quinta-feira, 25 de abril de 2019

ENCANTADOS OU LENDAS?


Em 27 de junho de 2018, faleceu uma Jovem por nome Sara, no interior do Estado do Pará, no Arquipélago do Marajó, extremamente saudável. Pela manhã, do mesmo dia, ela participou da festinha da escola de sua filha.

A tarde, por volta das 15h00, foi pescar na beira de um lago, próximo de sua casa, sozinha. E quando lá chegou, viu que tinha algo que saia da água, colocava a cabeça do lado de fora, fazia um barulho estranho e ficava olhando para ela e mergulhava novamente.

Ela achou que podia ser um animal qualquer. Porém, sentiu uma pontada no peito e na cabeça, com dores intermináveis. Procurou a unidade de saúde que fica próximo a casa dela, e lá fizeram todos os exames iniciais de emergência. E estava tudo normal: Pressão, glicose, temperatura, batimentos.

Mas algo inusitado aconteceu, o enfermeiro plantonista, que é da Umbanda, se incorporou ao ver a moça berrando aos gritos, dizer que tinha uma voz chamando-a para ir ao lago:
"Ele ta me chamando - eu já vou... Já tô indo meu pai! dizia Sara aos gritos e prantos.

O caboclo que baixou, seu Rompe Matas, estava fazendo de tudo que podia para ajudar a moça... Ela havia sido "flechada" pelo dono do lago, onde ela não pediu licença para pescar, disse o caboclo.

Acredita-se, e os mais velhos e sábios explicam, que para adentrar rios, lagos e florestas, deve-se pedir permissão, pois em cada lugar existe um guardião sagrado.

O corpo dela ainda está no posto de saúde, estão todos desolados. A jovem Sara veio a óbito ao amanhecer, o trabalho de tentar recuperá-la durou a noite toda, e o caboclo, Sr. Rompe Matas não abandonou um só minuto, fez tudo que pode: passes, defumações, unguentos. Mas ela já chegou tarde de mais. 

O Arquipélago do Marajó, assim como a floresta amazônica como um todo, ainda guarda seus segredos.

Ela morreu instantaneamente, sem infarto fulminante, sem dor. Apenas morreu quieta deitada nos braços do Caboclo que lhe amparou.

Aos 23 anos de idade, deixou uma filha pequena para a avó.

Meus sinceros respeitos a entidade que prestou todo atendimento dentro do posto médico. Conforto no coração da família. Isso é o segredo do sobrenatural que ainda existe. 

O Caboclo Rompe Matas antes de partir deixou um recado a todos:
"Meus filhos, nunca entre na casa de ninguém sem pedir permissão, bata palmas, peça licença, peça o seu agô".

Doutrina: 
Entrou na mata sem pedir licença
A Cabocla Jurema não lhe deu agô
na mata virgem também tem seus orixás
E a Cabocla Jurema é Rainha do Juremá.
(doutrina da Umbanda Sagrada que dispensa traduções).

E o Caboclo Rompe Matas, finalizou com o seguinte fundamento:
"Ela foi, mas ela vai voltar..."

Por. Adriano Figueiredo em 27/06/2018

quarta-feira, 24 de abril de 2019

GRUPO DE ESTUDOS DA ACALUZ



Venha conhecer nossos estudos e aumentar seu aprendizado, participe, contribua, monte seus grupos de duvidas para tutoria. Venha conhecer este mundo fantásticos dos encantados, caboclos e guias espirituais. Venha conhecer seu orixá e seu vodun, comidas e ebós, banhos e defumações.

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Sejam todos bem vindos!

terça-feira, 23 de abril de 2019

MUITO PRAZER! MEU NOME É OGUN.


A verdade é que sou uma Força Cósmica do Universo - ou da natureza - como preferir. Atuo nas lutas e batalhas dos espíritos encarnados e desencarnados. Represento a coragem, a força de vontade e a perseverança que pode fervilhar em cada um de vossos corações. Não falo da coragem para guerrear, mas aquela de que, às vezes, precisais para pedir perdão, dizer que ama, ou estender à mão a vossos semelhantes.

No Brasil me representam como São Jorge e até como Santo Antônio, em algumas regiões do Nordeste. Os antigos Celtas evocavam-me como Beltame, os Gregos como Áres - o deus da guerra - e os Romanos como Vulcano - o deus da metalurgia e do fogo. Ao longo da história fui percebido de diversas formas e me deram muitos formatos e títulos.

Mas a verdade é que nunca fui nenhum deles, apesar de representarem bem, em muitas circunstâncias, a minha essência. Como disse antes, sou uma Energia Cósmica Universal e, além de me fazer presente como sentimento de luta em vossas almas, na natureza da Criação Divina, atuo na força dos metais. Os mesmos metais, que juntos com o elemento fogo forjaram vossas armas, que vos ajudaram nas batalhas por liberdade e justiça. Os metais que desenvolveram as ferramentas e veículos, os quais vos auxiliam na agricultura, na arte, na manufatura, na indústria e na tecnologia. Atuo nos metais que tanto trouxeram o ofício do trabalho, da dignidade e da sobrevivência de vossa matéria.

Muitas confusões fazem sobre o que realmente sou. Na verdade não sou um espírito, não sou um deus, muito menos um santo ou uma divindade. Eu sou sentimentos e energias que habitam dentro de vós. Em vós há um universo desconhecido do qual não só eu, mas todas as outras qualidades de Energia que regem o Cosmos, tomam parte.

Eu não como. Não bebo. Não danço. Não tenho forma. Muito menos "incorporo" nos encarnados. Tenho falangeiros que levam minha energia para todo o globo. Como uma Força Cósmica Universal, sou onipresente e tenho trabalhadores encarnados e desencarnados sob minha égide. Um sem número de soldados iluminados, dos quais um dia, vós podereis fazer parte.

Não preciso de vossas oferendas. Contudo, se as fizerdes, sentireis minha bênção e minha energia de perseverança e obstinação brotarem em seu coração, a qual vos trará meu amor em forma de coragem, vos ajudando no caminho árduo da vida e do resgate cármico. De minha parte, no Astral Cósmico, suas oferendas transformar-se-ão em lindas estrelas brilhantes de harmonia e de sintonia com minha Energia.

Não sou propriedade de nenhuma religião, nem tenho nacionalidade. Não tenho um cavalo branco, pois percorro todo o universo num piscar de olhos. Não moro na lua, pois seria pequeníssima para minha grandiosidade. Podem até me chamar de Guerreiro, porém não tenho escudos, nem lanças, nem espadas. Não preciso destes artifícios pois minhas armas são tão poderosas que estão além de vossa compreensão. Não combato pessoas, combato os atos que são adversos às Leis do Criador. Não promovo a guerra. Instauro a Paz.

Porém, algo está certo a meu respeito: estarei sempre de ronda, meus filhos. Protegendo-vos, abrindo vossos caminhos e vencendo vossas demandas!

Não preciso de nomes, mas podeis me chamar de OGUN.
Muito Prazer! Meu nome é Ogun...

sábado, 17 de novembro de 2018

BORI




Da fusão da palavra Bó, que em Ioruba significa oferenda, com Ori, que quer dizer cabeça, surge o termo Bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o Bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu Bori é (Iésè órìsà).



Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido as suas próprias potencialidades. Odú é o caminho pelo qual se chega à plena realização de Orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas dos outros. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve ser grande no seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Orí antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.

Exú, por exemplo, mostra-nos a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é a tarefa que cabe a cada Orí, por isso, o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por intermédio do Bori que tudo é adquirido.

Os mais antigos souberam que Ajalá é o Orixá funfun responsável pela criação de Orí. Desta forma, ensinaram-nos que Oxalá deve ser sempre evocado na cerimônia de Bori. Iemanjá é a mãe da individualidade, e por essa razão está diretamente relacionada com Orí, sendo imprescindível a sua participação no ritual.

A própria cabeça é a síntese dos caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabam, muitas vezes, configurando-se como sinônimos) começam no Orí, que ao mesmo tempo aponta para as quatro direções.

OJUORI – A TESTA
ICOCO ORI – A NUCA
OPA OTUM – O LADO DIREITO
OPA OSSI – O LADO ESQUERDO

Desta mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, este e oeste; o centro é a referencia, logo, todas as pessoas se devem colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os quatro pontos cardeais: os caminhos a escolher e a seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.

Em África, Orí é considerado um Deus, aliás, o primeiro que deve ser cultuado, mas é também, juntamente com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental para compreender os rituais relacionados com a vida, como o Axexê (asesé). Nota-se a importância destes elementos, sobretudo o Orí, pelos Orikis com que são invocados.

O Bori prepara a cabeça para que o Orixá se possa manifestar plenamente. Entre as oferendas que são feitas ao Orí algumas merecem menção especial.
É o caso da galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adoxu (adosú), ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Exú, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Axexê.

O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, os produtos da flor germinada, simbolizam a fartura e a riqueza.

O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; é a boa semente que se planta e se espera que dê bons frutos.

Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranquilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Orí de cada um eleger as prioridades e, uma vez cultuado como deve ser, proporciona-as aos seus filhos.
#ACALUZ
NUNCA SE ESQUEÇA: ORIXÁ COMEÇA COM ORÍ.

Por. Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ
Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
ACALUZ, todos os direitos reservados. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

TEM UM FEITIÇO NA MINHA PORTA!


Quando falamos de assuntos que envolvem o campo sobrenatural, místico e mágico, um dos temas que mais desperta interesse, fascinação e, porque não dizer, medos - são os que abordam sobre feitiços e feitiçarias. 
Em nosso site da ACALUZ, a publicação "FEITIÇO DO SAPO", tem atraído mais visualizações, curtidas e, por consequência, centenas de mensagens repletas de relatos, pedidos de mais publicações relacionadas com a temática e milhares de dúvidas sobre o fato; de como funciona ou ocorre; do que se trata e; é claro, sobre a possibilidades de os próprios duvidosos terem sido vítimas de feitiços. Tal interesse pode ser entendido se pensarmos tratar-se de um tema, que para muitos, estar para além do campo lógico, científico e racional. Encontra-se em uma esfera onde explicações metodológicas, teóricas e os axiomas não adquirem força ou aceitação de quem busca uma resposta para algo que não assume uma forma conhecida ou um sentido lógico. Por isso, apesar dos avanços tecnológicos, científicos, das inúmeras refutações desenvolvidas e dos diversos estudos que visam desconstruir e romper com visões que não se enquadram em leis, normas e regras pré-estabelecidas pelo mundo acadêmico ortodoxo e conservador. Mesmo assim, as inquirições e "expedições" em busca de respostas para tais questões não cessam, pelo contrário, ganham mais força e muito mais dúvidas a cada pergunta feita e a cada resposta oferecida. Isso porque, como foi dito, anteriormente, não se conforma a regras e normas pré-definidas, não possui respostas prontas e soluções uniformizadas e engessadas. Cada caso é um caso, com suas origens, intensidades, por quês e porquês.

MAS O QUE VEM A SER UM FEITIÇO?
A palavra feitiço em sua origem etimológica vem do latim "facticius", que significa "artificial; não-natural". Atualmente, segundo o dicionário Aurélio, a palavra feitiço assume o sentido de "malefício de feiticeiro; bruxaria." Com as explorações e domínios impositivos dos europeus, em especial, dos portugueses sobre as civilizações da costa litorânea oeste do continente africano, o termo "feitiço" foi absorvido pelos povos nativos, que alteraram, através do uso, a pronúncia para "fetixu". Já os franceses no século XIX, deram nova forma ao vocábulo "fétiche", "objeto ao qual se atribui um valor ou sentido sobrenatural" ou "objeto ou parte do corpo em que se busca a emanação de uma excitação ou energia de valor erótico." Daí a ideia de se defender e acreditar que se faz feitiços com peças de roupas, objetos pessoais, nomes de pessoas e partes do corpo, como: cabelo, unha e pele.
Se analisarmos a fundo cada sentido atribuído a palavra "feitiço" por diferentes sociedades ao longo do tempo. Perceberemos que todas colocam-o no campo sobrenatural, do inexplicável, de algo que independe de nossas vontades ou resistências. Aquilo que não é algo natural, sólido, concreto, mas sim, artificial, que necessita da interferência humana para ter origem e lhe atribuir um sentido.
Quando falamos em sentido, estamos nos referindo a uma visão errônea e, de certa forma, consolida de atribuir ao feitiço, apenas e somente, um caráter maléfico, destrutivo e demoníaco. Como falamos, o feitiço, a energia emanada ou desejo direcionado a algo ou alguém, que com tanta força despejada e aplicada pode interferir de alguma forma naquilo que se visa ter ou destruir. Tudo isso, só irá possuir e assumir um sentido positivo ou negativo, a partir de quem recorre a tais expedientes. Ou seja, dependerá do individuo que de forma isolada ou recorrendo a alguém que possa realizar certo ritual, apresentará a energia positiva ou negativa originária, depositada por alguém sobre o desejo esperado. Nesse sentido, as entidades, forças da natureza e demais elementos envolvidos na prática de um feitiço, atuam apenas como elos de ligação, canais de contato entre o ser humano, as energias cósmicas e os alvos dos seus interesses. Em outras palavras, o "bem" ou o "mal", o "positivo" ou o "negativo", o "bom" ou o "ruim", o "certo" ou o "errado", não estará no feitiço em si, mas naquele que o solicitou e desejou.
Em se tratando em tipos de feitiços mais conhecidos, podemos citar vários, com diferentes sentidos, intensões, intensidades e finalidades:

1. FEITIÇO DE AMOR: Feitiço de amor diz respeito a todo tipo de mágica utilizada para, de alguma forma, despertar o amor ou a paixão entre pessoas, sem uso de atividade direta de conquista. A magia amorosa pode ser feita em muitas formas, variando conforme as épocas e lugares. Podem ser Feitas através de variados trabalhos com diversos elementos, tais como, peça de roupa, frutas, mel, sangue, velas...

2. FEITIÇO PARA OBTER EMPREGO: Conseguir um bom trabalho e rápido, já viu que não é fácil. Por quê não pedir uma ajudinha com uma simpatia ou oração poderosa para arrumar. Existe milhares de trabalhos a serem realizados e com presteza de que vai dar certo. Vai do mais simples com banhos e velas, ao mais complexo, com ebós e materiais diversos.

3. FEITIÇO PARA EQUILIBRAR A ENERGIA INDIVIDUAL E PESSOAL: Será que um vizinho pode fazer mal a energia de nossa casa, empresa ou a nossa energia pessoal? A resposta é sim. Às vezes, a energia negativa pode aparecer em sua casa, ficando difícil a escapatória. Desequilibrando sua vida pessoal, seus negócios, sua relação amorosa, a vida em família. Para tanto existem também milhares de trabalhos a serem feitos, que vai do mais simples ao mais complexo.

4. FEITIÇO PARA DESTRUIR UMA RELAÇÃO DE AMOR: As vezes pensamos que não existe pessoas para realizar tais atos, mas é o que mais tem. São pessoas que não se conformam com a vida que levam, com a perda, ou muita das vezes por inveja da felicidade alheia. E estas pessoas estão dispostas a fazer o impossível para destruir a vida das outras. As vezes são pessoas que convivem diariamente em nosso meio, ou as vezes são pessoas que achávamos que eram nossas amigas e se afastaram, e estão vibrando com energia ruim para destruir nossa vida.
O que temos que ter em mente que independente do nome que se der: feitiço, trabalho, ebó, despacho ou bruxaria. Ou do sentido, energia e intensão que se deposite em tal ou tais ações que busquem alterar os cursos da vida e a ordem natural das coisas. Todos terão o poder de gerar consequências nas existências de quem solicita as interferências sobrenaturais e quem será o alvo dessas interferências. Por isso, aquela máxima dos cultos afroameríndios deve ser sempre lembrada:

#ACALUZ 

"TUDO O QUE VOCÊ DESEJA E FAZ PARA OS OUTROS, DE BEM OU DE RUIM, VOLTARÁ EM DOBRO PARA VOCÊ."

Ou ainda...
"A GENTE SÓ COLHE AQUILO QUE PLANTA." Nesse ou no outro mundo.

Por. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Revisão: Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.