortalece o coração. Deveria ser usado com prata na mão esquerda. Trabalha com o sangue e uma circulação.

SAFIRA
Contra as influências negativas. Alivia contra reumatismo, ciática, dores nevrálgicas, epilepsia e histeria. Estimula uma oração e uma meditação profunda.

SODALITA
Fortalece uma comunicação e expressão criativa. Ajuda a ser mais objetiva e menos críticos sobre os modos de lidar com uma Existência. Ensina como examinar uns metais depois que elas Atingidas FOREM. Estimula uma coragem e uma persistência.

TOPÁZIO
Promove a paixão e alivia o medo. Dá força e inteligência. Magnetiza ser nosso. Estimula uma clareza mental. Seu brilho diáfano nos favorece alegria de viver e de enfrentar a vida com otimismo fé no Futuro. Carrega-la sem bolso e toca-la em período de dúvida e incerteza para ajudar na tomada de Decisões corretas.

TURMALINA AZUL
Estimula o bom Funcionamento do pulmão, laringe e garganta. Ajuda na insônia e Permite ter um sono tranquilo e reparador.

TURMALINA PRETA
Repele uma energia negativa. Desfaz medo e Condições negativas. Aumenta a sensibilidade, inspiração e compaixão compreendendo, como melhor.  Grande poder de cura, forças elétricas bem fortes. Nivela os relacionamentos. Ampliador dos pensamentos.

TURMALINA ROSA
Ela é a doadora do amor na esfera material. Sua mera presença gera alegria e entusiasmo pela vida. Utilizar, carregar, usar uma turmalina rosa ou com ela meditar, inspirará o coração um Livrar-se de mágoas passada e voltará a confiar na força do amor.

TURMALINA VERDE
Trata-se de uma pedra curativa em todos os sentidos. Ela é Capaz de purificar e fortalecer o sistema nervoso, capacitando-o a conduzir Quantidades maiores de força espiritual.

TURQUESA
Tem a Capacidade de absorver sentimentos negativos que Poderiam vir um seu portador. Sua cor muda quando o portador está doente ou quando algo desagradável esta para acontecer. Protege contra uma poluição do ambiente. Melhora uma meditação, circulação e paz de espírito. Grande poder de cura. Pedra sagrada para budistas TIBETANOS. Um símbolo do mar e céu. O mar fala da profundeza da alma e o céu fala da ascensão ilimitada.

ENERGIZAÇÃO
Cristais ou Ao comprar Receber, deve-se limpa-los, a fim de retirar QUAISQUER vibrações negativas porventura acumuladas em sua trajetória. Você PODERÁ sentir Necessidade de limpa-los de tempo em tempos. Use uma sensibilidade sua, ou os limpe sempre após alguma utilização. A limpeza também reajusta sua vibração, para que se tornem Receptivos ao novo lar e proprietário. Deixe os cristais num recipiente de vidro branco, transparente, na água com bastante sal (de preferência sal grosso ou água do mar), por cerca de 24 horas. Em seguida, lave com água corrente e energizar. Para os seus cristais montados em pendentes que se ressentem ao sal e à água, o melhor é colocá-los sobre um aglomerado de quartzo já limpo e energizado. Como outra coisa qualquer, cristais e pedras gostam de ser tratados de maneira respeitosa e amorosa. E eles gostam de estar com um aspecto claro, que lhes Permita refletir sua luz e irradiar sua beleza. Bolsinhas de cetim, seda, veludo ou algodão, de cores escuras, Constituem excelentes estojos para o transporte das pedras, protegidas para que não se lasquem, nem Sejam influenciadas por outras energias que não as suas.
#ACALUZ

Por. Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ
Profº. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

Site de Apoio e Pesquisa: http://ousodoscristaisparacura.blogspot.com.br/  

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Oferendas Básicas Umbandistas


Oferenda ao Orixá Oxalá
• Toalha ou pano de cor branca; • velas brancas; • frutas brancas (melão, goiaba, etc); • vinho branco doce ou suave; • flores brancas (todas); • fitas brancas; • linhas brancas; • comidas brancas (canjica, arroz doce, coalhada adocicada, etc.); • pães; • mel; • farinha de trigo (para circular e fechar por fora as oferendas); • coco seco e sua água colocada em copos; • coco verde com uma tampa cortada e um pouco de mel derramado dentro da sua água; • água em cálices ou copos; • pedras de cristais de quartzo branco (se for solicitado); • pembas brancas (em pedra ou em pó); • milho verde em espiga, cru e ainda leitoso.

Oferenda ao Orixá Oxumaré
• Toalha ou pano de cor azul celeste; • velas brancas e azul celeste; • fitas brancas e fitas azul celeste (ou todas as cores); • linhas brancas e linhas azul celeste; • frutas sementeiras (melão, maracujá, mamão, pinha, etc.); • água em copos; • vinho branco seco; água adocicada com açúcar ou mel; • flores coloridas; •coco verde; • licor ou suco de maracujá; • farinha de arroz (para circular e fechar a oferenda); • semente de feijão branco semi cozidas e misturadas ao mel de abelhas; • açúcar, colocado em um prato branco e regado com mel de abelhas; • pembas coloridas.

Oferenda ao Orixá Oxóssi.
• Toalha ou pano verde; • velas branca e verde; • fitas branca e verde; • linhas branca e verde; • frutas de qualquer espécie; • comidas (moranga cozida, milho verde em espiga e cozido, maçã cozida e regada com mel ou açucarada, doces cristalizados); • vinho tinto; cerveja branca; • sucos de frutas; • pembas brancas e verdes; • fubá (para circular e fechar a oferenda).

Oferenda para o Orixá Xangô
• Toalha ou pano marrom; • velas branca e marrom; • fitas branca e marrom; • linhas branca e marrom; • frutas (abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha); • vinho tinto seco; cerveja preta; • comidas (quiabos picados em rodelas e levemente cozido, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas); • pembas branca, marrom e vermelha; • licor de chocolate.

Oferenda ao Orixá Ogum
• Toalha ou pano vermelho; • velas branca e vermelha; • fitas branca e vermelha; • linhas branca e vermelha; • cordões branco e verme lho; • flores (cravo e palmas vermelhas); • frutas (melancia, laranja, pêra, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi, uvas); • licor de gengibre; • cerveja branca; • pembas branca e vermelha; • comida (feijoada).

Oferenda para o Orixá Obaluaiê
• Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fi tas bran cas; • linhas brancas • flores (crisântemos bran cos, quaresmeira); frutas (pinha, caqui e coco seco); • comidas (pipoca estalada, batata doce ro xa cozida e regada com mel de abelha, beterraba co zida e re-gada com mel; mandioca cortada em “toletes” cozida e açucarada; • bebidas (vinho bran co licoroso, água em copos, licor de ambrósia); • pembas brancas.

Oferenda para o Orixá Oiá-Logunan (Tempo)
• Toalha ou pano branco; • velas branca e azul escuro; • fitas branca e azul escuro; • linhas branca e azul escuro; • pembas branca e azul; • copo ou quartinha com água; • licor de anis; • frutas (laranja, uva, caqui, amora, figo, romã, maracujá azedo); flores (do campo, palmas brancas, lírios brancos).

Oferenda para o Orixá Oxum
• Toalha ou pano dourado, azul e rosa; • velas rosa, amarela e azul; • fitas rosa, amarela e azul; • linhas rosa, amarela e azul; • pembas rosa, amarela e azul; • flores (rosas brancas, amarelas e vermelhas); • frutas (cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, etc); • bebidas (champanhe de maçã, de uva e licor de cereja).

Oferenda para o Orixá Omolu
• Toalhas ou panos branco e preto sobrepostos formando oito pontas ou bicos; • velas branca, preta e vermelha; • fitas branca, preta e vermelha; • linhas branca, preta e vermelha; • pembas branca, preta e vermelha • flores (crisântemos, flores do campo, rosas brancas); frutas (maracujá, ameixa preta, ingá, figo); • comidas (pipocas estaladas e regadas com mel, coco seco fatiado e regado com mel, batata doce roxa cozida e regada com mel, bistecas ou fatias de carne de porco regadas com azeite de dendê; • bebidas (água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã).

Oferenda para o Orixá Obá
• Toalha ou pano vermelho ou magenta; • velas vermelha ou magenta; • fitas vermelha ou magenta; • linhas vermelha ou magenta; • pembas vermelhas; • frutas (todas); bebidas (licor); • flores (do campo, jasmim, rosas vermelhas).

Oferenda para o Orixá Egunitá
• Toalha ou pano laranja; • velas laranja e vermelha; • fitas laranja; • linhas laranja; • pembas laranja; • frutas (laranja, abacaxi, pitanga, caqui); bebidas (licor de menta, champanhe de sidra); • flores (palmas vermelhas).

Oferenda para o Orixá Iansã
• Toalha ou pano branco e amarelo; • velas branca e amarela; • fitas amarelas; • linhas amarelas; • pembas amarelas; • frutas (laranja, abacaxi, pitanga, uva, morango, ambrósia, melancia, melão amarelo, pêssego e goiaba vermelha); • bebidas (champanhe de uva ou de sidra; • flores amarelas; • comidas (acarajé; abacaxi em calda, arroz doce com bastante canela em pó por cima).

Oferenda para o Orixá Nana Boruquê
• Toalha ou panos lilás ou florido; • velas lilás; • fitas lilás; • linhas lilás; • pembas lilás; • flores (do campo, lírios e crisântemos); • frutas (uva, melão, manga, mamão, maracujá doce, framboesa, amora, figo); • bebidas (champanhe rosé, vinho tinto suave, licor de amora, licor de framboesa, licor de morango).

Oferenda para o Orixá Iemanjá
• Toalhas branca ou azul claro; • velas branca ou azul claro; • fitas branca ou azul claro; • linhas branca ou azul claro; • pembas branca ou azul claro; • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa); • bebidas (champanhe de uva e licor de ambrósia); • comidas (manjares; peixes assados; arroz doce com bastante canela em pó).

Oferenda para o Orixá Exu
• Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas pre ta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • linhas preta e vermelha; • pembas preta e vermelha; • flores (cravo vermelho); • frutas (manga, mamão, limão); • bebidas (aguardente de cana de açúcar, uísque, conhaque) • comidas (farofa com carne bovina ou com miúdos de frango, bifes de carne ou de fígado bovino fritos em azeite de dendê e com cebolas, bifes de carne ou de fígado bovino temperado com azeite de dendê e pimenta ardida).

Oferenda aos Pretos Velhos
• Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fitas brancas; • linhas brancas; • pembas brancas; • frutas de todas as espécies; • bebidas (café, vinho doce, cerveja preta, água de coco, vinho branco licoroso); • flores (crisântemos brancos, margaridas, lírios brancos); • comidas (arroz doce, canjica, bolo de fubá de milho, milho cozido, doce de coco, doce de abóbora, doce de cidra, coco fatiado, quindim).

Oferenda aos Baianos
• Toalha ou pano branco (ou amarelo); • velas branca e amarela; • fitas branca e amarela; • linhas branca e amarela; • pembas branca e amarela; • frutas (coco, caqui, abacaxi, uva pêra, laranja, manga, mamão); • bebidas (batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco); • flores (flor do campo, cravo, palmas); • comidas (acarajé, bolo de milho, farofa, carne seca cozida e com cebola fatiada, quindim).

Oferenda aos Boiadeiros
• Toalha ou um pano (branco, vermelho, amarelo, azul-escuro, marrom); • velas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • fitas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • linhas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • pembas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • frutas (todas); • bebidas (vinho seco, aguardente, batidas, conhaque, licores); • flores (do campo, palmas, cravos); • comidas (feijoada, charque bem cozido, bolos).

Oferenda aos Marinheiros
• Toalha ou pano branco; • velas branca e azul claro; • fitas branca e azul claro; • linhas branca e azul claro; • pembas branca e azul claro; • flores (cravos brancos, palmas brancas); • frutas (várias); • comidas (peixes assados, peixes fritos, peixes cozidos, camarões, farofa com carne); • bebidas (rum, aguardente);

Oferenda para os Erês
• Velas branca, cor-de-rosa e azul claro; toalha ou panos cor-de-rosa e azul claro • fitas branca, cor-de-rosa e azul claro; • linhas branca, cor-de-rosa e azul claro; • flores (todas); • frutas (uva, pêssego, pêra, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa ); • comidas (doces de frutas, arroz doce, cocadas, balas, bolos açucarados, quindins); • bebidas (refrigerantes, água de coco, suco de frutas);

Oferenda para os Exus Mirins
• Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas bicolores preta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • linhas preta e vermelha; • pembas preta e vermelha; • flores (cravos); • frutas (manga, limão, laranja, pêra, mamão); • bebidas (licores, cinzano, pinga com mel) • comidas (fígado bovino picado e frito em azeite de dendê, farofas apimentadas).

Oferenda para Pombagira
• Toalha ou pano vermelho; • velas vermelhas; • fitas vermelhas; • linhas vermelhas; • pembas vermelhas; • flores (rosas vermelhas); • frutas (maçãs, morangos, uvas rosadas, caqui); • bebidas (champanhe de maçã, de uva, de sidra, licores).

Oferendas para Caboclos (as)
As oferendas para os Caboclos e as Caboclas são iguais às dos Orixás que os regem. No geral, são iguais às dos Orixás; no particular, são acrescentados elementos indicados por eles.

Texto extraído do livro “Rituais Umbandistas -
Oferendas, Firmezas e Assentamentos”
de Rubens Saraceni - Editora Madras.
Pai Rubens Saraceni

Editado Por Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ.
Revisão: Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.