terça-feira, 25 de junho de 2019

DOENÇA CHAMADA MACUMBA


A doença mais comum nos dias de hoje:
”A síndrome da macumba”.

Sintoma 1: Falta de fé

O seu diagnóstico próprio: MACUMBA!

A realidade: Não reza, não se envolve de fato a vida espiritual.

Sintoma 2: Casamento em crise

O seu diagnóstico próprio: MACUMBA!

A realidade: Não respeita o cônjuge, olha mais para a grama do vizinho do que para a própria, não dá carinho, amor, atenção nem respeito ao parceiro(a).

Sintoma 3: Crise financeira

O seu diagnóstico próprio: MACUMBA!

A realidade: Gasta mais do que ganha!

Sintoma 4: Não tem amigos, vive sozinho(a)

O seu diagnóstico próprio: MACUMBA, INVEJA, FEITIÇO.

A realidade: Não tem humildade, é arrogante, não sabe se relacionar com as pessoas, não tem a capacidade de ouvir o ponto de vista do outro.

Sintoma 5: Teve “recaída” nos antigos vícios

Diagnóstico próprio: MACUMBA!

A realidade: Nunca saiu!

Sintoma 6: Foi multado

Diagnóstico próprio:MACUMBA E INVEJA PORQUE COMPROU UM CARRO NOVO.

A realidade: Não respeitou a lei do trânsito.

Sintoma 7: Caiu no bueiro andando pela rua.

Diagnóstico próprio: MACUMBA E DEMANDA DO INIMIGO.

A realidade: Estava ocupado(a) demais olhando o WhatsApp, o Facebook e o Instagram, não olhou para qual direção estava caminhando.

Sintoma 8: Perdeu o emprego.

Diagnóstico próprio: MACUMBA E INVEJA

A realidade: Não chegava nenhum dia da semana no horário, não mostrava serviço, não dava um sorriso, não tinha iniciativa.
Existem diversos outros sintomas, mas o diagnóstico na boca de algumas pessoas sempre é o mesmo: “MACUMBA”.

A razão pela qual algumas pessoas não evoluem é essa, esperar que o mundo faça as coisas automaticamente no lugar deles e que o universo viva a os mimar, os poupando dos sacrifícios, dos compromissos, das lutas que se deve enfrentar para alcançar o que se almeja!

“Macumba” hoje em dia faz tudo.. desfaz casamento, faz perder emprego, faz a pessoa não ter caminho...

Mas NUNCA faz o bem!
É triste mas não vejo muito na boca dessas mesmas pessoas agradecendo ao Orixá sem pedir nada em troca!

Nunca vi na boca dessas pessoas uma oração sincera, por mais simples que seja pedindo força para enfrentar uma dificuldade ao invés de dizer que são coitadinhas e que “inimigos” estão a demandar contra eles.

A doença da preguiça, do comodismo e da falta de respeito com a religião está demais. Por essas e por outras, temos cada vez mais pessoas com a síndrome da macumba! E pior, alguns zeladores e terreiros alimentando esses vícios e essa doença em nome do dinheiro e da falta de vergonha na cara!

A vida é difícil para todos!
Mas é importante ressaltar que temos 100% responsabilidade pela nossa vida e pelo caminho que trilhamos. Afinal a escolha, a decisão sobre qual estrada pegar é sempre nossa!

Graças a Olorun a porcentagem de doentes contaminados com a síndrome da macumba é bem pouca em comparação a grande maioria que leva a vida a sério e a espiritualidade também!

Mas ainda assim, para alguns é preciso tentar parar com isso e ter a coragem de encarar o espelho e mudar. E simplesmente encarar a realidade da vida e parar de acusar, pôr a culpa na tal síndrome da MACUMBA.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

SEGREDO DAS VELAS



VELAS E SUAS DEFORMAÇÕES

MINHA VELA BORRADA O QUE ISSO QUER DIZER?

A Umbanda é uma religião que trabalha com energia, portanto, ela pode se movimentar de ponta a ponta, de forma neutra ou intencionada. Sendo intencionada, podemos identificá-la como positiva ou negativa, recebida ou negada, desviada, redirecionada, etc.

Se formos olhar a definição de dicionário, "energia" nada mais é do que a capacidade de um corpo, objeto ou molécula realizar seu trabalho. Se formos pensar em "energia de vela", seria a capacidade que a vela tem de executar o seu trabalho (quebra demanda, proteção, maldade, reversão, desvio, anulação, potencialização, cobrança, correção, direcionamento, etc).

Muitas pessoas que acendem velas se perguntam: "Olha como minha vela ficou", o que isso quer dizer? Para responder essa pergunta primeiro é necessário levantar quais variáveis borram uma vela. Sua vela pode borrar por estar exposta ao vento (ventilador, janela aberta, porta aberta, alguém que passou correndo, etc), pode borrar pela má qualidade da cera, pode apagar várias vezes pela má qualidade de um pavio, etc.

Durante a preparação da vela, previamente à ignição, o pavio é saturado com o combustível na forma sólida. O calor do fósforo ou outra fonte de fogo vai derreter e vaporizar uma pequena porção de combustível que, no estado gasoso vai combinar-se com o oxigênio da atmosfera para formar a chama.

A chama vai então providenciar calor suficiente para manter a vela acesa, numa típica reação em cadeia auto-sustentável: o calor da chama derrete a superfície do combustível sólido, liquefazendo-o e fazendo-o deslocar-se em direção ao pavio e subi-lo, por capilaridade. O líquido passará, com o calor, para o estado gasoso, que vai ser consumido pela chama.

Antes de pensar que tudo é espiritual, é necessário isolar as variáveis físicas presentes no ambiente. A vela nada mais é do que um pedaço de pavio envolvido geralmente em parafina para produção de luz (mais um tipo de energia). Na Umbanda a vela em si não faz bem ou mau, mas a intenção que colocamos na vela se agrega a esse corpo dando a ele a capacidade de executar o seu trabalho, sua missão, seu objetivo final. Ela pode borrar por cumprir sua missão ou por ter sido impedido de cumpri-la.

COMO AS VELAS SÃO TESTADAS ANTES DE SEREM VENDIDAS?
Antes de serem comercializadas os lotes de vela são testados quanto a qualidade da chama, parafina, pavio, etc. Por isso a escolha de uma boa vela é crucial para saber o que os borrões da sua vela querem dizer.

COMO UMA VELA QUEIMA?
Quando ascendemos o pavio, se forma uma partícula inicial de carbono. As partículas de carbono sofrem ignição e se incandescem (mantém e formam o resto da chama acessa). O calor produzido pela chama vaporiza a cera em moléculas de hidrogênio e de carbono. Esse é o movimento científico, o previsto para que aconteça, o previsto por quem inventou a vela, o previsto por físicos e químicos.

POR QUE HÁ VARIAÇÕES EM COMO A VELA QUEIMA?
Dado a eliminação das variáveis físicas presentes no local (vento, qualidade da vela, etc), se houver variações é alta a probabilidade de que a vela tenha sofrido interferências do plano espiritual, seja para o bem, seja para o mau.

O QUE AS VARIAÇÕES DE VELA QUEREM NOS DIZER?
1) Não sobrou nada:
Quando não se sobra nada da vela significa que TODA aquela energia foi usada, seja pelo propósito da vela ou seja por algum vampiro espiritual. A melhor forma de alafiar o que aconteceu é com seu guia de trabalho ou mentor de sua confiança.

2) Vela apaga toda hora:
Pode ser a má qualidade do pavio ou condições de vento. Caso não seja, pode ser algum egun, quiumba ou zombeteiro atrapalhando o trabalho, como pode ser o guia/mentor negando a vela. Um mentor pode negar sua vela se não for a cor do seu mistério (exemplo, vela preta para anjo de guarda), pode negar porque seu pedido não é do seu merecimento ou motivo semelhante. Neste caso é indicado conversar com ele e pedir orientação do que você deve fazer.

3) Vela queimou até a metade:
O trabalho pode vir em uma linha de trabalho aceita e durante o período de combustão sofrer influências do plano físico (vento) ou espiritual (atrapalharam o trabalho da vela). O que fazer com essa vela (acender de novo? Jogar fora? despachar? colocar no ponto?) depende da orientação e doutrina da sua casa.

4) Vela borrou toda:
Uma vela borrada pode ter vários significados, pode traduzir que você e o guia estavam precisando daquela energia e ali já quebrou toda demanda. Pode significar que a qualidade da parafina é ruim. Pode significar que durante o seu pedido tentaram atrapalhar o trabalho, etc.

5) Vela fez 2 chamas:
A vela que se divide em duas chamas geralmente está trazendo a força de um outro companheiro espiritual.

6) Desenhos nas velas borradas: É comum nas velas borradas a aparição de desenhos, bem como rostos, corações, cachoeiras, paisagens, nuvens, etc. Eles podem ser mensagens do plano espiritual mostrando cuidado, alafiando perguntas, esclarecendo dúvidas, avisando preságios, etc.

7) Vela que tombou: As vezes pela falta de firmeza no solo, a vela pode tombar sozinha. Agora quando bem firmada e ela tomba é nítido que tem alguém ou alguma coisa tentando atrapalhar o trabalho.

8 ) Vela começou a estralar ou sair faísca:
Muito comum nas velas de xango e de esquerda. Isso significa que a magia do fogo está ali, que o Orxiá ou guia está trabalhando a todo vapor para seu pedido a ponto de aquecer o processo de combustão tão forte que gera outros eventos físicos, como sons e estralos.

9) A chama ficou pequenininha:
Comum em velas de sete dias com pavio de má qualidade. Salvo essa variável, o autor da vela pode estar sendo alvo de magia negra e demanda a ponto dos quiumbas presentes absorverem parte da luz antes mesmo dela chegar a seu destino.

10) A chama ficou gigante:
Orixá ou guia respondendo perfeitamente elevando a energia e agilizando o processo de transformar parafina em ar ou em borrão. O guia recebeu o trabalho e está agilizando o processo a ponto de uma vela que dura 1 a 4 horas queimar em minutos.

11) Na chama da vela aparece uma espécie de vulcão ou lava:
Comum em velas de ciganos, velas douradas e prateadas. Estes elementos aceleram o processo de combustão de forma que a vela fique bem recebida pelo guia ou Orixá.

12) Vela borrou e quebrou o prato:
Alta probabilidade de estar cortando demandas contra você. Antes o prato do que você. Pode ter certeza que todo um trabalho feito (seja corte ou dentro de cemitério) quando isso acontece é alta a probabilidade dos seus guias estarem tomando as suas dores e atuam para quebrar o que foi mandado. "O que vem sem ser pedido, volta sem ser mandado".

A DIREÇÃO DAS CHAMAS ME DIZEM ALGUMA COISA?

Sim! Rubens Sarasceni no livro "Magia divina das velas" fala sobre cada direção da chama da vela. Elas podem ser comuns em alguns tronos (Lei, Ordem, Justiça, etc) e podem ter significado.

A) Chama em formato Cruz:
O formato em cruz é muito comum em entidades das almas, linha das almas, falange das almas, trabalhos de Oxalá, etc.

No livro do Rubens podemos explorar todos os tipos de chama: espiral, ciclone, reta, cruz, dupla, etc.

CONCLUSÃO

Não há receitas mágicas ou traduções prontas porque o plano espiritual é mutável. O que serve para um não serve para o outro. Cada casa tem a sua doutrina e cada guia o seu mistério. A melhor forma de interpretar o que aconteceu com uma vela é com seu guia espiritual, com seus pais de santo ou com guias de sua confiança. Umbanda é fundamento e é preciso estudar!
#ACALUZ


segunda-feira, 3 de junho de 2019

COMO KIUMBAS, EGUNS E DEMANDAS AGEM EM NOSSAS VIDAS?


A Umbanda e as religiões espíritas acreditam que o plano espiritual tem influência sobre o plano físico e vice versa. Neste cenário existe a presença da carga (Demanda), dos Kiumbas e dos Eguns.

Kiumbas são espíritos maldosos e mau intencionados que atingiram certo grau evolutivo, porém, preferem usar sua força e conhecimento para o mau. São os mercenários do plano espiritual. Se vendem pela maldade ou por pagamentos. Kiumbas podem até chegar a ser "Exu pagões", exus sem doutrina que fazem a própria lei. 

Já os eguns são espíritos sofredores que vagam em busca da sua luz, podem causar algum estrago ou esgotamento. Por fim, a demanda pode acontecer através de Egun, Kiumba ou trabalho demandado. É importante ressaltar que o Egun de Umbanda não tem nada haver com Egun Egun de Candomblé cuja relação é diretamente ligada com antepassados. Cada casa tem a sua doutrina, é importante entende-la pois ela não está acima de textos de internet. 

COMO KIUMBAS, EGUNS E DEMANDAS AGEM EM NOSSAS VIDAS?

Essa atuação negativa do plano espiritual pode agir da seguinte forma:

- Acompanha o vivo sugando e drenando sua energia física, psicológica, mental e espiritual;
- Tranca caminhos de emprego e recursos fazendo aumentar as dívidas;
- Interfere na rotina tirando ou trazendo carga excessiva de sono, fome, problemas de saúde, etc.
- Afeta animais e plantas ao redor da pessoa;
- Atrai risco de vida;
- Diminui o tempo de vida útil de bens como (carro, casa, vestuário, etc);
- Faz com que a pessoa tenha pesadelos e veja vultos;
- Coisas quebram com facilidade;
- Coisas começam a não dar certo;
- Falta de ar e aperto no coração;
- Paramos no tempo (não conseguimos estudar, manter-se em bons empregos, etc) o mundo avança e a gente continua parado no tempo;
- Quem está solteiro fica com várias pessoas e se sente vazio/incompleto;
- Quem está casado ou namorando briga sem motivos;
- A Raiva, ingratidão e outros sentimentos negativos tomam conta da gente;
- Pessoa pode ganhar ou perder peso com velocidade acelerada;
- Aumentam as olheiras;
- Pode acontecer queda de cabelo e mau hálito constante;
- Problemas no estômago ou outros problemas de saúde sem causa médica aparente;
- Atraí risco de acidentes e assaltos;
- Aumenta a irritabilidade;
- Aumenta o estresse;
- Nossas velas de defesa começam a ficar borradas ou ter dificuldade para acender.
- Temos a sensação de estar sendo observados;
- Ouvimos vozes;
- Há perda de memória;
- Desperdiçamos energia vital com assuntos desnecessários;
- Traz dores acumuladas em pontos específicos como pescoço, cabeça, costas, etc.
- Traz sentimentos negativos como vontade de chorar, etc.
- Atraímos problemas para o emprego, inclusive podendo perdê-lo.
- Acentua-se o gosto por álcool e drogas.
- Quem tem animais de estimação ou plantas podem perdê-los.

Em demandas mais específicas, dependerá dos elementos que foram utilizados, como foi utilizado, quem foi que atuou (Egun, Kiumba, Zombeteiro, Exu Pagão, etc).

Como enfrentar demandas?

Procure sempre o terreiro de sua confiança e onde você se sinta bem. Em todo tempo de trevas, a luz e o merecimento das nossas atitudes sempre nortearam as vitórias.

Nada melhor do que enfrentar nossos medos e problemas, agir com fé, força e determinação.

#ACALUZ 

sábado, 25 de maio de 2019

PEDALANDO PARA A ESPIRITUALIDADE


Me chamo Diogo Luiz, e faço parte de uma equipe de pedal (pedalar de bicicleta por mera aventura, esporte e lazer), moro em Belém do Pará, e sempre temos atividades noturnas, e as vezes diurnas.

Um belo dia, sai para pedalar com dois amigos, Júnior e Patrick, decidimos pedalar no parque do UTINGA, lá chegando, por volta das 16h00, saímos da trilha principal e decidimos aventurar.
Segundo um de meus amigos, a trilha iria dar na beira de um rio ou igarapé, nem ele sabia explicar ao certo. E eu, claro! Super ansioso para nadar, já que fazia muito calor e as pedaladas tinham de ser recompensadas de alguma maneira.

Mas algo de muito estranho aconteceu no caminho. Sentimento de vigília, como se alguém estivesse nos vigiando, depois de muito susto no caminho, algo correu entre a estrada de uma mata para outra, gritos constantes. Por ser um parque ecológico, achei que podiam ser turistas passeando ou fazendo trilha. Mas, aí que a coisa fica pior, paramos para observar o que tinha entrado na mata, e somente eu vi o vulto ligeiro sumindo no meio do mato. Pensei em voltar, mas eles disseram que era coisa da minha cabeça, e decidimos que não era nada de mais. 

Continuamos, porém, fomos caminhando, empurrando as bicicletas, pois, já estávamos próximos do rio/Igarapé. Quando de repente surge um homem vestindo vermelho e preto bem atrás de nós a mais ou menos uns 20m, e ficou parado nos olhando, e entrou na mata...  E mais uma vez, somente eu que via e mostrava aos outros, e eles ficavam rindo de mim.

Mesmo com muita preocupação continuamos, e quando chegamos na beira do tal rio, veio a recompensa. Não pensei duas vezes, nem tirei a roupa, pulei de roupa e tudo.

Mas, algo de errado não estava certo naquele passeio.

Começou a cair a noite, e na floresta escurece muito rápido, então decidimos pedalar o mais rápido possível. No caminho de retorno as mesmas situações, gritos, assobios, pessoas chamando para pararmos... 

Quando chegamos de volta ao parque do Utinga (no asfalto), pude ver aquele homem, na beira da estrada, que antes tinha visto, trajando preto e vermelho. Fazendo sinal com a mão para mim, como se me conhecesse, como se quisesse me alcançar e falar algo. Ao chegar em casa, dores de cabeça, tonturas, enjoos, sustos constantes, como se tivesse alguém atrás de mim o tempo todo, perda de sono. Liguei para meu amigo Adriano Figueiredo da ACALUZ, que tem um terreiro, contei os fatos aqui narrados. E prontamente me disse que iria ter Ritual de Tambor na sede da ACALUZ, localizada em Belém, no distrito de Icoaraci. E que eu podia participar. 

Não pensei duas vezes, ele disse para eu levar roupas claras, se possível na cor branca, para eu tomar banho de descargas e falar com as entidades que estivessem presentes no ritual.

E para minha surpresa e de todos. Após o banho, e o passe que me foi dado, eu simplesmente apaguei. E segundo os participantes do ritual, disseram que cai no chão, por volta das 17h30 e só retornei a consciência as 21h30.

E que segundo eles, um belo encantado se manifestou, conversou, brincou, sorriu, e disse que minha hora havia chegado, que eu tinha uma missão a cumprir e tinha de aceitar. Não me lembro de muita coisa, ou me lembro de nada, apenas sei o que me foi relatado, e aquilo que foi permitido pelo Caboclo dirigente da ACALUZ que estava ali presente.

Nunca imaginei em toda minha vida que eu era médium, que eu tinha caboclo ou entidades, nem sei ainda como falar, foi uma sensação que nem sei explicar. Meu corpo estava em choque, como se estivesse com o dedo na tomada e milhares de volts  circulando em meu corpo.

O homem que vi sorrindo na mata era meu guardião, e veio na ACALUZ, dar às boas vindas a todos, e hoje faço parte da corrente de filho e associado da ACALUZ e sou muito grato pelo aprendizado e os cuidados a mim direcionados.

Já passei por rituais de iniciação, AMACI, tenho meu anjo firmado, minhas contas e rosários. Sou feliz, estou feliz. E precisou uma aventura na floresta para descobri minha mediunidade. Para descobri que tenho uma missão a cumprir nesta terra, e que não nasci em vão. Que preciso ajudar o próximo espiritualmente a caminhar neste vale chamado terra. Se você é médium, siga sua missão, descubra seu proposito e siga em frente. Posso dizer a todos, que naquele dia eu estava Pedalando para a Espiritualidade. E Aqui cheguei, e vou ficar.

Axé e luz a todos.

Narrado pelo Personagem Diogo Luis filho de santo do Terreiro da ACALUZ.
REVISÃO: Diogo Miranda - Colaborador da ACALUZ 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

RITUAIS E UMBANDA MATRIZ


A Umbanda é uma religião que como qualquer outra, possui rituais e elementos que constroem sua liturgia e demonstram sua cultura religiosa. Para os que vão pela primeira vez, em um centro ou terreiro umbandista, esses ritos e fundamentos podem parecer estranhos, mais se verificarmos e entendermos um pouco seus significados percebemos fazerem parte do contexto religioso no qual os umbandistas estão inseridos.

Em tópicos de postagens anteriores dissemos que na Umbanda não existe um código doutrinário ou livro sagrado que regulamente as ações uniformemente, ou seja, não tem nenhum modelo fixo a ser seguido ou poder central que regulamente essas questões determinando quais rituais ou elementos devem ser usados nos trabalhos espirituais. Essas orientações na maioria das vezes são oriundas dos próprios Guias Espirituais que fazem o trabalho de Dirigentes Espirituais ou Doutrinadores dos métodos empregados em cada grupamento mediúnico, portanto, cada centro, terreiro ou tenda de Umbanda pratica e utiliza os elementos conforme sua cultura, fazendo com que a Umbanda seja democrática e universalista.

As comparações que muitas vezes fazemos, entre os métodos utilizados entre os terreiros de Umbanda quando não são depreciativas servem-nos apenas como matéria de estudo da diversidade ritualística, pensamos que as diferenças e particularidades têm que ser respeitadas, quando não gostamos de algo, temos á total livre escolha de não compartilharmos, mas não temos o direito de julgarmos, compararmos ou difamarmos este ou aquele terreiro.

O uso de elementos para o auxílio na cura de doenças do corpo físico ou outros campos de atuação que os guias de Umbanda podem utilizar para auxiliarem seus consulentes, não substitui o tratamento realizado pelos médicos e medicamentos, apenas são uma forma auxiliar espiritualista de tratamento. Abordaremos os rituais e elementos utilizados dentro da gira de Umbanda, segundo nossos aprendizados e vivências das perspectivas práticas, com intuito de esclarecer seus conceitos e fundamentos de forma simples e objetiva.

A questão Rito-Litúrgica:
Trataremos das questões rotineiras e práticas das giras de Umbanda, os Rituais máximos como Batizados, Amaci, Iniciações para aspirantados, Casamentos e ritos fúnebres, reservaremos para futura postagem.

Orações:

Através das preces e orações que fazemos ao iniciarmos os trabalhos, conduzimos mesmo que imperceptivelmente os nossos pensamentos para Deus, ou para coisas boas, esse componente é importantíssimo para a concentração da corrente mediúnica que realizarão os trabalhos, dão a sustentação energética necessária para o grupo. As orações e preces realizadas ao término dos trabalhos servem para que possamos pedir a proteção ao voltarmos á nossas casas e agradecermos a presença dos espíritos amigos que se fizeram presentes.

Defumação:
Serve para limpeza ou purificação dos nossos corpos físicos e espirituais, realizado através da queima de ervas e essências em carvão em brasa, no instrumento chamado Turíbulo ou Defumador. A defumação também contribui para limpeza energética da casa fortalecendo as boas energias e fluidos, geralmente é realizada antes do início dos trabalhos acompanhado de pontos cantados. 

Pontos Cantados:
Chamamos de pontos cantados, todas as músicas que falam dos Orixás e Guias Espirituais, são geralmente cantados e tocados por atabaques e por médiuns que camboneiam durante os atendimentos, sua principal função assim como as orações é a sustentação energética do ambiente durante os trabalhos além de facilitar a conexão entre médiuns e espíritos, harmonizando os fenômenos de incorporação. A música é utilizada em todas as religiões, pois remetem a alegria e a energia que transmitimos de nossa fé.


Pontos Riscados:
Os pontos riscados são feitos pelas entidades, que “riscam” com pembas símbolos cabalísticos onde representam sua linha de atuação, é a representação gráfica de uma hierarquia de trabalho. Podem ser riscados também pontos de forças energéticos que os utilizam como um radar de energias para limpeza e renovação das forças do ambiente e pessoas. Utilizam também em oferendas, assentamentos e firmações. As interpretações, assim como as utilizações variam bastante de terreiro em terreiro, fato que deve ser respeitado, mas acreditamos que esse recurso pode ser um canalizador de energia utilizado como método de trabalho de nossos amigos espíritos, não somente como recurso visual e gráfico. 


São os mais recomendados pelos Guias Espirituais para todas as pessoas, pois as essências de ervas frescas, minerais ou outros elementos exercem uma função terapêutica em nossos espíritos nos limpando de cascas e larvais astrais e sutilizando nossas vibrações com a natureza e os Orixás. Como todo tratamento é realizado conforme nosso merecimento não esperemos milagres dos banhos, lembremos sempre que eles são agentes que contribuem para nossa melhoria sobretudo de limpeza espiritual e devem ser feitos sempre que receitados e tomados periodicamente.


A oferenda é um fundamento de rito bastante utilizado. As oferendas tem a função de ligação espiritual ou energética, de nós humanos encarnados com os Guias e Orixás, é o ato de oferecermos flores, frutas, bebidas, fumos, alguns tipos de alimentos preparados, velas entre tantos que são elementos de origem mineral, vegetal e animal, em agradecimentos, pedidos, quebras de demandas, aberturas de caminhos, rituais de firmezas e assentamentos. Esses elementos são absorvidos e decantados pelas entidades estreitando os laços existentes. É importante que saibamos que o conceito que o Orixá ou Guia Espiritual, “come e bebe” sua oferenda é preconceituoso e ultrapassado, pois entendemos que eles possuem métodos de manipulação das energias que emanam dos elementos e com essas energias realizam as curas e tratamentos espirituais no qual estamos autorizados á receber, dentro das leis de justiça, ação e reação para nosso auxilio.

Cruzamentos e/ou Benzimentos de elementos:
O ato de “Cruzar” elementos é o momento em que estamos diante dos Guias Espirituais ou Orixás e confiamos á eles objetos de utilização pessoal, que podem ser camisas, guias, colares, pulseiras, colônias e essências para serem consagrados e receberem seu axé (energia) de proteção ou cura. A expressão “Cruzar” é utilizada nos terreiros com bastante frequência e vem de CRUZ, que simboliza o Cristo. Um bom exemplo do que é “Cruzar”, é o sinal da cruz que fazemos em nós mesmos ao passarmos em frente uma Igreja, por exemplo, estamos reconhecendo uma das casas de Deus nesse momento, mesmo não sendo católicos além de ser um cruzamento é um costume cultural.

Fluidificação de água:
Acontece em várias das vertentes de Umbanda, Mentores e guias incorporados em seus médiuns. A água é magnetizada alterando sua constituição e somando os sentidos de cura e tratamento. A prática é muito conhecida nos centros espíritas, sendo objeto de estudos que já comprovaram cientificamente que a água magnetizada ou benzida em centros e terreiros tem suas propriedades alteradas ou melhoradas com fim terapêutico.

Elementos de Trabalho

No livro “Umbanda Pé no Chão” de Norberto Peixoto ditado pelo espírito de Ramatís, a definição utilizada para Congá ou Altar é de Atratator, Condensador, Escoador, Expansor, Transformador e Alimentador, entendemos que esta definição resume que os altares são os pontos de forças físicos dentro dos terreiros feitos para os Guias e Orixás, onde suas funções vão além de enfeitar, são a segurança e alicerce vibratório para que as energias do ambiente sejam absorvidas depois transformadas e escoadas para outras dimensões. Sua constituição é feita de imagens de Santos, Orixás, Guias, velas, pedras, cristais e outros apetrechos e objetos dependendo da casa.

Imagens:
As imagens que compõem os Congás são cruzadas e imantadas, ou seja, receberam o devido preparo de ser o ponto de força energético dos Guias e Orixás, que na linguagem popular conhecemos como o firmamento. Essas imagens são em sua maioria de gesso, porém podemos ver algumas em resina ou madeira.

Podemos realizar através delas o ato de iluminarmos, é ponto para que as pessoas firmem seus pensamentos e possam fazer orações. As velas possuem os elementos fogo, ar e terra que são princípios de nossa natureza e onde os Orixás se fazem presentes. O uso de velas não é particularidade da Umbanda, pois sua utilização acompanha a história dos Homens e das Religiões.

As guias e colares são feitas de contas de cristal, miçangas, pedras ou outros elementos conforme orientação do Guia e tem a função ritualística de representar a energia e força (axé) dos Orixás, fazendo a segurança energética dos Chakras dos Médiuns. Podem ser recomendadas para uso fora do ambiente religioso, porém sua utilização implica em muito respeito e zelo por parte de quem usa.

A roupa para o trabalho mediúnico de Umbanda são camisas e calças brancas, outras cores em tonalidades claras também são comuns. Para a assistência não há nenhuma imposição para uso desta ou daquela roupa, deve-se respeitar o livre arbítrio e as possibilidades materiais das pessoas, porém o uso de roupas brancas ou em tons coloridos claros é recomendado para todos. A orientação para que os médiuns umbandistas utilizassem roupas brancas é oriunda do “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, desde 1.908, mais essa orientação não é espontânea e aleatória possui fundamentos, que vão ao encontro com a história da humanidade entre filosofias religiosas, políticas e científicas que correlacionam à cor branca com o sagrado ou a pureza dos seres. Provado inclusive no campo científico por “Isaac Newton” que a cor branca que reflete do Sol contém elementos de outras cores que formam o arco íris, se fizermos um comparativo com os Orixás teremos Oxalá com o simbolismo de cor branca, que irradia todas as outras cores que seriam os outros Orixás.

Charutos, Cachimbos, Cigarros e fumos em geral:
São elementos de base vegetal que quando são queimados e exalados pelas entidades, serve de apoio para seus trabalhos, à combustão dos vegetais que eles contêm fazem uma espécie de defumação com elementos etéreos, ou seja, como elementos energéticos e magnetizadores ajudando na limpeza e reordenação dos Chakras dos consulentes. O uso desses elementos é alvo de muito preconceito e má interpretação, temos que ter o discernimento para entendermos seu fundamento e para verificarmos se o Guia utiliza para fins terapêuticos ou se ele usa o tempo que esta em incorporado apenas para fumar, esquecendo-se de seu trabalho e responsabilidade.

Bebidas:
As bebidas obedecem à mesma condição dos cigarros e charutos, são agentes condensadores, que auxiliam os Guias á realizarem limpeza de corpos e espíritos e desintegram trabalhos de magias e feitiçarias de finalidade geralmente maldosa. Seu uso também deve receber atenção e promover estudos em sua volta, para que a Umbanda e seus falangeiros não sejam confundidos com pessoas de religião que são viciados em álcool.
#ACALUZ

Referências:
Umbanda Pé no Chão.
Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada.
Material de apoio do curso livre de Teologia de Umbanda - Umbanda EAD.